Direção: Harry Bromley Davenport
Elenco: Philip Sayer (Sam), Bernice Stegers (Rachel),
Danny Brainin (Joe), Maryam D'Abo (Analise),
Simon Nash (Tony), Peter Mandell (Palhaço), David Cardy (Michael), Anna Wing (Sra. Goodman), Robert Fyfe (Médico),
Katherine Best (Jane), Robert Pereno (Ben), Tok, Tik, Susie Silvey (Mulher na cabana).
SINOPSE: O garoto Tony tem seu pai levado por seres extraterrenos num disco
voador e fica traumatizado com a experiência. Porém o pai de Tony volta à
Terra três anos depois em forma extraterrestre e depois assume uma
forma humana e tenta então se aproximar do garoto, e sua esposa, agora
casada com um outro homem.
Uma
estranhíssima trama de abdução alienígena repleta de imagens
repugnantes sem, no entanto, atingir um resultado regular ao longo de
sua projeção
Só
tomei conhecimento de Estranhas Metamorfoses há poucos anos,
através de um gif sinistro bem conhecido do público de horror na
internet, que mostrava um plano em primeira pessoa de um carro
cruzando uma estrada, enquanto uma criatura estranha passava em
frente ao veículo. Intrigado pela perturbadora imagem, coloquei o
filme devidamente na lista, demorei, mas finalmente saciei minha
curiosidade em conferir esse longa britânico que pegou carona no
sucesso de filmes como Alien, O Oitavo Passageiro (1979), O
Enigma de Outro Mundo (1982) e até mesmo de E.T. - O
Extraterrestre (1982).
O
filme tem início numa casa de campo onde Sam (Sayer) e seu filho
Tony (Nash) brincam com sua cadela Katie, quando, de repente, o céu
escurece e Sam é aparentemente abduzido. Cortamos para o presente,
três anos após o incidente, Tony vivendo com sua mãe (Stegers), o
padrasto (Brainin) e a babá Analise (D'Abo). Tony sofre de
recorrentes pesadelos envolvendo o desaparecimento do pai, e ninguém
acredita na versão do garoto, já que apenas ele estava presente no
momento da abdução, e pensam que o pai simplesmente decidiu sumir
da vida deles. Logo, porém, Sam decide retornar para o filho e a
esposa, após acontecimentos não menos que bizarros.
Possuindo
nos seus primeiros vinte minutos uma qualidade que infelizmente não
se repete durante o restante de sua duração, Estranhas
Metamorfoses investe boa parte
de seu primeiro ato no retorno de Sam, e isso envolve a única
sequência realmente memorável do longa, com a aparente chegada de
uma nave extraterrestre e sua queda numa mata fechada, seguida do
surgimento de uma repugnante criatura quadrúpede (aquela que aparece
no gif). O tal E.T. ainda deixa um rastro de sangue enquanto se
prepara para inseminar uma vítima (cena que emula o facehugger
de Alien) que gerará
Sam numa gravidez em tempo recorde. Criando um certo nível de
mistério, essa primeira parte é capaz até mesmo de gerar sustos
bem eficientes no espectador, além das imagens repulsivas bastante
convincentes no design
da criatura.
Quando
Sam finalmente reencontra sua família, torna-se claro que há algo
errado com ele (como se não bastasse a forma como ele voltou a este
mundo) e todos em volta de seu filho Tony correm perigo. Desse
momento em diante, o diretor Davenport e os roteiristas Cassie e
Smith parecem querer enfiar todas as suas ideias dentro do filme,
mesmo que estas não tenham absolutamente nenhuma função narrativa.
Abraçando com força o trash
e o exploitation, a
lógica visual do filme se resume em aborrecidos diálogos que versam
sobre a repentina de volta de Sam e degringolam a relação entre sua
esposa e o padrasto de Tony; nudez gratuita (da futura bond
girl D'Abo) e cenas
estapafúrdias, como aquela que mostra a perseguição de um
personagem por um tanque de brinquedo e até mesmo por uma onça
preta (de onde saiu o bicho, ninguém sabe). Flutuando com
irregularidade entre a imaginação fértil do filho (que não tem
relação alguma com a trama de abdução) e as tentativas de Sam em
se aproximar da esposa e do filho com fins escusos, o filme vale a
pena por atingir uma singularidade em uma década repleta de filmes
similares, apesar do resultado altamente irregular.
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