Direção:
Tobe Hooper
Roteiro:
Tobe Hooper, Howard Goldberg
Produção:
Jim Rogers
Elenco:
Brad Dourif, Cynthia Bain, Jon Cypher, William Prince, Melinda
Dillon, Dey Young, Tegan West, Michael Keys Hall, Dale Dye, Dick
Butkus, Joe Mays, Stacy Edwards, Brian Bremer, Frank Whiteman, Judy
Prescott, Judy Behr, Betsy Thomas, John Landis, Jamie Alba, Mark
Roberts, Richard Warlock, Judith Jones, Bill Forward, Ron Blair, Mimi
Wearn, Sandy Ignon, Nick Gambella, Barbara Leary.
SINOPSE: Sam Kramer (Brad Dourif) é um rapaz comum que descobre ser filho de um casal usado como cobaia num experimento secreto radioativo nos anos 50. Ele pode se incendiar e provocar uma verdadeira tragédia ao seu redor. Após descobrir que foi vítima inocente nesta experiência macabra, Sam inicia um processo de vingança que culminará num caos terrível.
Após
um hiato de quatro anos longe das telas grandes, Tobe Hooper, criador
de pelo menos duas obras essenciais do horror, decidiu em 1990
novamente tocar um projeto mais pessoal e longe de grandes
produtoras. Baseado em um argumento de sua própria autoria, Hooper
se uniu a Howard Goldberg para escrever o tratamento para o longa
Combustão Espontânea, que
seria produzido por um pequeno grupo de forma independente. A
premissa do longa é até interessante, apesar de explorada até a
exaustão por filmes que vieram antes e depois desse. No contexto da
Guerra Fria, cerca de 10 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial,
o casal Peggy e Brian (Edwards e Bremer) é voluntariamente cobaia de
um experimento militar que visa provar a eficácia de um abrigo
antinuclear em testes com Bombas de Hidrogênio. Vítimas não
somente da radiação, mas também de supostas "vacinas"
que recebem frequentemente, o casal logo descobre que terá um filho,
a contragosto da corporação, e ambos acabam tendo um destino
explosivo. Cortamos para o presente, onde o jovem adulto Sam/David
(Brad Dourif), um professor do colegial, nem desconfia de suas
origens e do que ocorreu com seus pais. O problema é que o pobre
rapaz sofre com recorrentes crises de enxaqueca e, para piorar,
descobre que momentos de extremo estresse acabam levando-o a ter
episódios de combustão espontânea, fenômeno fictício no qual um
ser humano seria capaz de, teoricamente, produzir fogo apenas com o
poder da mente. Não demora para que Sam vá atrás de suas origens e
dos responsáveis pelo desagradável "super-poder". Ainda
há uma subtrama envolvendo a instalação de uma usina nuclear na
cidade e o caráter misterioso de Lisa (Cynthia Bain), namorada de
Sam.
Encabeçado
por um sempre intenso e carismático Brad Dourif,
Combustão Espontânea
até consegue criar empatia do público com aquele que se torna o
protagonista da trama, no entanto, todo o esforço do ator não é
suficiente para delinear bem seu personagem, que soa no máximo
bidimensional no roteiro. Os personagens que o circundam, então, são
caricatos ao extremo, incluindo até mesmo uma rápida inclusão de
um cientista louco, conotando ao longa um aspecto trash
que não se justifica na proposta inicial. Além disso, em vez de se
preocupar em seguir sua proposta num longa coeso, o roteiro acaba
gerando diálogos constragedores e alguns furos (por exemplo, por que
Sam apresenta seus poderes apenas quando já bem adulto e por que não
o capturaram antes se este tinha algum valor para o governo) que
quase comprometem a coisa toda. Em vez de ideias, Hooper apela para
estímulos visuais (em efeitos que, se considerarmos a época do
filme, são até eficientes) que pouco ou nada acrescentam às ideias
do roteiro, que ainda acaba por entregar um desfecho genérico com
perseguições no estilo gato-e-rato e um final completamente
anti-climático. Se vale a recomendação, é para os fãs do
trabalho do diretor e pela performance eficiente de Dourif.
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