Christine - O Carro Assassino (Christine, EUA, 1983)
Direção: John Carpenter
Elenco: Keith Gordon (Arnie Cunningham), Alexandra Paul (Leigh Cabot), John Stockwell (Dennis Guilder), Robert Prosky (Will Darnell), Harry Dean Stanton (Detetive Rudolph Junkins), Christine Belford (Regina Cunningham), Roberts Blossom (George LeBay), William Ostrander (Buddy Repperton), David Spielberg (Sr. Casey), Malcolm Danare (Moochie Wells), Steven Tash (Rich Cholony).
SINOPSE: No High School Arnie é um jovem excluído e de poucos amigos, tudo isso muda quando ele 'se apaixona' por Christine, um carro Plymouth Fury vermelho caindo aos pedaços. Se comprometendo a consertar o carro, seu melhor amigo nota que não é só o carro que está mudando. Ele começa a ficar cada vez mais obcecado com o carro e muda seu comportamento para um tom arrogante que cada vez mais se distancia do Arnie original.
“Corpo de Plymouth. Alma de Satã”
Christine foi o primeiro livro de Stephen King que
li, aos 12 anos. E posso dizer que a experiência foi incrível. O universo
adolescente dos anos 70/80, as canções de rock que embalavam cada capítulo e
toda a fantasia e mistério que cercavam o carro Plymouth Fury 1958 vermelho, ou
Christine. Como se tornou hábito no cinema, não tardou para que o
romance fosse adaptado para as telonas, já de olho no sucesso financeiro que
filmes como Carrie – A Estranha e O Iluminado tiveram.
Infelizmente, o filme acabou não tendo uma recepção calorosa pela crítica e
continua sendo considerado como um dos trabalhos menores do diretor John
Carpenter.
O
filme gira em torno do jovem, tímido e excluído Arnie Cunningham (Gordon), que
encontra no melhor amigo Dennis Guilder (Stockwell) um ouvinte e protetor nos
momentos de bullying. Um dia ele encontra um velho carro, Christine, na
garagem da casa do velho George LeBay (Blossom) e se encanta profundamente,
encanto que vira obsessão conforme o filme avança, já que Christine é uma
garota ciumenta e não vai deixar que nada atrapalhe a relação dela com Arnie,
nem mesmo sua namorada Leigh Cabot (Paul) ou o valentão Buddy Repperton (Ostrander).
Um
argumento que poderia cair facilmente no riso e no trash vira suspense
de primeira no livro de King e rende um bom programa sob a batuta do mestre
Carpenter, ainda que notadamente a trama inverta algumas passagens (por sinal,
bem tensas) do livro, como a ideia de que o espírito de Roland LeBay,
proprietário anterior do carro, representasse um papel importante dentro da
‘maldição’ de Christine; além do final também diferente e que se mostra
extremamente corrido e óbvio, e a atuação visivelmente canastrona de Keith
Gordon. Entretanto, estes são defeitos menores para um dos clássicos do Cinema em Casa
que certamente agradará aos fãs do gênero.
Curiosidades:
O filme que passa no drive-in é Até que enfim é Sexta-Feira;
O papel foi oferecido a Kevin Bacon, mas ele recusou e foi fazer Footloose;
De acordo com o roterista Bill Philips no DVD de extras do filme, a trama não continhatanta violência que justificasse a classificação R (16 ou 18 anos no Brasil). Mas ele tinha medo que se fosse lançado com o selo PG (10 ou 12 anos no Brasil), ninguém fosse assisti-lo. Então inclui forçadamente a palavra fuck e derivados no roteiro de modo a obrigatoriamente conseguir ser lançado rated R. Ele comenta que foi muito criticado na época por inserir a palavra.
A Última Casa da Rua (House at the End of the Street, EUA, 2012)
Direção: Mark Tonderai
Elenco: Elisabeth Shue (Sarah), Jennifer Lawrence (Elissa), Max Thieriot (Ryan), Gil Bellows (Weaver), Nolan Gerard Funk (Tyler), Eva Link (Carrie Anne), Allie Macdonald (Jillian), Jordan Hayes (Penn State Carrie Anne), Krista Brudges (Mary Jacobson), James Thomas (Ben Reynolds), Haille Sisera (Caitlin), Craig Eldridge (Dan Gifford), Jonathan Higgins (Dr. Kohler), Olivier Surprenant (Jake), Lori Alter (Jenny Gifford).
SINOPSE: Mãe e filha se mudam para uma nova cidade e se encontram vivendo próximas a uma velha casa aonde uma garota matou seus pais. Quando a filha resolve se aproximar do filho sobrevivente, ela descobre que a história está longe do fim.
CONTÉM SPOILERS
Há um mal que assola o gênero thriller
de mistério no século XXI. Os mistérios frouxos que são revelados em uma
reviravolta patética no final. Basta verificar em filmes fracos como O Amigo
Oculto e Aterrorizada para perceber a presença desse moderno clichê
que parece servir de engodo às histórias sem conteúdo ou originalidade. Ao ler
a sinopse de A Última Casa da Rua e acompanhar sua sequência inicial, já
esperava por algo similar, mas por um momento o filme conseguiu que eu
acreditasse que estava vendo algo superior. Apenas por um momento.
O filme, como de costume, nos
apresenta logo de cara a uma cena de flashback. Uma garota visivelmente perturbada
mata cruelmente seu pai e sua mãe sem motivo aparente. Já no presente, Elissa (Jennifer Lawrence) e
sua mãe Sarah (Elisabeth Shue) se mudam para uma remota região circulada por mata.
Perto dali existe uma casa que descobrimos ser o local do homicídio mostrado no
início do filme, ocorrido anos antes. O filho do casal morto, Ryan (Max Thieriot) parece
morar sozinho na antiga casa e logo Elissa faz amizade com ele, mas descobre que ele
pode guardar um segredo muito macabro.
O filme começa bem ao utilizar a
óbvia, porém eficiente estratégia de colocar as protagonistas em um local ermo
e cercado de floresta, o que contribui para estabelecer o clima opressor do local.
Além disso, o primeiro ato do filme caminha em ritmo lento, mas interessante
por permitir a criação de uma boa dinâmica entre os personagens. O primeiro
‘mistério’ nos é revelado com menos da metade da projeção, o que me fez
acreditar que o desfecho da trama seria o oposto daquilo que esperava
inicialmente. No fim do segundo ato, o filme conseguiu me prender justamente
pelo carisma e atuações de Jennifer Lawrence e Max Thieriot, mas não demorou para que
nos minutos finais a trama se revelasse como uma colagem de clichês com um plot
twist bobo e inverossímil no final. Para ter uma ideia do desastre, após
Ryan ser alvejado por Elissa, ele cai aparentemente morto e Elissa vai
verificar. Nesse momento no cinema, uma garota de uns 12 ou 13 anos,
acompanhada pela mãe, e que estava sentada na poltrona à minha frente, comentou
que Ryan iria subitamente se levantar, assustando a mocinha e a plateia. Esse clichê pode
ter funcionado com Elissa, mas com o público não funcionou.
Curiosidades:
O filme foi feito no formato 2-perf Technicoscope para garantir ao filme uma imagem granulada típica dos filmes de terror antigos e economizar dinheiro. Apesar disso, "Filmado em Panavision" é mostrado nos créditos;
O filme foi originalmente previsto para 2003, com Richard Kelly (Donnie Darko) escrevendo o roteiro.
Elenco: Sarah Michelle Gellar (Karen),
Jason Behr (Doug), Grace Zabriskie (Emma), Clea Duvall (Jennifer), William
Mapother (Matthew), Bill Pullman (Peter), KaDee Strickland (Susan), Rosa Blasi
(Maria), Ted Raimi (Alex), Ryo Ishibashi (Nakagawa), Yoko Maki (Yoko), Yuya
Ozeki (Toshio), Takako Fuji (Kayako), Hiroshi Matsunaga (Igarashi)
SINOPSE: O filme gira em torno de Karen, uma assistente social que, depois de visitar uma estranha casa amaldiçoada após assassinatos ocorridos em um momento de terror, vê sua vida virar de cabeça pra baixo. Ela tenta resolver o mistério por trás da maldição, que cresce e se altera de acordo com suas vítimas. É uma cadeia de horror que não perdoa ninguém.
"Ela nunca perdoa, ela nunca esquece"
Pegando
carona na onda de adaptações de filmes de horror orientais ocorrida no início
dos anos 2000, Sam Raimi (que já esboçava neste filme uma volta ao gênero que o
consagrou) foi até o Japão para buscar o diretor Takashi Shimizu para dirigir
uma versão estadunidense de sua série clássica Ju-On. Escolha de certa
forma acertada, já que com apenas parte do elenco e produtores americanos, toda
a equipe com a qual Shimizu vinha trabalhando se manteve com ele e produziu
pouquíssimas mudanças em relação ao enredo original. Entretanto, se a produção
acerta em alguns pontos, erra feio em outros.
A
trama gira em torno de uma família americana que se muda para uma casa no Japão
que foi cenário de um brutal crime três anos atrás. Nele, um homem mata sua
esposa Kayako e seu filho Toshio. Seguindo uma tradição nipônica, quando alguém
morre tomado de um grande ódio, uma maldição é criada no local da morte. E todo
aquele que confrontar a maldição será também vítima dela. Azar da família, que
vê todos os seus membros empacotarem ao longo da trama. Azar também da
assistente social Karen (Sarah Michelle Gellar) que fica incumbida de tomar
conta de uma senhora pertencente à família citada (Grace Zabriskie) após a
assistente anterior Yoko (Maki) desaparecer, e que logo testemunhará os
mistérios sombrios da casa.
Apesar
de necessitar constantemente de um tradutor para se comunicar com os atores, o
diretor Shimizu consegue se virar bem e criar um bom clima de tensão quase
ininterrupta, contribuindo para isso a trilha sonora do sempre eficiente
Christopher Young (Hellraiser, A Entidade, Arraste-me Para o Inferno, O Exorcismo de Emily Rose, O Mistério das Duas Irmãs), sustos bastante eficientes (com
destaque para a sequência que começa nas escadarias de um prédio e termina em
um apartamento) e as atuações mais contidas de todo o elenco, com destaque para
Ryo Ishibashi, que transmite ao seu personagem, o detetive Nakagawa, a seriedade
e a verossimilhança necessária, já que não se mostra em nenhum momento
descrente tendo em vista os fatos ocorridos anteriormente na casa, e age muito
sutilmente em algumas cenas (repare quando ele está assistindo à fita de
segurança e se sente extremamente intrigado e olha para trás, como geralmente
fazemos em momentos de medo). No entanto, se a narrativa nada coesa do filme
contribui para os sustos já citados, ela prejudica imensamente a compreensão da
história, e mais ainda a identificação com os personagens, já que basta uma
cena para eles deixarem o filme (com exceção de Karen, seu namorado e o detetive).
Aliás, é pertinente perguntar algumas questões sobre as mortes: Por que alguns
vivem mais (o filme todo praticamente) enquanto para outros basta entrar na
casa para baterem as botas? Por que a personagem de Yoko tem sua mandíbula arrancada, já que
aparentemente os outros personagens morreram de choque ou ataque? Por que o
fantasma de Toshio aparece de maneira amigável para Karen e por que esta
consegue sobreviver por tanto tempo? Por que o personagem de Ted Raimi (irmão
de Sam e gente fina, mas que sempre faz apenas pontas em vários filmes)
desaparece ao se confrontar com Yoko? E por que é necessário que Susan
(Strickland) abra a porta de seu apartamento para que seja atacada pela
maldição? Perguntas sem respostas que refletem os vários furos existentes na
até interessante narrativa, mas que visivelmente careceu de maior substância.
Curiosidades:
O som
que se ouve quando o fantasma de Kayako ataca é o som de quando o
pescoço é quebrado; sem poder respirar ou engolir, o som é parecido com o
mostrado no filme;
Antes do
ínicio das filmagens, elenco e equipe de produção estiveram presentes em
uma cerimônia para abençoa-los que nada de mal os acontecesse durante o
filme.
Aportando no dia 4 de janeiro nos Estados Unidos e dia 8 de Fevereiro de 2013 no Brasil, mais uma versão do clássico de Tobe Hooper, O Massacre da Serra Elétrica, desta vez seguindo a tendência 3D, se passa décadas depois dos eventos do primeiro filme. Desta vez, uma jovem herda uma propriedade no Texas e leva alguns amigos para conhece-la, mas encontra muitos mistérios no porão embaixo da casa.
Para começar bem mais uma semana de trabalho, nada melhor que imagens fresquinhas do novo remake do clássico Carrie. As imagens foram originalmente divulgadas na página do Facebook do filme. Confira:
"O nome daquela estrela deve ser ??? absinto e eles devem ser amaldiçoados com escorpiões"
Pedaço de papel encontrado na mochila de Carrie White. O que significa?
"Ninguém quer acreditar, nem mesmo agora. Você e todas as outras pessoas que lerão o que escreverem vão desejar que eles tivessem rido disso e me achado uma louca que ficou tempo demais no sol. Mas aconteceu..."
Enquanto aguardamos a estreia do filme (prevista para Março de 2013 nos Estados Unidos e no Brasil), ficamos com o trailer, o cartaz e a sinopse abaixo. Mais informações no site oficial
SINOPSE: Carrie White é uma adolescente solitária e esquisita que é constantemente intimidada pelas colegas de escola e castigada em casa pela mãe fanática religiosa. Mas Carrie tem um segredo: Ela foi abençoada com o estranho poder da telecinese; e quando seus colegas decidem pregar uma peça nela em pleno baile, logo eles descobrirão uma lição mortal: Se brincar com fogo, pode se queimar.
Elenco: Natasha Calis (Em(ily)), Madison Davenport (Hannah), Kyra Sedgwick (Stephanie), Jeffrey Dean Morgan (Clyde), Jay Brazeau (Professor McMannis), Matisyahu (Tzadok), Grant Show (Brett), Rob Labelle (Russell), Nana Gbewonyo (Darius), Anna Hagan (Eleanor), Brenda Crichlow (Senhorita Chandy), Iris Quinn (Médica), Graeme Duffy (Técnico de Laboratório), David Hovan (Adan).
SINOPSE:Uma jovem garota compra uma estranha e antiga caixa em uma venda de quintal, não sabendo que dentro da caixa vive um demônio ancestral e maldoso. Seu pai (Jeffrey Dean Morgan) tenta então se alguma maneira lutar para que sua filha se livre dessa maldição.
“Tema o Demônio que não teme a Deus”
PODE CONTER SPOILERS
Não há nada de novo debaixo do Sol em se tratando de filmes de exorcismo. Menos ainda quando tratamos de filmes bons ou inovadores. Em seu segundo filme em Hollywood, o diretor dinamarquês Ole Bornedal entrega um filme apenas correto, com a produção de Sam Raimi, que está voltando às raízes do horror que o lançaram na trilogia Evil Dead. Em Arraste-me Para o Inferno, Raimi ficou na direção e conseguiu criar um bom filme de entretenimento, com uma história original e toques de humor muito bem encaixados. Infelizmente o mesmo não pode ser dito aqui.
Explorando o tema de exorcismo e contendo várias referências a filmes já produzidos, como o clássico O Exorcista, o filme Possessão conta a história de uma família que vive momentos difíceis. Pouco tempo após o divórcio de seus pais (Sedgwick e Dean Morgan), duas garotas vivem momentos diferentes. Enquanto a mais velha (Davenport) parece lidar bem com a situação, a caçula Em (a talentosa Calis) não aceitou bem a situação, embora continue sendo uma menina doce e meiga. Quando ela compra uma velha caixa em uma venda de quintal, no entanto, seu comportamento muda, ela passa a produzir uma obsessão envolvendo a caixa e estranhos fatos começam a acontecer, como uma súbita invasão de mariposas no quarto de Em. Procurando pelos motivos de tal comportamento, seu pai acaba encontrando respostas na lenda de Dybbuk, uma caixa para aprisionar espirítos malignos. Agora ele tem que correr contra o tempo para tentar salvar sua filha.
Com uma história simples como essa, o diretor tenta estabelecer um clima desconfortável logo no início, utilizando uma boa fotografia, que favorece o clima sombrio, bem como a trilha sonora instrumental, que ao não conter nenhuma música cantada ou famosa (há somente uma música diegética no começo) também contribui para o envolvimento com o filme. Mas a partir do segundo ato o filme degringola, ao acelerar o ritmo e entregar soluções simplistas e clichês demais, com destaque para os sustos sempre baseados no aumento da trilha. Outro ponto crucial para o insucesso do filme reside na atuação do cantor Matisyahu, que interpreta um judeu incumbido da tarefa do exorcismo. Além de fraco em um papel que seria tão importante, ele serve como alívio cômico para um filme que nem de longe precisava disso, soltando pérolas como "Eu odeio hospitais, pessoas morrem aqui", que em vez de soar engraçada soa constrangedora. Parece que Sam Raimi queria criar um novo Arraste-me Para o Inferno, mas o resultado é que embora eficiente em certos pontos, Possessão fica devendo mais na sua proposta.
Curiosidades:
Foi originalmente classificado pela MPAA como R (16 ou 18 anos no Brasil), mas o filme teve alguns cortes para receber a classificação PG-13 (14 anos no Brasil);
Enquanto estava promovendo o filme, Jeffrey Dean Morgan reportou que estranhos eventos aconteceram durante as filmagens, como luzes explodindo e um incêndio ocorrendo no estoque de itens de cena.
Contos do Dia das Bruxas ( Trick’r Treat, EUA, 2007)
Direção: Michael Dougherty
Elenco: Anna Paquin (Laurie), Dylan Baker (Diretor Wilkins), Brian Cox (Sr. Kreeg), Lauren Lee Smith (Danielle), Quinn Lord (Sam/Tommy), Moneca Dellain (Janet), Tahmoh Penilkett (Henry), Brett Kelly (Charlie), Britt McKillip (Macy), Isabelle Deluce (Sara), Jean-Luc Bilodeau (Schrader), Alberto Ghisi (Chip), Samm Todd (Rhonda), Leslie Bibb (Emma), Connor Levins (Billy), James Wilson (Alex), Zip (O cachorro Spite).
SINOPSE: Esta é uma comemoração horripilante, de humor negro, sobre a mais assustadora noite do ano. O filme apresenta quatro contos intercalados e ambientados na noite de Halloween: o diretor de um colégio (Dylan Baker) desabrocha ao luar como um terrível assassino serial; a jornada de uma jovem virgem (Anna Paquin) por alguém especial tem uma reviravolta extraordinária; um grupo de adolescentes executa uma cruel travessura com consequências desastrosas; e um velho briguento (Brian Cox) combate um demônio muito disposto a travessuras e gostosuras.
“Se você não seguir as regras esta noite, não viverá para ver o amanhã”
O Dia das Bruxas, ou Halloween, é uma festa comemorada no dia 31 de Outubro
em diversos países, principalmente naqueles que possuem origem
europeia, tendo se iniciado com o povo Celta e depois em países como
Irlanda e Escócia, chegando finalmente nos Estados Unidos, sendo comum
nesse país os desfiles, brincadeiras na rua, fantasias, comidas
especiais e maratonas de filmes de horror, não demorando para que logo, o
cinema americano explorasse o filão da data especial.
Entretanto, entre filmes pequenos e grandes, a maioria deles nunca
explorou de fato o íntimo das tradições da data, mas alguns ficaram na
memória dos fãs de horror por momentos especiais, como os bons A Noite dos Demônios (1988), Possuída (2000) e May – Obsessão Assassina (2002), que trataram o Halloween apenas como ‘parte do cenário’, ou em cenas específicas, não sendo o feriado o tema central dos filmes. Temos também filmes pequenos, como O Ajudante de Satã (2005), Jack-O (1995) e The Pumpkin Karver (2006), que, se por um lado, foram inteligentes ao abordar o Dia das Bruxas
como seu tema central, por outro se entregaram a clichês batidos do
gênero, além de possuírem orçamentos baixos e falhas técnicas que
fizeram com que seus filmes nunca chegassem a um número grande de
espectadores. Por último e como caso mais marcante, temos o ótimo
clássico de John Carpenter, Halloween – A Noite do Terror (1978), que abordou o mal no cinema como nunca visto, através da figura do maníaco Michael Myers,
que se tornou influência para nove entre dez slashers que surgiriam nos
anos posteriores. Mas, ainda assim, o filme de Carpenter apenas
utilizou as tradições como pano de fundo, exibindo toda a sua maestria
no desenvolvimento do suspense e dos personagens.
Com isso, chega a ser surpreendente que somente em 2007 um filme com
grandes estrelas na produção e no elenco chegasse ao grande público.
Esse filme é Contos do Dia das Bruxas, dirigido e escrito por Michael Dougherty (responsável pelos roteiros de X-Men 2 (2003), Superman – O Retorno (2006) e Lenda Urbana 3 (2005)), produzido por Bryan Singer (diretor de dois filmes da série X-Men) e estrelado por, entre outros, Anna Paquin (do seriado True Blood (2008-) e do filme Pânico 4 (2011)) e Brian Cox (veterano no cinema, presente em filmes como Rastros de Vingança (2008) e Zodíaco (2007)).
O filme se apresenta como uma antologia de várias histórias, que
possuem como fio condutor uma simpática, porém perigosa criatura. E
podemos dizer que esse foi o primeiro grande acerto de Dougherty ao
conceber o filme, já que o formato de narração (que, inclusive, adota
uma montagem paralela com histórias em quadrinhos incorporadas às
imagens que vemos entre uma história e outra) funciona maravilhosamente
bem para o tema, já que o filme não aborrece ou cai no tédio em nenhum
momento e ainda aproveita para criar histórias com variados temas entre
si, que entretém ainda mais o espectador, que encontra temas comuns ao Dia das Bruxas, como maldições, lendas urbanas (entre elas, a das lâminas escondidas dentro de doces), vampirismo e lobisomens.
Produzido pela Legendary Pictures, Bad Hat Harry Productions e Warner Bros., o filme tem seus eventos iniciados na noite de Halloween, onde o casal Emma e Henry
(Leslie Bibb e Tahmoh Penikett) voltam para casa após uma das festas
que estão acontecendo na cidade, com ela visivelmente contrariada com a
bagunça deixada pelas decorações do feriado. O que ela talvez não saiba é
que, para o seu azar, há alguém disposto a não deixar que ninguém acabe
com as tradições da data. A partir desse pequeno prólogo, somos
apresentados aos personagens das quatro histórias que compõe o filme, e é
bom avisar aos cinéfilos mais conservadores que o filme não adota uma
cronologia rígida, nem um formato de narrativa clássica, fazendo idas e
voltas no tempo para conduzir seu roteiro. Entre as quatro histórias,
temos o assassino em série que pode ser o vizinho pacato da porta ao
lado, um grupo de crianças que arma um trote que pode acabar mal, uma
jovem virgem que pode ter sua “iniciação” em um ritual não menos que bizarro, e finalmente a história que encerra o filme, que nos mostra um Brian Cox
perfeitamente encarnado em um velho rabujento e solitário, mas que
esconde um segredo muito macabro em seu passado, e que agora tem que
acertar as contas com aqueles que prejudicou.
Demonstrando a boa utilização do humor negro em diversos pontos do
longa, Dougherty confere uma certa leveza e um caráter cartunesco ao seu
material, o que pode aparentar uma atenuação às diversas cenas de
violência apresentadas no filme (que apresentam um bom trabalho de
maquiagem de efeitos) porém, mais do que isso, essa mescla entre
ingenuidade e brutalidade serve também para marcar a conotação leve,
divertida e descompromissada, ainda que macabra, que o Halloween ganhou ao aportar nos Estados Unidos, e esse é o grande trunfo da obra. Servir como uma ode ao Dia das Bruxas, uma homenagem que com certeza entra para o rol de grandes filmes de horror lançados na última década.
NOTA: Republicada em 02 de Novembro de 2013, a crítica também foi publicada no site Boca do Inferno
Curiosidades:
O filme foi baseado e teve origem na ideia de Dougherty para seu curta animado Season's Greetings. Você pode acompanhá-lo aqui
O nome do personagem Sam deriva de Samhain, o nome do festival Celta que deu origem ao Dia das Bruxas;
A maioria das abóboras foram feitas de espuma ou cerâmica. Uma piada interna é de que "nenhuma abóbora foi ferida durante a produçao do filme".
SINOPSE: Uma mulher leva a família de volta à antiga casa onde passou sua infância, onde ela decide abrir um orfanato para crianças com deficiências. Não demora muito para que seu filho comece a se comunicar com um novo amigo invisível.
“Nenhum segredo permanece oculto para sempre”
De volta aos trabalhos, esta resenha é dedicada especialmente à minha querida Jéssica, que foi para além de leitora, uma grande inspiradora. Dedico também aos amigos especiais Renato, Eduardo, Sixx e Lucas. O blog também existe graças ao vosso apoio.
Gente latina talentosa como Alejandro Amenábar, Guillermo Del Toro e agora Juan Antonio Bayona demonstra muita qualidade ao lidar com o cinema de terror. Para o seleto grupo de obras-primas como Os Outros e A Espinha do Diabo entra agora O Orfanato.
Belén Rueda interpreta com entrega Laura, casada com Carlos (Cayo) e mãe adotiva de Simon (Príncep), ela se muda para o lar onde passou sua infância, um antigo orfanato. Ela também planeja transformar o lugar em um lar para tratamento com crianças com deficiência, embora antes que isso possa se concretizar, Laura vê seu filho cada vez mais envolvido com amigos invisíveis que podem ser mais reais do que ela pensa, e que podem guardar um segredo sinistro.
O filme é belíssimo, construído com cuidado em cada detalhe, do som até a fotografia. Constitui-se como um drama de horror que constrói a tensão em um nível cada vez mais alto e sufocante. Assim, se no início somos apresentados à dinâmica genuinamente familiar representada pelas boas atuações do elenco, isso serve para que aumentemos a empatia com eles e assim soframos mais com o que virá a seguir. Há sustos sutis eficientes, bem como imagens chocantes que dificilmente deixarão sua mente tão cedo. O filme perde o ritmo em pouquíssimos momentos, mantendo a tensão quase ininterrupta, abrindo terreno para um desfecho triste e de bom gosto. Programão.
Curiosidades:
Mais de 400 crianças fizeram teste para o papel de Simon;
Para quem é brasileiro, deve conhecer o Sr. Barriga do seriado Chaves. Edgar Vivar faz um papel menor nesse filme;
Recebeu 10 minutos de palmas no Festival de Cannes;
Hoje estou triste, cheguei em casa depois da faculdade, abri meu perfil no Facebook como de costume e também como de costume entrei no perfil de uma amiga muito querida, pois ela estava doentinha. Infelizmente não encontrei notícias de sua melhora, infelizmente encontrei o contrário disso. Encontrei que você tinha partido. Encontrei homenagens dos seus amigos em tom de despedida. Não encontrei um tom de esperança, encontrei lágrimas, lágrimas que não pude conter quando finalmente percebi que você não ia voltar. Que não ia mais pedir aquela dica de filme de terror. Que não ia mais postar seus vídeos no Youtube. Que não ia mais dizer Oi, que não ia falar mais do frio (ou do calor) que faz aí no Sul. Que não ia mais falar de música, ou de qualquer outro assunto. Que não ia mais poder realizar seus sonhos. Que não ia mais ser essa amiga, que embora virtual, era importante demais para mim. Será que estou tendo um sonho ruim?, é o que me vem a cabeça agora, me belisco e não encontro conforto. Lembro também de como te conheci de fato. Nunca te disse, mas antes de te adicionar no Filmow, eu já te conhecia. Conhecia seu Tumblr, fui eu que te indiquei o filme "Escrito nas Estrelas" anonimamente quando você pediu sugestão de um filme romântico, e que comentou a canção "All Apologies" que tocava enquanto eu lia seus lindos textos cheios dos mais verdadeiros sentimentos. Faltam as palavras que você merecia de verdade, pois você merecia tudo de melhor, mas uma coisa é certa: Você nunca será esquecida por mim, lembrarei de você em cada dia, que estiver escrevendo nesse blog, ou ouvindo Guns, ou assistindo filmes, ou pensando sobre a possibilidade maravilhosa que me foi dada de ter te conhecido, de ter tido a oportunidade de saber mais sobre você, de ter aprendido com você, ao mesmo tempo em que a efemeridade do tempo não permitiu que convivesse com você (mesmo que à distância) por mais de um ano. Tudo foi tão rápido e por isso mesmo, tão trágico. Não queria estar escrevendo estas palavras, mas minha admiração e amizade por você fazem que no mínimo eu te preste uma homenagem. Muito obrigado por participar de minha vida, sinto sua falta. Te amo.
Em Abril um boato começou a circular na internet de que Sam Raimi estava pensando em refilmar o clássico Poltergeist. O Hollywood Reporter rapidamente divulgou que Sam Raimi estava apenas produzindo o filme. Agora o THR mudou a história novamente.
Em um novo artigo recém postado no THR, nós encontramos essa informação. Aparentemente David Lindsay-Abair está escrevendo o roteiro para um remake de Poltergeist,a ser dirigido por Raimi. No que dará? Não sabemos. Mas descobriremos logo, isso é certo.
A reimaginação de Poltergeist originalmente tinha Vadim Perelman (Casa de Areia e Névoa) cotado para dirigir, mas então faltou dinheiro na MGM e o projeto sofreu uma parada na produção.
Outros remakes
Enquanto o remake de Poltergeist não anda, as novas versões de Carrie e Evil Dead já tem trailers.
Elenco: Todd Giebenhein (Homem de Vermelho - Thomas Ziegler), Diane Ayala Goldner (Sra. Sorenstram), Georgina Reylance (Michelle), Dodie Brown (Fantasma do beco), Jamie Bamber (Stephen), Claudia Templeton (Lisa), Lee Garlington (Tia Carmen), Karley Scott Collins (Justine), Boti Bliss (Marta), John Gulager (Homem na ponte), Grant James (Tio Pete).
SINOPSE:O mundo já não é mais o mesmo depois da invasão dos fantasmas através da internet. As cidades estão desertas, as tecnologias foram banidas e os humanos sobreviventes passam a encarar a vida sem eletricidade para evitar um novo confronto com os espectros. Muitos dos fantasmas estão presos à realidade, repetindo constantemente o ato que conduziu-os à morte. Mas, há fantasmas que negam a fatalidade e não sabem que estão mortos. Eles continuam a assombrar seus lares, encobrindo o medo de que um dia poderão se afastar de lá.
Sequência do filme de 2006, Pulse 2 mostra como a Terra se tornou um lugar morto, e perigoso. Depois de quase matar a filha Justine (Scott Collins), Michelle (Reylance) se torna ao morrer em um fantasma que a persegue constantemente. Para protegê-la, seu pai (Bamber) parte com Justine em busca de um local seguro, longe dos fantasmas que utilizam a rede para se manifestar.
Como
não assisti ao primeiro filme (que por sua vez já é um remake), analisarei o título de forma independente.
O filme começa meio desconexo, apresentando personagens e situações não identificáveis à princípio. Mas o filme consegue crescer a partir do segundo ato,com o diretor Soisson conseguindo criar um clima interessante com o apoio de parte de trilha
sonora e parte da fotografia, que consegue estabelecer um ambiente de
desolamento e morte, e desenvolve bem a trama até certo ponto do filme. Outro
ponto interessante foi o fato de usarem a frequência vermelha como proibida aos
fantasmas (Shyamalan sempre usou em seus filmes a cor com este significado).
Mas
o filme se entrega por muitas vezes às chatas convenções do gênero, como os
sustos baseados no repentino aumento da trilha e algumas situações simplesmente
impossíveis de acontecer diante do contexto do filme, como na cena em que um
homem, mesmo sabendo dos perigos de uma infecção, faz sexo com uma mulher.
Assim,
se por um lado ficamos mais desolados do que com medo, graças também aos
pouquíssimos diálogos presentes no filme que aumentam esta sensação, ficamos decepcionados com o excessivo
caráter comercial representado pela falta de boas ideias. No final fiquei positivamente
impressionado devido à baixa receptividade pelo público e críticas americanas. Vale a pipoca.
A Casa dos Mortos 2 (House of the Dead 2, EUA,
2005)
Direção: Michael Hurst
Elenco: Emmanuelle Vaugier (Alexandra 'Nightingale' Morgan), Ed Quinn (Ellis), Sticky Fingaz (Dalton), Steven Monroe (O'Conner), Victoria Pratt (Henson), James Parks (Bart), Dan Southworth (Nakagawa), Billy Brown (Griffin), Nadine Velazquez (Rodriguez), Ellie Cornell (Jordan Casper), Sid Haig (Professor Curien).
SINOPSE: Um vírus aparece em uma universidade e alunos e funcionários começam a se transformar em zumbis. Depois de 29 dias, uma equipe de cientistas da AMS e membros do exército são enviados para resolver o problema. Mas enquanto eles procuram, as coisas dão errado.
Difícil encontrar alguma razão para este filme ter sido produzido. O antecessor, House Of the Dead, dirigido pelo "pior diretor do universo" Uwe Boll, foi um fracasso de crítica e bilheteria e ganhou o título de um dos piores horrores já produzidos (no mal sentido, mesmo). Custando 6 milhões de dólares, House Of the Dead 2 conta a história de um campus que acaba sendo palco de uma infestação zumbi que desperta a atenção de uma equipe científica e também do exército nacional. História óbvia, resultado óbvio.
É
interessante quando um filme de horror se propõe a não se levar a sério e
adotar o estilo trash, palavra muito usada por cinéfilos que nem sempre
corresponde ao seu verdadeiro significado. Mas House Of The Dead 2 falha
miseravelmente seja no aspecto sério do horror, seja na comédia voluntária.
Para começar temos as atuações toscas, mas que são ruins porque os atores são
ruins mesmo, e não por causa de um aspecto intencional. Faço uma exceção nesse quesito para
o veterano e sempre eficiente Sid Haig (A Casa dos 1000 Corpos) cuja
participação é mínima. Ao mesmo tempo em que o filme para compensar a falta de
ideias nos joga direto “na ação”, demonstra uma incompetência tamanha
apresentando os clichês mais básicos de nudez e sexo no cinema de horror e
comédia, usados sem propósito até mesmo na cena em que o Doutor doidão
interpretado por Sid Haig “zumbifica” uma gostosa, deixando-a nua. Precisava
fazer isso? Ou foi só para mostrar o belo corpo da “atriz”? Outro erro ocorre nessa mesma cena. Se o Doutor já esperava que a moça fosse
acordar como zumbi, por que não a prendeu ou amarrou?
E
essa, acreditem, é a melhor parte do filme. No restante o filme se entrega à
total morosidade do roteiro, mesclando elementos da insossa refilmagem de Dia
Dos Mortos (mas que pelo menos, se leva a sério) e de outro trash, A
Volta dos Mortos Vivos: Necropolis que se saiu melhor em sua abordagem
descompromissada. Assim, acompanhamos com enorme tédio noventa minutos de
diálogos rasos e batidos, intercalados com mortes que nada têm de chocantes ou
nojentas, com direito a situações babacas e sem graça, como quando um soldado
luta com um zumbi (sendo mordido, é claro) sendo que tinha uma arma à sua
disposição e um colega próximo. Pior ainda é no momento em que um personagem
decide se camuflar em zumbi, banhando-se em tripas de um morto. Ele não leva a
arma consigo, porque segundo ele, zumbis sentem o “cheiro de pólvora” (!)
Existem bons e maus trash, e infelizmente House of The Dead2
está no segundo grupo. Talvez os jogos sejam melhores...
Curiosidades:
O próprio diretor Uwe Boll desejou 'boa sorte' aos membros do filme. Ele não pôde dirigir essa sequência porque estava fazendo BloodRayne.