Crimes Temporais (Los Cronocrimenes, Espanha, 2007)
Direção: Nacho Vigalondo
Roteiro: Nacho
Vigalondo
Produção: Javier Ibarretxe, Eduardo
Carneros, Esteban Ibarretxe
Elenco: Bárbara
Goenaga, Karra Elejalde, Candela Fernández, Nacho Vigalondo, Ion
Inciarte.
Inteligente e ambicioso longa de baixo orçamento que entrega
um belo suspense sobre viagens no tempo
O longa espanhol
Crimes Temporais começa numa sequência de tirar o fôlego.
Sem fornecer maiores explicações, a trama nos apresenta a Hector
(Karra Elejalde), um homem de meia idade bem casado com Clara
(Candela Fernández) que, curioso com a imagem de uma mulher se
despindo (Bárbara Goenaga) vista através de seu binóculo, decide
ir verificar o que se trata no bosque próximo a sua casa. Quando vê
a mesma mulher desacordada, ele se aproxima e acaba levando uma
tesourada de um homem desconhecido com o rosto coberto de bandagens.
Confuso e amedrontado, Hector foge até um edifício próximo para se
refugiar, e acaba descobrindo que se trata de uma estação de
pesquisas que envolve …Isso mesmo! Viagens no tempo. Um cientista
muito suspeito que surge do nada (Nacho Vigalondo) recomenda então
que Hector entre num estranho artefato para se esconder de seu algoz,
sem este saber que ao sair da máquina voltará exatamente no tempo
onde se iniciam os acontecimentos do roteiro. Esses primeiros 20
minutos são responsáveis por criar um alto clima de suspense, e de
delimitar a eficiente atmosfera da trama, capaz de prender o
espectador, que fica confuso e ao mesmo tempo interessado no
desenrolar dos acontecimentos.
Guardando
similares temáticas e narrativas absurdas com o excelente Triângulo do Medo (2007), dá até para desconfiar que um filme copiou (ou,
no mínimo, inspirou) o outro, sendo ambos eficientes em suas
abordagens. Aqui, um orçamento ínfimo acaba resultando em algumas
deficiências, sobretudo no elenco, que em vários momentos parece
estar apenas dizendo frases decoradas, o que prejudica aqui e ali a
eficiência da história. Entretanto, o diretor-roteirista Vigalondo
(O ABC da Morte) compensa esses defeitos com muita criatividade, confinando as
personagens num espaço limitado, e utilizando de loops
temporais coerentes que, em se tratando de um roteiro com tantas idas
e vindas no tempo e espaço, gera admiração por entregar um
resultado final tão coeso, ainda que o desfecho um tanto súbito
possa desagradar alguns.
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