Diretor: Bobcat Goldthwait
Elenco: Bryce Johnson (Jim), Alexie Gilmore (Kelly)
SINOPSE: Jim e sua namorada Kelly estão em Willow Creek, Califórnia, para
retraçar os passos dos pesquisadores do Pé-Grande, Patterson e Gimlin,
que em 1967, gravaram o mais famoso filme do lendário monstro. Kelly é
cética, está apenas interessada em passar tempo com seu namorado entre
trabalhos como atriz. Jim, um crente, esperar capturar suas próprias
imagens, então sua câmera está sempre gravando.
Não
sou lá muito chegado a filmes que utilizam a estratégia do found
footage nem
a do mockumentary.
Além de tais formatos estarem mais do que desgastados com dezenas de
lançamentos todos os anos, a maioria deles de qualidade duvidosa, a
impressão que tais filmes deixam frequentemente é a de que tudo não
passa de uma desculpa para a falta de orçamento ou de boas ideias.
Não é o caso certamente de Willow
Creek,
primeiro longa de horror escrito e dirigido pelo comediante Bobcat
Goldthwait, embora nem pareça que o território fantástico é
novidade para o cineasta, já que o resultado não deve nada a
exemplares contemporâneos, inclusive se destacando em vários
aspectos de outros similares.
Bebendo
diretamente na fonte narrativa do sucesso A
Bruxa de Blair
(1999), o roteiro acompanha o casal de namorados Jim (Johnson) e
Kelly (Gilmore) que partem de carro para a exótica cidade turística
cujo tema é o famigerado Pé-Grande. Desde pinturas e estátuas em
"homenagem"
ao bicho, até sanduíches em formato de pegada, tudo no local remete
à famosa lenda norte-americana. Particularmente apesar de ouvir
falar muito em filmes e séries estadunidenses sobre o tal pé
grande, nunca cheguei a ter medo ou curiosidade sobre a criatura,
principalmente pelo fator geográfico, é claro; no entanto, o filme
realmente é capaz de criar certa curiosidade sobre o monstro humanoide gigantesco. O que Jim quer é ir para o local onde
supostamente uma vez foram gravadas aparições do pé-grande por
Patterson e Gimlin (1967), e provar a existência do monstro também
usando seu equipamento de vídeo.
E
já que falamos no parágrafo anterior daquele outro filme de 1999, é
bom esclarecer aos leitores que assim como naquele filme,
essencialmente nada acontece durante os curtos 80 minutos de projeção
de Willow
Creek.
No entanto, a direção de Goldthwait consegue tornar tudo mais leve,
a ponto de não nos importarmos com o fato de que o filme não possui
nenhum grande acontecimento (até próximo ao desfecho, claro).
Contribui para o bom ritmo da trama a química perfeita entre o casal
protagonista, que realmente convence em sua intimidade como pessoas
reais com diálogos que provavelmente qualquer um de nós levaria
naquela mesma situação, creditando realismo ao que se assiste,
aspecto essencial quando tratamos dos subgêneros utilizados pelo
filme.
Entretanto,
como estamos falando de terror, é bom avisar que o desfecho pode não
agradar aos mais conservadores, já que a construção lenta da
dinâmica entre os personagens (incluindo aí um plano-sequência que
dura impressionantes 18 minutos, que considero genial) entrega uma
conclusão abrupta e misteriosa, ainda que ao longo do filme sejam
dadas ligeiras pistas que podem ajudar a entender o significado das
imagens finais. Independentemente da avaliação do espectador, no
entanto, é bastante palpável o clima de tensão e suspense
levantado na sequência derradeira, de modo que fiquei gratamente
surpreendido por um found
footage
que, apesar de investir em terreno conhecido, consegue inovar em
linguagem e tom, a sua própria maneira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Críticas e elogios ;) são bem vindos. Fique à vontade para comentar