A Terra é o purgatório de Tim Robbins neste pequeno grande clássico do cinema de horror
psicológico
Original: Jacob’s Ladder
Ano: 1990
País: Estados Unidos da América
Diretor: Adrian Lyne
Roteiro: Bruce Joel Rubin
Produção: Alan Marshall, Bruce Joel Rubin
Elenco: Tim Robbins, Elizabeth Peña, Danny Aiello, Macaulay Culkin, Ving Rhames, Eriq La
Salle, Matt Craven, Pruitt Taylor-Vince, Jason Alexander, Patricia Kalember, Brian Tarantina, Brent
Hinkley, Suzanne Sheperd.
A Terra enquanto um literal purgatório. Uma propaganda antiguerra. A vida que
poderia ter
sido, mas não foi. Um pesadelo passando diante dos olhos do espectador. Tudo isso é Alucinações
do Passado, obra injustiçada de Adrian Lyne na época de seu lançamento, e que depois ganhou
status cult, merecendo todas as honrarias possíveis, ainda que póstumas, pois trata-se de uma
pequena obra-prima.
Tim Robbins interpreta Jacob Singer, um homem pacato, simples e gentil, porém cuja vida
passa longe do que pode ser considerado ordinário. Abrimos o filme com uma ágil sequência da
Guerra no Vietnã, onde Jacob serviu como soldado. Logo um descontraído momento entre
companheiros de combate ganha contornos de horror quando um súbito ataque toma de surpresa o
pelotão de Jacob. Mas logo percebemos que tudo não passou de um sonho ruim. Ou será que não?
Assim que acorda de seu pesadelo, o pobre homem se encontra solitário num metrô imundo, com
estações pichadas e com ares de abandono em Nova Iorque, com avisos antidrogas e outros
exaltando a loucura da cidade, aqui vista sob um prisma nada glamoroso. Pessoas comuns que ele
encontra no último trem da noite ganham facetas sombrio-demoníacas, já dando indícios de que
nada é realmente o que parece ser nesse filme. Perturbado pelos traumas da guerra, pela morte de
seu filho caçula (Culkin), por seu divórcio, e encontrando conforto apenas no romance intenso com
Jezebel (Peña), Jacob enfrenta uma descida cada vez mais rápida ao inferno, já que suas alucinações
parecem se tornar cada vez mais reais e ameaçadoras.
Dominado por um tom melancólico e de tragédia, auxiliado nesse sentido pela bela trilha de
Maurice Jarre, o longa parece passear por vários significados, dificultando a compreensão do
espectador em vários momentos. Não sabemos se Jacob sofre de esquizofrenia, se está tendo um
pesadelo muito longo, se está tendo uma bad trip causada por alucinógenos, ou se tudo que o
personagem vê é mesmo real. Nem mesmo os sonhos do protagonista escapam de uma interpretação
dúbia.
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