sábado, 28 de maio de 2016

All Cheerleaders Die (2013)

All Cheerleaders Die (All Cheerleaders Die, EUA, 2013)
Direção: Lucky McKee, Chris Sivertson
Roteiro: Lucky McKee, Chris Sivertson
Elenco: Sianoa Smit-McPhee (Leena), Caitlin Stasey (Maddy), Sidney Allison (Brooke), Shay Astar (Sra. Wolf), Nadia Boceski (Kayle), Michael Bowen (Larry), Brooke Butler (Tracy), Amanda Grace Cooper (Hanna Popkin), Jesse Hublik (Professor), Felisha Cooper (Alexis), Reanin Johannink (Martha Popkin), Mike McKee (Treinador Wolf), Leigh Parker (Manny), Chris Petrovski (George Shank), Jordan Wilson (Vik), Tom Williamson (Terry), Callan Mielnik (Cheerleader), Dallas (Madeleine).
SINOPSE: Na trama uma garota rebelde se úne a um grupo de líderes de torcida para derrubar o capitão do time de futebol, mas após uma estranha reviravolta nos eventos, as garotas são jogadas em uma batalha sobrenatural em uma noite que jamais esquecerão.








Convenhamos. O gênero feminino no cinema de horror nunca teve uma representação adequada. Salvas raras exceções (Pânico, Alien vêm a mente), a mulher, mesmo nas clássicas final girls dos anos 80, é de maneira frequente, pobremente caracterizada, e as eventuais heroínas do terror são geralmente aquelas que reforçam estereótipos, como as virgens ou as que têm que se masculinizar para atingirem seus objetivos. Entre várias causas para isso, podemos, talvez, apontar a falta de diretoras no cinema em geral, e a comodidade dos realizadores em reforçar convenções já saturadas. Não é o caso, certamente, de Lucky McKee, cineasta independente que já havia trazido contribuições originais para o cinema e para personagens femininos com o cult May – Obsessão Assassina (2002), o filme de bruxas A Floresta (2006) e com o nada sutil de The Woman – Nem Todo Monstro Vive na Selva (2011). Portanto, já esperávamos algo diferenciado quando All Cheerleaders Die, dirigido por McKee e seu amigo Chris Sivertson (Eu sei quem me Matou) teve sua passagem por festivais (inclusive no Brasil) em 2013. Primeira comédia de McKee após quatro longas pesados, o filme na verdade é um remake homônimo de um lançamento de 2001 feito diretamente para vídeo e de forma modestíssima após McKee e Sivertson saírem da faculdade de cinema.



Apostando numa premissa facilmente reconhecível pelo público já acostumado ao universo americano dos colégios, do football e das cheerleaders, o longa segue Maddy Killian (Stasey), uma colegial meio rebelde que durante um trabalho de classe decide filmar a curiosa fauna da escola. Entre nerds, machões e garotas populares, Maddy segue a rotina de Alexis (Cooper), uma líder de torcida popularíssima que tem um trágico fim durante uma de suas performances. Decidida a prestar uma espécie de tributo à falecida e também a executar uma vingança contra o capitão do time de futebol, Terry (Williamson) cujo motivo logo identificamos, Maddy consegue entrar para a equipe de cheerleaders no lugar de Alexis e consegue persuadir as garotas, em especial da agora namorada do jogador, Tracy (Butler), a se virarem contra Terry. Após um tenso embate entre bitches e dogs (conforme o roteiro), as garotas acabam morrendo. Mas não acaba aí. Graças as habilidades de Leena (Smit-McPhee), a então melhor amiga de Maddy, lésbica, gótica e praticante de magia, as moças conseguem voltar à vida, no entanto ligeiramente modificadas.



All Cheerleaders Die é um filme estranho, verdade, e é bem provável que o roteiro que passeia pelo romance, pelo gore e pela comédia, desagrade grande parte dos fãs que gostam de algo mais convencional, no entanto, é inegável que o longa não cai no tédio em nenhum momento. Embalado por uma trilha sonora dançante, embora genérica, o filme ainda se beneficia de um esperto uso de câmera vacilante que faz parecer que há sempre algo acontecendo. Ainda há a montagem bastante fluída que confere um ritmo ágil à saga de Maddy e ao elenco uniformemente engajado em seus papeis.




Contendo ainda uma poderosa e ambiciosa mensagem nas entrelinhas, McKee e Sivertson não deixam de cutucar certas convenções do gênero, como a objetificação feminina e o herói que chega para salvar a mocinha. No entanto, o roteiro escrito à quatro mãos acaba sendo vítima dos mesmo clichês que satiriza, como personagens excessivamente rasos, o desfecho burocrático e ainda um desfecho para uma eventual sequência. O veredicto é que, apesar de imperfeito como as personagens apresentadas na trama, o longa deve divertir o fã casual, mais ainda se o leitor tiver gostado de filmes como Jovens Bruxas, Garota Infernal e Atração Mortal. :)



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