quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A Hora da Zona Morta (1983)

A Hora da Zona Morta (The Dead Zone, EUA/Canadá, 1983)
Diretor: David Cronenberg
Elenco: Christopher Walken (Johnny Smith), Brooke Adams (Sarah), Martin Sheen (Greg Stillson), Tom Skerritt (Xerife Bannerman), Herbert Lom (Dr. Sam Weizak), Anthony Zerbe (Roger Stuart), Colleen Dewhurst (Henrietta Dodd), Nicholas Campbell (Frank Dodd), Sean Sullivan (Herb Smith), Roberta Weiss (Alma Frechette), Jackie Burroughs (Vera Smith).
SINOPSE: Johnny Smith (Christopher Walken) é um professor de literatura que estava prestes a se casar quando sofre um acidente de carro e fica cinco anos em coma. Ao recobrar a consciência, descobre que perdeu sua carreira e Sarah Bracknell (Brooke Adams), sua noiva, mas em compensação ganhou poderes paranormais que o permitem prever o futuro. Assim, ele tem o poder de alterar o curso dos acontecimentos e este é o seu dilema: interferir ou sofrer sozinho, sabendo das tragédias que estão por acontecer.




"Ele pode ver o futuro. Mas será que consegue escapar dele?"

Escrito em 1979 num momento de dificuldades pessoais do escritor Stephen King, A Zona Morta foi o primeiro de seus romances em capa dura a atingir o primeiro lugar na lista de best-sellers. Foi também o primeiro a ter um aspecto sobrenatural quase secundário na história, priorizando personagens humanas. Foi também o livro que inspirou o primeiro trabalho mais comedido de Cronenberg, fato provavelmente devido ao filme ser uma adaptação.
A trama acompanha o professor Johnny Smith (Walken), que feliz com sua profissão e sua namorada, a também professora Sarah (Adams), vê sua vida mudar após sofrer um grave acidente automobilístico que o deixa cinco anos em coma profundo. Quando acorda, ele vê não somente seus pais mais velhos e sua namorada agora com marido e filho; ele também recebe um dom. O dom de prever o futuro...e mudá-lo. A trama ainda acompanha um inescrupuloso político com sinistras intenções (Sheen) que terá seu destino cruzado com o de Johnny.


Ganhando no Brasil o famigerado [A Hora] junto à tradução do título original, o longa permanece como uma das mais competentes adaptações de King, conseguindo na maior parte do tempo manter o tom sinistro e melancólico da romance, ainda que muito da riqueza em detalhes e subtramas que o livro possui fica diluída na trama, tomando como exemplo o início do romance que, no filme, toma pouco menos de vinte minutos, o que provoca alguma confusão naqueles que não leram a obra de King e prejudica a construção da dinâmica entre os personagens de Johnny e Sarah.
Por outro lado, o filme é competente em todos os outros aspectos. O próprio roteiro de Jeffrey Boam consegue ser fiel, ainda que problemático. O elenco, encabeçado por um convincente Christopher Walken, é homogeneamente bom, com Walken segurando bem o filme com seu carisma e construção corporal. Como o antagonista, Martin Sheen usa e abusa de caretas que surpreendentemente funcionam para seu papel, já que sua representação quase cartunesca e caricatural encontra exemplos no mundo real dos políticos e personifica o mal incluído na maioria das obras de King. Além do elenco, o visual do filme é um grande achado. Das paisagens e cenários gélidos e nevados, até o tom sombrio e depressivo no figurino de quase todos os personagens, tudo evoca o sentimento de solidão e mistério.


Finalmente o suspense é construído lentamente, e, depois que engata, permanece num crescendo até o clímax, que acaba não agradando a todos devido ao fato de ser um tanto súbito e com aparência de mal acabado, embora seja um ponto de discordância entre fãs de uma obra inegavelmente bem feita e que mostrou um lado mais sensível e humano tanto de King como de Cronenberg. 


CURIOSIDADES:
  • Stephen King queria que Bill Murray interpretasse Johnny;
  • O romance no qual o filme é baseado foi o primeiro de vários outros livros e contos que se passam na cidadezinha de Castle Rock. Outros títulos incluem Conta Comigo, Cujo, A Metade Negra, e Trocas Macabras;
  • O poema que Johnny lê no início do filme é o desfecho de O Corvo, de Edgar Allan Poe.



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