Diretor: Taylor Hackford
Elenco: Kathy Bates (Dolores Claiborne), Jennifer Jason Leigh (Selena St. George), Judy Parfitt (Vera Donovan), Christopher Plummer (Detetive John Mackey), David Strathairn (Joe St. George), Eric Bogosian (Peter), John C. Reilly (Frank Stamshaw), Ellen Muth (Selena Jovem), Bob Gunton (Sr. Pease), Ruth Marshall (Secretária), Wayne Robson (Sammy Marchant).
SINOPSE: Dolores Claiborne mora numa cidade do interior, onde trabalha como
empregada de uma mulher muito rica. Esta um dia aparece morta, e Dolores
é tida como principal suspeita. A filha, influente jornalista em Nova
York, reencontra a mãe após vários anos na tentativa de ajudá-la, mas
antes terá superar os traumas de infância. Assustadoras descobertas
virão à tona. Baseado na obra de Stephen King.
O primeiro romance
de Stephen King a ser escrito completamente em primeira pessoa e sem
divisão em capítulos (esse último aspecto usado também em Cujo),
Eclipse Total (ou Dolores Claiborne) é um livro de
1992 que é mais uma de suas histórias que se distanciam (pelo menos
em grande parte) do universo sobrenatural característico da maior
parte de sua obra. Constituindo-se como um thriller
psicológico, o romance também é interessante por ter uma ligação
narrativa e também temática com outro trabalho do autor, Jogo
Perigoso, também de 1992 e que
originalmente fazia parte de um projeto chamado In the Path
of the Eclipse (em ambos há a
ocorrência de um eclipse total como parte das tramas, embora a ideia
tenha sido posteriormente rejeitada por King). Como se tornou
tradição no cinema americano, os sucessos literários não demoram
muito tempo a serem transpostos para as telonas e três anos foram o
suficiente para que a obra fosse adaptada pelo roteirista Tony Gilroy
(responsável pelos roteiros da franquia Bourne)
e dirigida por Taylor Hackford (Advogado do Diabo),
mudando por razões óbvias a narrativa em forma de monólogo do
livro para um formato padrão. O longa conta a história de Dolores
Claiborne (Bates) que cuidava sozinha da velha e rica Vera Donovan
(Parfitt) em uma pequena e isolada cidade no Maine. Um dia a senhora
aparece morta ao pé da escada e Dolores surge como a única
suspeita. Sua filha Selena (Jason-Leigh), uma jornalista de Nova
Iorque, surge após mais de uma década sem ver a mãe e conflitos
familiares se desenrolam, revelando segredos do passado ao mesmo
tempo em que acompanhamos as investigações sobre a morte de Vera.
Beneficiado por boas atuações num elenco homogeneamente competente,
Hackford emprega uma direção convencional ao mesmo tempo em que
entrega uma estética bastante virtuosa utilizando a saturação e a
dessaturação da fotografia de Gabriel Baristain, respectivamente
quando emprega o passado ainda esperançoso e quente em oposição ao
presente frio e denso das personagens. Há ainda a fluidez na
montagem de Mark Warner que confere um maior dinamismo e fluidez à
narrativa que é em sua essência bastante lenta. A trilha sonora
pesada e simples mais atrapalha do que ajuda na construção do
filme, que acaba se parecendo nesse aspecto mais como um telefilme de
Sessão da Tarde. E embora a transição passado/presente acabe até
ajudando como já mencionado (algo difícil de ocorrer já que tais
idas e voltas tendem a fragmentar o roteiro), o filme acaba
descambando para um terceiro ato morno que contém um desfecho um
tanto abrupto e burocrático, não permitindo uma maior conexão com
o espectador.
Contando
com mais acertos do que erros, Eclipse Total
entra no rol das boas adaptações de King, ainda que fique um
sentimento de que poderia ser bem melhor nas mãos de outro
roteirista.
Curiosidades:
-
Stephen King escreveu o papel de Dolores já tendo em mente Kathy
Bates. Ele havia ficado impressionado quando encontrou com a atriz
durante as filmagens de Louca Obsessão;
-
Durante a briga entre Dolores e seu marido, ela menciona que ele pode
ir parar em Shawshank pelo que fez. Shawshank faz parte do título e
o local onde se passa a história The
Shawshank Redemption
(e no filme Um Sonho de Liberdade).
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