Diretor: Mikael Salomon
Elenco: Rob Lowe (Ben Mears), James Cromwell (Padre Callahan), Andre Braugher (Matt Burke), Donald Sutherland (Richard Straker), Samantha Mathis (Susan Norton), Rutger Hauer (Kurt Barlow), Dan Byrd (Mark Petrie), Robert Mammone (Dr. James Cody).
SINOPSE: Quando tinha só 9 anos Ben Mears (Rob Lowe) concordou em passar a noite na macabra mansão Marsten. Para o seu infortúnio, Ben viu os corpos que foram resultado de um escandaloso pacto de assassinato e suicídio. Décadas depois ele se tornou um escritor, que volta para Jerusalem's Lot, sua terra natal, mas ainda carrega as traumáticas memórias da sua infância. Ben descobre que Richard Straker (Donald Sutherland), o misterioso dono de um antiquário, e Kurt Barlow (Rutger Hauer), o desconhecido sócio de Straker, pois nunca é visto, vivem agora na mansão Marsten. Logo moradores começam a desaparecer e morrer, voltando voando até as janelas dos familiares e pedindo para serem convidados a entrar. Ben e alguns outros suspeitam da terrível verdade que atingiu a cidade, algo bem profano que tem ligações com a mansão sinistra.
"Numa cidade pequena, o mal se espalha rapidamente."
Responsável na época por trazer sangue novo (ops!) ao vampirismo na literatura, A Hora do Vampiro (1975) foi o segundo romance de Stephen King a ser publicado, novamente com recepção calorosa por crítica e pelos leitores. Assim como em seu primeiro livro, King novamente soube trazer um tema sobrenatural inserido num contexto humano e realista. Não demorou para que surgisse uma adaptação. Em 1979 foi produzida uma versão para TV, dirigida por Tobe Hooper, e em 2004 surgiu um novo telefilme (na verdade, uma microssérie em dois episódios) feita pela TNT. Ainda podemos contar o filme de 87 que se trata, na verdade, de uma continuação, dirigida por Larry Cohen (Nasce um Monstro). Por duas vezes declarada por King como o seu romance favorito, é curioso notar que ninguém enxergou ao longo desses anos que a trama criada pelo autor tinha potencial para atingir as telonas, mas, apesar de ser um telefilme (assim como o primeiro, que não vi), A Mansão Marsten compensa suas limitações do formato com qualidades bastante notáveis.
Capaz de assustar pela sua longa duração se assistido em DVD, a obra nunca cai, entretanto, na morosidade, apresentando uma progressão narrativa impressionantemente lenta, levando o espectador sem pressa ao clímax. Fiel em tom e história à obra que lhe serve de base, A Mansão Marsten conta a sina de Ben Mears (um convincente e contido Rob Lowe), escritor que passou toda a sua infância na cidadezinha de Jerusalem's Lot (ou Salem's Lot) tendo, inclusive, passado por um acontecimento traumático relacionado a uma velha mansão (a do título brasileiro) e percebe quando chega que alguém misterioso alugou a antiga casa antes que ele mesmo pudesse fazê-lo. O desaparecimento de uma criança local é só o início de uma série de eventos misteriosos que deixam claro que a Mansão (e seus habitantes) tem algo a ver com a cidade toda estar se tornando vampiros.
Capaz de criar uma atmosfera desoladora antes mesmo de algo efetivamente acontecer, através da narrativa em off e da fotografia que aposta em tons frios e pálidos; a estrutura narrativa de A Mansão Marsten também combina com a estrutura empregada por King em seus trabalhos, que vai descrevendo o ambiente e seus personagens com bastante cuidado de modo que passamos a nos importar com aquelas pessoas, premissa básica do gênero horror. Contribuem para isso o elenco engajado, com destaque para Rob Lowe, James Cromwell e Andre Braugher (também presente na adaptação de O Nevoeiro).
Configurando-se, no mínimo, como uma grata surpresa no meio de inúmeras adaptações decepcionantes, A Mansão Marsten é uma obra decente que não só respeita o material original como ainda deve agradar a qualquer um que aprecie um bom filme de vampiros.
Curiosidades:
- Um dos cachorros do filme se chama Cujo, nome também de um romance de Stephen King sobre um cão assassino;
- Outra referência no filme inclui uma cena num bar onde um homem canta no karaokê a canção Stand By Me, título original da adaptaçãoConta Comigo e também da canção-tema daquele filme;
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