sexta-feira, 13 de março de 2015

Renascida do Inferno (2015)

Renascida do Inferno (The Lazarus Effect, EUA, 2015)
Diretor: David Gelb
Elenco: Olivia Wilde (Zoe), Mark Duplass (Dr. Frank), Sarah Bolger (Eva), Evan Peters (Clay), Donald Glover (Niko), Ray Wise (Mr. Wallace), Scott Sheldon (Guarda do prédio), Emily Kelavos (Garotinha), Amy Aquino (Presidente Dalley), Sean T. Krishnan (Advogado).
SINOPSE: Um grupo de estudantes de medicina está fazendo uma pesquisa sobre o cérebro humano, quando acidentalmente matam uma colega. Desesperados para reanimá-la, eles conseguem trazer a garota de volta à vida, mas despertam também uma força maligna. Enquanto tentam se proteger do perigo, eles também devem impedir que a amiga saia do hospital e mate as pessoas ao redor. © Paris Filmes



"O Mal Prevalecerá"





Em Renascida do Inferno, um grupo de cientistas liderado por Frank (Mark Duplass) e Zoe (Olivia Wilde, de Cowboys e Aliens e O Preço do Amanhã) desenvolve em suas pesquisas um tipo de soro que é capaz teoricamente de reativar áreas neuronais mortas, o que poderia fornecer uma cura para diversas doenças, mas na prática é utilizado com segundas intenções, já que o médico líder da equipe, Dr. Frank pretende utilizar a descoberta para desfazer o processo da morte, utilizando cobaias animais no processo. Após conseguirem trazer um cão de volta à vida, o grupo percebe um comportamento estranho do animal, causado pela não dissipação do soro em seu organismo, o que causa potencialmente um aumento anormal da capacidade cerebral. Não é preciso bola de cristal (inclusive o próprio trailer revela) para adivinhar que após a morte acidental de Zoe no laboratório, o desesperado Frank imediatamente testa o soro na moça, o que a traz de volta ao mundo dos vivos, “levemente” alterada, com capacidade, por exemplo, de mover objetos com a mente e ouvir os pensamentos de seus colegas, aspectos aliados a um ligeiro instinto assassino. É isso mesmo que o leitor deve estar pensando: uma mistura indigesta que mistura elementos de Cemitério Maldito, Lucy, Linha Mortal e Carrie, A Estranha.

Dirigido pelo estreante em longas-metragens David Gelb, o filme aposta o cerne da sua narrativa num imbróglio envolvendo uma experiência traumática na infância da personagem Zoe e nos eventos de quase-morte, apostando em sustos burocráticos que são previsíveis e sequer servem para fazer o espectador pular da poltrona, já que todos são antecipados. Além disso, a trama apresenta personagens unidimensionais e estereotipados (o pesquisador irresponsável e piadista, a mocinha certinha, a cientista obstinada, mas religiosa, etc), e em nenhum momento procura criar empatia para com aquelas pessoas, que são basicamente os únicos personagens do filme.

Ao todo, poucas cenas se salvam, naqueles que são raríssimos momentos onde há alguma tentativa de construir uma atmosfera sombria, como na cena em que dois personagens se encontram em desespero após um blecaute que é quebrado apenas por rápidos flashes que parecem revelar uma presença cada vez mais ameaçadora.

Não conseguindo se concentrar em nenhum ponto de sua história, o filme soa apressado, pois logo abandona qualquer tópico que apresenta a serviço de algum sustinho ou alguma cena esquemática. Esse aspecto, apesar de conferir mais fluidez à narrativa, acaba deixando a impressão (não só a impressão) de que o roteiro de Luke Dawson e Jeremy Slater tem dificuldade em encontrar um rumo, indo “direto ao ponto” em várias situações e não desenvolvendo nenhuma delas, sendo incompetente em criar tensão ou suspense, e perdendo a chance de desenvolver minimamente os personagens.

Raso como um pires em suas tentativas de abordar questões complexas concernentes à ciência e religião, o filme acaba descambando para um final atabalhoado e genérico, apostando em um CGI de gosto e qualidade duvidosos e deixando a desagradável sensação de um gancho para uma eventual sequência que esperamos nunca ter que ver.






 Trailer:
 

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