A Hora da Zona Morta (The Dead Zone, EUA/Canadá, 1983)
Diretor: David Cronenberg
Elenco: Christopher Walken (Johnny Smith), Brooke Adams (Sarah), Martin Sheen (Greg Stillson), Tom Skerritt (Xerife Bannerman), Herbert Lom (Dr. Sam Weizak), Anthony Zerbe (Roger Stuart), Colleen Dewhurst (Henrietta Dodd), Nicholas Campbell (Frank Dodd), Sean Sullivan (Herb Smith), Roberta Weiss (Alma Frechette), Jackie Burroughs (Vera Smith).
SINOPSE: Johnny Smith (Christopher Walken) é um professor de literatura que estava prestes a se casar quando sofre um acidente de carro e fica cinco anos em coma. Ao recobrar a consciência, descobre que perdeu sua carreira e Sarah Bracknell (Brooke Adams), sua noiva, mas em compensação ganhou poderes paranormais que o permitem prever o futuro. Assim, ele tem o poder de alterar o curso dos acontecimentos e este é o seu dilema: interferir ou sofrer sozinho, sabendo das tragédias que estão por acontecer.
"Ele pode ver o futuro. Mas será que consegue escapar dele?"
Escrito
em 1979 num momento de dificuldades pessoais do escritor Stephen
King, A
Zona Morta
foi o primeiro de seus romances em capa dura a atingir o primeiro
lugar na lista de best-sellers.
Foi também o primeiro a ter um aspecto sobrenatural quase secundário
na história, priorizando personagens humanas. Foi também o livro
que inspirou o primeiro trabalho mais comedido de Cronenberg, fato
provavelmente devido ao filme ser uma adaptação.
A trama acompanha o professor Johnny Smith (Walken), que feliz com
sua profissão e sua namorada, a também professora Sarah (Adams), vê
sua vida mudar após sofrer um grave acidente automobilístico que o
deixa cinco anos em coma profundo. Quando acorda, ele vê não
somente seus pais mais velhos e sua namorada agora com marido e
filho; ele também recebe um dom. O dom de prever o futuro...e
mudá-lo. A trama ainda acompanha um inescrupuloso político com
sinistras intenções (Sheen) que terá seu destino cruzado com o de
Johnny.
Ganhando
no Brasil o famigerado [A
Hora]
junto à tradução do título original, o longa permanece como uma
das mais competentes adaptações de King, conseguindo na maior parte
do tempo manter o tom sinistro e melancólico da romance, ainda que
muito da riqueza em detalhes e subtramas que o livro possui fica
diluída na trama, tomando como exemplo o início do romance que, no
filme, toma pouco menos de vinte minutos, o que provoca alguma
confusão naqueles que não leram a obra de King e prejudica a
construção da dinâmica entre os personagens de Johnny e Sarah.
Por outro lado, o filme é competente em todos os outros aspectos. O
próprio roteiro de Jeffrey Boam consegue ser fiel, ainda que
problemático. O elenco, encabeçado por um convincente Christopher
Walken, é homogeneamente bom, com Walken segurando bem o filme com
seu carisma e construção corporal. Como o antagonista, Martin Sheen
usa e abusa de caretas que surpreendentemente funcionam para seu
papel, já que sua representação quase cartunesca e caricatural
encontra exemplos no mundo real dos políticos e personifica o mal
incluído na maioria das obras de King. Além do elenco, o visual do
filme é um grande achado. Das paisagens e cenários gélidos e
nevados, até o tom sombrio e depressivo no figurino de quase todos
os personagens, tudo evoca o sentimento de solidão e mistério.
Finalmente o suspense é construído lentamente, e, depois que
engata, permanece num crescendo até o clímax, que acaba não
agradando a todos devido ao fato de ser um tanto súbito e com
aparência de mal acabado, embora seja um ponto de discordância
entre fãs de uma obra inegavelmente bem feita e que mostrou um lado
mais sensível e humano tanto de King como de Cronenberg.
CURIOSIDADES:
-
Stephen King queria que Bill Murray interpretasse Johnny;
-
O romance no qual o filme é baseado foi o primeiro de vários outros livros e contos que se passam na cidadezinha de Castle Rock. Outros títulos incluem Conta Comigo, Cujo, A Metade Negra, e Trocas Macabras;
-
O poema que Johnny lê no início do filme é o desfecho de O Corvo, de Edgar Allan Poe.
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