Direção: Paul W. S. Anderson
Elenco: Sam Neill (Dr. William Weir), Laurence Fishburne (Capitão Miller), Kathleen Quinlan (Peters, Técnica Médica), Joely Richardson (Tenente Starck), Richard T. Jones (Cooper), Jack Noseworthy (Justin), Jason Isaacs (D.J.), Sean Pertwee (Smith), Peter Marinker (Capitão John Kilpack), Noah Huntley (Homem queimado/Edward Corrick), Holley Chant (Claire).
SINOPSE: O ano é 2047. Alguns anos atrás, a pioneira nave de pesquisa Event
Horizon desapareceu sem deixar vestígio. Agora, um sinal foi detectado e
o Comando Aeroespacial dos Estados Unidos responde. Em busca da origem
do sinal está um destemido capitão (Laurence Fishburne), sua tropa de
elite e o designer que projetou a nave perdida (Sam Neill). Sua missão:
encontrar e resgatar a espaçonave de última geração. Mas o que eles
encontram é o terror de última geração; o que eles têm que resgatar são
suas próprias vidas, pois alguém, ou alguma coisa está prestes a
envolvê-los em uma nova dimensão de pavor inimaginável. © Paramount
”Espaço Infinito. Terror Infinito”
Conrforme o dito
popular, de boas intenções o inferno está cheio. Algo que
literalmente se aplica a O Enigma do Horizonte, dirigido por
Paul -Milla Jovovich- Anderson que só havia comandado antes desse
filme a adaptação de Mortal Kombat (1995).
Lembro que quando assisti ao
filme pela primeira vez, achei a experiência frustrante devido aos
elogios (de público) que qualificavam a obra como uma mistura que
passava por Alien,
Hellraiser e chegava
até mesmo a 2001 e
Solaris. Exageros à
parte, a verdade é que a experiência de revê-lo foi ainda mais
decepcionante, embora o longa tenha deixado um legado (vide Dead
Space) que poderia ser
potencialmente muito maior.
O
enredo de Enigma se
concentra em uma missão espacial de busca e salvamento encomendada
por Weir (Sam Neill, canastríssimo aqui) com equipe liderada pelo
Capitão Miller (Fishburne) que envolve a ida deles até a órbita de
Netuno, de onde um sinal foi emitido, pertencente à nave Event
Horizon, projetada por Weir e
desaparecida há sete anos. O problema é que a tal nave não ficou
sumida todo esse tempo à toa, já que o mecanismo do veículo
envolvia viajar longuíssimas distâncias em espaços de tempo ínfimos usando o conceito da criação de portais através de dobras
espaciais e buracos negros. Não é preciso muito para adivinhar que
depois da "viagem"
a nave agora mais se parece com um navio fantasma, e descobrir o
destino da tripulação da Event Horizon
é só o começo de uma perturbadora jornada para a equipe de Miller
e Weir.
Tendo
um design de produção
arrojado que remonta ao mesmo tempo ao gótico e ao futurista, o
filme lança mão de conceitos interessantes, como a nave em formato
de cruz e outros símbolos religiosos, como as referências ao
Inferno de Dante e ao
próprio conceito de Inferno em si, contando inclusive com a
consultoria de Clive Barker durante a pré-produção, deixando claro
as influências do universo de Hellraiser no
projeto. Além disso, a própria complexidade (inclusive científica)
sugerida pela trama, utilizando atalhos no espaço-tempo e a viagem
para outras dimensões é algo promissor, pena que quase tudo mal
aproveitado pelo preguiçoso roteiro.
E acaba ficando
tudo na promessa mesmo. Até mesmo as tais perturbadoras cenas do que
teria acontecido aos ocupantes da nave quando viajaram pelo tal
portal ficaram em sua maioria na sala de edição, devido aos imensos
cortes (mais de 20 minutos) feitos por exigência da MPAA (órgão de
classificação de filmes nos EUA) por causa de seu conteúdo
violento (cenas que nunca veriam a luz do dia, nem mesmo nas edições
em home video). Ou seja, nem mesmo lidando com o gore o
filme se sustenta, já que muito pouco impressiona. Pior ainda é
quando o filme se leva excessivamente a sério, mesmo com seu
atabalhoado roteiro, provocando o riso involuntário em algumas
cenas. Destaque para o excesso de frases de efeito que rolam soltas
durante a trama, a hilária troca de socos entre Miller e
Pinhead-Weir no terceiro ato, e a trilha sonora eletrônica de
Michael Kamen, que em vez de auxiliar na criação do suspense,
remete mais a telefilmes baratos. Aliás, de todos os defeitos, o
mais imperdoável deles é justamente esse. O longa não constrói
minimamente o clima de suspense ou terror, provavelmente devido à
direção frouxa de Anderson, que acreditou provavelmente estar
dirigindo uma adaptação de videogame, com as quais, aliás,
ficou acostumado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Críticas e elogios ;) são bem vindos. Fique à vontade para comentar