Direção: Nicolas Winding Refn
Roteiro: Nicolas Winding Refn, Mary Laws, Polly Stenham
Produção:
Lene Børglum, Sidonie Dumas, Vincent Maraval
Elenco: Elle Fanning, Karl Glusman, Jena Malone, Bella
Heathcote, Abbey Lee, Desmond Harrington, Christina Hendricks, Keanu Reeves,
Charles Baker, Stacey Danger, Jamie Clayton, Rebecca Dayan, Rachel Dik.
Fazer
comparações com os trabalhos anteriores de Nicolas Winding Refn é inevitável
quando assistimos a Demônio de Neon, mais recente longa do cineasta
dinamarquês conhecido por sua direção virtuosa, que lhe rendeu a Palma de Ouro
no Festival de Cannes de 2011, pelo filme Drive.

Porém
aqui alguns problemas saltam aos olhos. Ignorando qualquer interesse sobre suas
personagens, o filme se limita a delineá-las de maneira rasa, unidimensional,
sem qualquer subtexto, aliás, criando a impressão de que as atrizes e atores do
filme não passam de objetos de cena, não criando identificação alguma com o
espectador. O filme ainda é cheio de cenas que, enquanto metáfora ou alegoria,
falham ao exercer algum sentido na trama, como aquela que mostra uma onça
dentro do quarto de Jesse. Outras dessas cenas soam apenas de mau gosto, como
aquelas que envolvem abuso sexual e necrofilia.
E já que não há como analisar de maneira profunda o trabalho do elenco do filme, resta avaliar alguma possível intenção de crítica que o longa possa oferecer. E nisso a meu ver Demônio de Neon também fica devendo. Parecendo em diversos momentos criticar a indústria da moda, da fama, e da beleza superficial, o filme acaba sendo vítima do próprio discurso que tenta veicular. Afinal, basta ver, entre outros aspectos, que Refn alimenta o próprio ego ao colocar nos créditos iniciais suas próprias iniciais, como se afirmasse: Ei, este é um produto da grife N.W.R. Ao que parece, a autoindulgência faz mais uma vítima.
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