Direção: Christopher Smith
Roteiro: Christopher Smith
Elenco: Melissa George, Liam Hemsworth, Joshua McIvor, Jack Taylor, Michael Dorman, Henry Nixon, Rachael Carpani, Emma Lung, Bryan Probets.
SINOPSE: Quando Jess (Melissa George) parte para o alto mar com um grupo de
amigos a bordo de um veleiro, ela tem o pressentimento de que algo está
errado. Seus temores se confirmam quando uma tempestade atinge a
embarcação deixando-os à deriva. Em seguida, um misterioso navio
aparentemente abandonado surge e embarcar parece ser uma boa ideia.
Logo, todos perceberão que não estão sozinhos e que alguma coisa está
caçando os novos tripulantes.
Num filme de
horror comum, os roteiristas parecem se ver obrigados a desenvolver
minimamente os personagens, mas o que acaba importando, em geral, são
as situações pré-concebidas de sustos, mortes violentas ou
reviravoltas. Um dos diferenciais de Triângulo
do Medo é que o roteiro do longa dedica-se a criar uma
atmosfera própria e, sobretudo, um forte perfil naqueles personagens
que acabam se tornando para o espectador pessoas com as quais
passamos a nos importar, o que deixa tudo que o roteiro oferece muito
mais eficiente.
Dirigido pelo
britânico Christopher Smith, o enredo gira em torno de Jess
(George), uma mulher fragilizada e mãe solteira, que embarca num
pequeno barco junto com meia dúzia de pessoas, comandado por Victor
(Hemsworth), um sujeito bacana que parece simpatizar com a moça e
mostra um interesse genuíno nela. O objetivo do mini-cruzeiro é
sair da rotina por algumas horas, mas uma violenta tempestade arruína
a viagem, virando o barco e colocando os sobrevivente à deriva. Como
que por milagre, um gigantesco navio aparece em pleno mar aberto, e o
grupo decide embarcar naquele que julgam ser um providencial
salvamento. No entanto, após adentrarem na embarcação, eles
percebem que não há ninguém a bordo... ou talvez haja.
Fugindo da
obviedade que uma premissa como a do parágrafo anterior certamente
geraria, Smith confere complexidade e peso à narrativa, através de
inúmeros plot twists que
envolvem viagens no tempo e um ambicioso desfecho. Aliás,
curiosamente o longa aposta numa atmosfera quase onírica durante o
longa, numa proverbial fuga da realidade representada pelo iate em
mar aberto, como posteriormente nos escuros, estreitos e
claustrofóbicos corredores no interior do navio, como nos piores
pesadelos, ainda que algumas cenas filmadas utilizando o chromakey
soem excessivamente falsas.
Beneficiado
ainda por um forte elenco principal, Triângulo
mostra uma interpretação de Melissa George (30
Dias de Noite), que
entrega uma performance com forte peso dramático de uma personagem
sofrida e problemática. Já Liam Hemsworth igualmente convence num
papel gentil e despojado, cuja leveza se contrapõe perfeitamente à
caracterização de Jess.
Combinando
de maneira surpreendente um thriller
de horror psicológico com um desafio intelectual, o longa de Smith é
no mínimo um admirável exercício artístico ao conter tantas
reviravoltas e detalhes, conseguindo se manter, ainda assim, coeso e
íntegro em sua lógica narrativa. Ganha o cinema fantástico com
obras como essa gema pouco conhecida.
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