Diretor: Jaume Collet-Serra
Roteiro: Anthony Jaswinski
Elenco:
Blake Lively (Nancy), Óscar Jaenada (Carlos), Angelo Josue Lozano
Corzo (Surfista 1), Jose Manuel Trujillo Salas (Surfista 2), Brett
Cullen (Pai), Sedona Legge (Chloe), Diego Espejel (Homem bêbado),
Pablo Calva (Menino), Ava Dean (Nancy jovem), Janelle Bailey (Mãe).
SINOPSE:
Nancy é uma jovem que, em busca de um tempo sozinha, visita a praia
favorita de sua mãe já falecida. No entanto, ela agora deve lutar
por sua sobrevivência após ser mordida por um furioso tubarão em
alto mar.
Há várias coisas
a serem ditas sobre Águas Rasas, o mais novo esforço do
cineasta Jaume Collet-Serra (A Casa de Cera, A Orfã), que
surpreende em alguns momentos por sua qualidade e decepciona em
vários outros por sua mediocridade. A estratégia é óbvia, mas
utilizada aqui com bastante eficiencia. Jogar uma personagem no meio
do nada onde, sozinha, terá que lutar por sua sobrevivência contra
algum inimigo mortal. Aqui, a pobre coitada é Nancy (uma convincente
Blake Lively), estudante de medicina que, em férias, decide visitar
uma bela (e secreta) praia, que a faz recordar de sua mãe já
falecida, e onde espera relaxar e também praticar surf
nas boas ondas que o local oferece. Inicialmente acompanhada de dois
estranhos que também praticam o esporte por lá, Nancy logo se vê
sozinha, e eventualmente atacada por um feroz tubarão, que deixa um
ferimento profundo em sua perna. Sem ninguém a quem recorrer, Nancy
busca refúgio numa rocha em pleno alto mar, mas diante da hemorragia
e a proximidade da maré alta, ela precisa reunir forças para buscar
sair das águas.
Inicialmente
é preciso dizer que manter o interesse do espectador em um filme que
se passa basicamente em um único cenário com apenas uma personagem
é tarefa um tanto árdua. Ainda mais difícil se considerarmos que o
esforço é investido num subgênero já bastante saturado desde o
marco-zero Tubarão
(1974), passando até mesmo por obras similares a esta como Mar
Aberto (2004). Assim, é
admirável a urgência que o longa consegue imprimir em determinados
momentos da película. Deixando de lado os entediantes 20 minutos
iniciais, que servem para a apresentação das motivações da
personagem – algo de praxe – a partir da cena em que Nancy é
ferida, o longa, apostando em cortes rápidos e na enervante trilha
de Marco Beltrami (Pânico,
A Mulher de Preto),
consegue conferir um clima efetivamente atemorizante à trama,
fazendo com que fiquemos lado a lado com Nancy, não só torcendo
pela moça, mas igualmente prendendo a respiração de tanta tensão.
Algo que, aliás, igualmente não seria possível sem a entrega de
Lively, que consegue aqui convencer como uma personagem humana, real,
e que nos leva imediatamente à identificação com seu martírio que
vemos na tela.
No entanto, as
coisas começam a degringolar quando o roteiro preguiçoso de
Jaswinski (Mistério da Rua 7) apela para inúmeras
conveniências e obviedades – como a previsível cena envolvendo o
homem bêbado na praia – apenas para encher linguiça e alcançar a
longa metragem. E ainda que preste homenagem ao próprio Tubarão
de Spielberg na cena final, tudo que é feito dali em diante faz com
que o peixe acabe se parecendo mais com um Freddy Krueger ou um Jason
Voorhees do mundo marinho, em vez de um genuíno perigo naturalista,
como vinha sendo na maior parte do longa. O desfecho bem
what-the-fuck bota quase tudo
a perder num filme-pipoca que tem a intenção de jogar o espectador
para fora do cinema felizinho, confirmando a tese de que Águas
Rasas se contenta em ser um
filme pequeno. Uma grande pena neste caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Críticas e elogios ;) são bem vindos. Fique à vontade para comentar