Nerve – Um Jogo sem Regras (2016) (Nerve, EUA, 2016)
Diretores:
Henry Joost e Ariel Schulman
Roteirista:
Jessica Sharzer baseado em livro de Jeanne Ryan
Produtorxs:
Anthony Kathagas, Allison Shearmur
Elenco:
Emma
Roberts (Venus "Vee" Delmonico), Dave Franco (Ian "Sam"), Juliette Lewis (Nancy, Mãe de Vee), Emily Meade (Sydney), Miles Heizer (Tommy),
Colson Baker (Ty), Kimiko Gleen (Liv), Marc John Gefferies (Wes), Brian Marc (J.P), Samira
Wiley, Ed Squires. Josh Ostrovsky, Albert Sidoine,
Isso
é tão Black Mirror!
Nas
redes sociais, no youtube,
no whatsapp,
enfim, na internet como a conhecemos hoje, alguns comportamentos e
tendências tornam-se – ainda que transitoriamente – quase
padrões em nossas vidas, como aqueles comentários estúpidos de
pessoas anônimas ou a busca voraz por curtidas, compartilhamentos e,
sobretudo, visualizações que geram retorno financeiro; a ponto de
tais padrões mudarem nossas relações interpessoais e muitas vezes
a maneira como enxergamos o mundo.
O
parágrafo anterior foi uma tentativa de introdução para um texto
sobre Nerve - Um Jogo sem Regras,
filme que em vários momentos parece criticar certos comportamentos
virtuais, mas em sua maior parte consegue funcionar mesmo é como um
excelente filme de ação e suspense daqueles de tirar o fôlego do
espectador como há muito não se via no gênero.
Utilizando
uma roupagem assumidamente teen,
Nerve
transporta a velha história da busca pela popularidade para os dias
atuais. Venus (Emma Roberts, de Pânico
4)
está prestes a se formar no colegial e sonha em cursar faculdade
fora do estado, apesar da resistência de sua mãe (Juliette Lewis, subaproveitada) que a deseja sempre por perto, muito por causa da
recente morte de seu outro filho. A personalidade tímida de Venus
contrasta com a de sua melhor amiga, Sidney (Emily Meade), que
procura viver seus dias sempre de maneira agitada. Numa dessas
empreitadas, Sidney entra para o jogo que dá nome ao filme, que
funciona da seguinte maneira: Ao se inscrever em Nerve, o
participante tem a opção de ser um observador ou um jogador. Nesse
último caso, o participante vai recebendo desafios conforme o jogo
avança, que são ditados pelos observadores. Em caso de o desafio
ser bem sucedido, o jogador recebe não somente dinheiro, como também
fama e avanço dentro do jogo, com os desafios sendo obrigatoriamente
registrados no celular do jogador e de observadores. Afrontada por
Sidney, Venus parece decidida a mostrar para si mesma e para seus
colegas que também pode ser uma protagonista, e acaba se inscrevendo
no Nerve, ganhando de maneira inesperada uma grande popularidade após
se juntar, por um “acaso” do game,
ao jogador Ian (Dave Franco), cuja experiência no jogo parece
esconder também algum segredo por trás de seu carisma.
Beneficiado por uma montagem frenética que faz uso frequente e
inteligente de vários elementos da internet atual; além de uma
trilha sonora eletrônica dançante, o longa consegue em seus dois
primeiros atos uma fluidez absurda, tamanha energia do que se vê na
tela, em cenas como a que um personagem guia uma moto de olhos
vendados, ou outra cujo desafio de uma personagem é atravessar de um
prédio a outro através de uma escada bamba; fazendo com que,
literalmente, o espectador não consiga desgrudar os olhos do que vê
na tela.
No
entanto, nem tudo são likes.
Interessados desde o início de suas carreiras nas novas tecnologias,
os diretores Henry Joost e Ariel Schulman acabam se saindo melhores
como diretores de gênero do que em suas tentativas de crítica
social. Derrapando feio em seu desfecho, quando inclui um didatismo
martelado, conveniências várias, e uma solução quase mágica, o
longa consegue manter qualidade até o minuto final principalmente
graças à excelente química entre Roberts e Franco, bem como a
qualidade homogênea do elenco como um todo. Porém, nem mesmo esse
deslize faz com que Nerve
seja
um dos melhores suspenses de 2016.
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