Amaldiçoado (Horns, EUA/Canadá, 2013)
Direção: Alejandre Aja
Elenco: Daniel Radcliffe (Ignatius Perrish), Juno Temple (Merrin Williams), Max Minghella (Lee Torneau), Joe Anderson (Terry Perrish), Kelli Garner (Glenna Shepherd), James Remar (Derrick Perrish), Kathleen Quinlan (Lydia Perrish), Heather Graham (Veronica), David Morse (Dale Wlliams), Jay Brazeau (Padre Mould), Alex Zahara (Dr. Renald)
SINOPSE: Um jovem de 26 anos de idade descobre um dia, quando acorda, que sua
namorada foi estuprada e assassinada. Ele é imediatamente apontado como
principal suspeito, o que o obriga a partir em busca do verdadeiro
responsável. Sua arma será o par de chifres que crescem em sua cabeça, e
forçam as pessoas que lhe encontram a revelarem seus segredos.
Em dado momento de
Amaldiçoado, o protagonista Ig Perrish, interpretado por
Daniel Radcliffe – o único suspeito do brutal assassinato de sua
namorada – ganha os chifres do título original, e passa
então a descobrir de maneira espontânea os segredos de todos com
quem conversa, desde uma desconhecida criança birrenta que confessa
ao rapaz que desejaria colocar fogo na cama da mãe, até sua própria
progenitora (Kathleen Quinlan) que desabafa com o filho que não
aguenta mais sua presença. Tais instantes de inspirado humor negro
representam a melhor parte do roteiro, que subitamente muda seu tom
para um patético suspense que busca desvendar o assassino através
do novo dom de Perrish, tudo isso embalado por algum gore e
símbolos religiosos martelados
sem a menor sutileza. Ainda há espaço para conotações nunca bem
desenvolvidas sobre amadurecimento, e uma revelação piegas no
terceiro ato, que é capaz de fazer até mesmo os preguiçosos
roteiros de telefilmes vespertinos ficarem com inveja.
Baseado em obra de Joe Hill (o filho do meio de Stephen King), a
trama segue, como exposto acima, a saga do homem inocente tentando
provar sua inocência. A diferença aqui é que, além da
previsibilidade e do final anticlimático, o protagonista acaba
ganhando adereços inusitados, porém bastante úteis em sua busca
por achar o verdadeiro culpado pelo estupro e assassinato de sua
namorada.
Sem
seguir uma estrutura linear, o roteiro de Keith Bunin parece mudar de
direção a cada vinte minutos, criando assim a sensação de nunca
chegar lá, seja lá onde quisesse, ainda tendo a inclusão de vários
flashbacks.
Prejudicado ainda por um elenco no mínimo sem inspiração, já que
frequentemente Radcliffe parece aborrecido e declamando suas falas,
Amaldiçoado ainda
entrega alguns dos piores diálogos já vistos no cinema, que vão do
expositivo ao simplesmente constrangedor (I fucked her
tight little pussy...). A mão
pesadíssima de Aja na direção não ajuda em nada, já que mesmo os
instantes de potencial construção de alegorias são esfregadas em
tom literal na cara do espectador.
Entretanto,
no final das contas Amaldiçoado
não chega a ser uma total perda de tempo, já que o longa até
consegue divertir e intrigar com suas boas ideias, pena que a maioria
delas se perde na verdadeira salada construída por Aja e Bunin.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Críticas e elogios ;) são bem vindos. Fique à vontade para comentar