Direção: Robert Rodriguez
Roteiro: Robert Rodriguez
Elenco: Rose
McGowan (Cherry Darling), Marley Shelton (Dr. Dakota Block), Freddy Rodriguez (El Wray), Bruce Willis (Tenente Muldoon), Michael
Biehn (Xerife Hague), Josh Brolin (Dr. Block), Rebel Rodriguez (Tony Block), Jeff Fahey (J.T.), Naveen Andrews (Abby),
Julio Oscar Mechoso (Romy), Fergie (Tammy), Nicky Katt (Joe), Hung Nguyen (Dr. Crane), Cecilia Conti (Paramedica Cecil),
Tommy Nix (Paramedico Nixon), Tom Savini (Policial Tolo), Carlos Gallardo (Policial Carlos), Skip Reissig (Skip), Electra
Avellan (Babá 1), Elise Avellan (Babá 2), Quentin Tarantino (Estuprador 1), Gregory Kelly (Estuprador 2), Troy
Robinson (Soldado), Felix Sabates (Soldado), Danny Trejo (Machete/ trailer Machete), Cheech Marin (Padre/Trailer Machete).
SINOPSE: O casal de médicos William (Josh Brolin) e Dakota Block (Marley Shelton) é surpreendido no hospital por uma multidão de homens e mulheres cheios de feridas e mutilações, que vagam com um suspeito olhar perdido. Entre eles está Cherry (Rose McGowan), uma dançarina de boate cuja perna foi arrancada num ataque noturno. Com uma metralhadora no lugar da perna decepada, ela vai liderar, acompanhada por El Wray (Freddy Rodríguez), um exército de inválidos assassinos.
Embora
possamos afirmar que o projeto Grindhouse, dos cineastas
Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, não tenha atingido seu
objetivo original - incluindo aí um baixo desempenho nas bilheterias
- é igualmente inegável que a parceria, ao mesmo tempo ambiciosa e
simples em seu conceito, foi capaz de ser vitrine de boas ideias,
demonstradas através dos trailers falsos que permeavam os dois
longas na proposta original (alguns dos quais viraram longas), e
também a produção de dois filmes no mínimo interessantes.
Prestando homenagem ao cinema drive-in e ao gênero
exploitation em específico, Planeta Terror é também
uma revitalização do subgênero zumbis, uma vez que seu roteiro
original foi escrito anos antes da explosão que os mortos-vivos
tiveram nos anos 2000. Filmado em película e com um trabalhoso
processo de deixá-lo com aspecto de filme antigo e danificado, o
longa-metragem de Rodriguez também leva a sério a forma
independente de se fazer cinema, com Rodriguez assinando, além da
direção, o roteiro, montagem, música, supervisão de efeitos
especiais e direção de fotografia, além da operação de câmera
(ufa!). O controle sobre todo o processo ajudou a transformar Planeta
Terror num produto autoral e que funciona bem, mesmo se
desvencilharmos a obra de Grindhouse.
Apresentando-nos
primeiramente aos personagens antes de qualquer desenvolvimento, a
trama, que se passa no Texas, é centrada na dançarina de boate
Cherry (McGowan), que, após pedir demissão e sofrer um acidente na
estrada, vai afogar suas mágoas na churrascaria de J.T. (Fahey),
onde encontra por acaso o misterioso Wray (Rodriguez) com quem teve
um caso mal resolvido no passado. Nesse meio tempo Abby (Andrews), um
engenheiro bioquímico, parece ter negócios muito escusos com um
batalhão de soldados liderado pelo Tenente Muldoon (Willis). Ainda
há espaço no roteiro para uma nada saudável relação de casal
entre a anestesista Dakota (Shelton) e o Dr. Block (Brolin), e para
policiais nada eficientes (Biehn, Savini e Gallardo). Todos se veem
em apuros quando uma invasão de zumbis se propaga na cidade, devido
ao vazamento de um estranho gás no início do filme. Diante disso,
os personagens acabam se unindo para achar a cura e destruir os
zumbis que aparecerem no caminho.
Embora a
trama acima não pareça apresentar nada de novo, e se o excesso de
personagens não permite que nenhum deles seja desenvolvido com mais
cuidado, o cineasta Rodriguez recheia o roteiro de situações
hilárias e de diálogos impagáveis, além de conferir uma ótima
fluidez através da montagem que também presta homenagem às
produções antigas. E para dar vida a personagens que soam
propositadamente como caricaturas, o elenco não poderia ser melhor,
destacando-se a boa química entre McGowan e Rodriguez, bem como a
divertida atuação de Fahey que acaba criando o papel mais querido
do longa. Ainda há elementos tão exagerados, como uma metralhadora
no lugar de uma perna amputada, que não funcionariam caso o longa se
levasse a sério.
Prestando
atenção igualmente ao gore,
Rodriguez também não decepciona quando o assunto são nojeiras,
destacando-se nesse aspecto a carnificina que ocorre no hospital
local. E se o terceiro ato do longa acaba soando arrastado, em sua
maior parte Planeta Terror
é um daqueles filmes simples e propositadamente ruins cada vez mais
raros, mas que justamente em função de sua auto-indulgência é
capaz de proporcionar um excelente entretenimento para fãs de
horror.
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