segunda-feira, 30 de junho de 2014

Megan is Missing

Megan is Missing (EUA, 2011)
Diretor: Michael Goi
Elenco: Amber Perkins (Amy Herman), Rachel Quinn (Megan Stewart), Dean Waite (Josh), Jael Elizabeth Steinmeyer (Lexie), Kara Wang (Kathy), Brittany Hingle (Chelsea), Carolina Sabate (Angie), April Stewart (Joyce Stewart), Bill Frazier (John Herman), Tammy Klein (Louise Herman), Lauren Leah Mitchell (Callie Daniels).
SINOPSE: Drama ficcional baseado em casos reais, sobre duas amigas adolescentes que se deparam com um "predador virtual".







"Megan e Amy são melhores amigas. Elas dividem segredos, batem papo com caras na internet. E dentro de alguns dias, elas nunca mais serão vistas."


Uma coisa que sempre me perturbou (embora felizmente nunca tenha passado por isso) é o desaparecimento. Dizem que a dúvida sobre o estado da pessoa perdida é pior do que a eventual certeza de sua morte. Não sei, mas o fato é que justamente por sua ambígua natureza, o desaparecimento de pessoas sempre foi um filão muito explorado na ficção em novelas televisivas, filmes e livros. Com o avanço assustador e global da internet, ficou claro que os perigos e os benefícios da realidade se estenderiam também no mundo virtual, afinal, apesar de parecer óbvio, quando você conhece alguém pela grande rede você nunca sabe quem de fato ela é... até conhecê-la pessoalmente, gerando, é claro, um grande risco associado ao potencial encontro. E é justamente a partir dessa ideia que parte o segundo longa de Michael Goi (que só havia assinado a direção anteriormente do obscuríssimo drama erótico Voyeur (1999)) e é mais conhecido pelos seus trabalhos como diretor de fotografia (do filme Almas Condenadas (2006) e das séries História de Horror Americana e My Name is Earl).

O longa, filmado usando a técnica do found footage, se constrói desde o início afirmando ser uma compilação de arquivos de vídeo pessoais (primeira parte do filme) e filmagens encontradas pela polícia (desfecho do filme), e conta a história das melhores amigas Megan (Rachel Quinn) e Amy (Amber Perkins), de 14 e 13 anos respectivamente. A primeira, garota popular, sem um círculo familiar sólido e precocemente envolvida com sexo e drogas. A segunda, tímida, excluída e com família bem estruturada. Um par aparentemente improvável, as duas vivem sua amizade justamente em função do apoio mútuo e daquilo que sobra em uma e falta na outra.

Procurando estabelecer justamente a dinâmica entre as personagens, o filme passa dois terços de sua duração em seu desenvolvimento e só no final acompanhamos o destino das protagonistas. E, se esse modelo narrativo parece, a princípio, interessante e o uso do recurso das filmagens encontradas busca evocar algum realismo, a qualidade nas atuações vai de ruim a péssima, e esse aspecto em vários momentos joga o espectador para fora da trama, justamente o contrário do que seria pretendido. Com a intenção de soar como um "aviso" para as/os adolescentes que potencialmente estão mais sujeitos ao risco apresentado no filme, o diretor e roteirista Goi constrói várias situações inverossímeis que mais uma vez prejudicam o andamento do filme. Além disso (o próximo parágrafo apresenta spoilers):

O diretor também toma a decisão duvidosa de gerar espaço no final do filme basicamente apenas para a personagem Amy, como se Megan não merecesse nossa atenção no sofrimento que passa, ou talvez para criar um artifício para que nos identifiquemos apenas com a amiga mais vulnerável, e como se a outra não importasse em nada dentro daquela narrativa. Também é extremamente incoerente a facilidade com que Amy se torna presa do maníaco virtual, tendo em vista que o desaparecimento de sua amiga deveria ter gerado monitoramento policial ou pelo menos maior vigilância de seus pais que já eram superprotetores. (fim dos spoilers)

Com tudo isso, na intenção apaixonada de criar um filme com caráter de alerta, Michael Goi pisou na bola diversas vezes em aspectos técnicos e narrativos e criou apenas um produto pseudo-educativo com algumas cenas inquietantes. E é só! Com algumas mudanças, principalmente no elenco, o filme poderia se tornar referência no gênero. Talvez na próxima tentativa...


domingo, 22 de junho de 2014

A Bruxa de Blair: Sucesso mundial

A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, EUA, 1999)
Diretores: Eduardo Sanchez e Daniel Myrick
Elenco: Heather Donahue (Heather Donahue), Joshua Leonard (Joshua 'Josh' Leonard), Michael Williams (Michael 'Mike' Williams), Bob Griffin (Pescador baixinho), Jim King (local entrevistado), Sandra Sanchez (Garçonete),  Ed Swanson (Pescador de óculos), Patricia DeCou (Mary Brown).
SINOPSE: Três estudantes viajam para Burkittsville no estado americano de Maryland, para gravar um documentário sobre uma lenda rural-urbana local - A Bruxa de Blair. Os três entraram na floresta do vilarejo para um fim de semana de filmagens, mas nunca voltaram. A polícia nunca encontrou os jovens, mas um ano após o seu desaparecimento, as filmagens gravadas pelos jovens foram encontradas. As fitas foram compiladas e montadas no filme conhecido como 'The Blair Witch Project" (A Bruxa de Blair).



"O Filme mais assustador da história é, na verdade, uma história real" (tagline)



Os fatos estão aí para mostrar que uma mentira bem contada se torna uma verdade... Pelo menos por algum tempo. Um dos casos que ilustram justamente esse fato vem de quinze anos atrás, ano de lançamento do filme, ou mais precisamente vinte anos atrás, pois em 1994 três jovens estudantes desapareceram após entrarem nas florestas de Burkittsville, antiga Blair, enquanto filmavam um documentário sobre uma lenda local, a Bruxa de Blair, que, segundo a história, foi a responsável pela morte e desaparecimento de crianças desde 1785, sendo criada toda uma mitologia em torno da feiticeira outrora atendendo pelo nome de Elly Kedward. Claro, hoje sabe-se que tudo não passou, realmente de um boato para promover a obra, mas na época, com a internet ainda engatinhando, e a criação de um site antes mesmo de o filme ser lançado, levou as plateias a realmente acharem que os jovens haviam desaparecido, e que as filmagens assistidas no cinema fossem reais, algo ao mesmo tempo surpreendente e inovador, pelo menos para a época (hoje o gênero "filmagens encontradas" está mais do que desgastado). Portanto, mesmo não sendo eu mesmo um fã do subgênero, devo tirar o chapéu para a ideia dos jovens cineastas Eduardo Sanchez e Daniel Myrick, que criaram com detalhes (que você pode conferir no site original http://blairwitch.com), toda a base para a lenda, desde a expulsão da suposta bruxa do vilarejo de Blair até a reconstrução da cidade com o nome de Burkittsville (cidade que realmente existe no estado de Maryland) e casuais desaparecimentos e assassinatos, sempre relacionados à Bruxa, ou a sua influência exercida em humanos. Dessa maneira, Sanchez e Myrick criaram a motivação não só para o público embarcar no projeto, mas também para os três estudantes-atores, que a princípio, realmente acreditavam não na lenda, mas em estarem investindo num documentário real (os jovens dormiam na floresta de verdade, tinham pouca comida, levaram sustos reais - arranjados pela equipe de produção, as falas foram todas improvisadas, etc.), criando uma forma de cinema realista como nunca vista antes.

Mas, e o filme?
Mesmo se desconsiderarmos a época e o impacto daquele momento, o filme continua com seus méritos ao contar a história de três estudantes da faculdade Montgomery, que decidem, sob a liderança de Heather (Donahue) partir para a floresta para filmar um documentário sobre uma lenda local. Chegando lá, porém, os jovens passam por apuros conforme os dias e, sobretudo, as noites vão passando, lidando não somente com o frio e a fome, mas com uma sinistra presença que se mostra cada noite mais ameaçadora.
O filme é hábil ao construir uma atmosfera de tensão palpável conforme as noites passam e as ameaças de uma força invisível se tornam cada vez mais presentes, e tudo é feito de uma maneira muito sutil, e mesmo os diálogos entre os jovens são prosaicos, e quando os vemos brincar, ou brigar uns com os outros, tudo é verossímil e real, gosto particularmente de uma cena onde Heather desaba ao cair em lágrimas após discussão com Josh, deixando claro que chegou ao seu limite naquela situação.
E o desfecho, parte mais criticada pelos fãs (e por outro lado, elogiada pela maioria da critica), se mostra corajoso pela sua ambiguidade, afinal, quebra nossas expectativas e nos apresenta (SPOILERS ABAIXO):


Um vilão sem rosto, que tanto pode ser humano como sobrenatural, o que o torna ainda mais assustador, pois nossa imaginação pode inventar as coisas mais bizarras que poderiam ter acontecido com os jovens naquele contexto, já que nada fica claro na cena final. E nisso o filme é inteligentíssimo, restando aos espectadores fazerem seu julgamento. O impacto pode não ser o mesmo hoje, mas o sentimento ao final continua o mesmo.


Curiosidades:
  • O filme custou inicialmente 22.000 dólares (e após "melhorias" 60.000 dólares) e rendeu no mundo inteiro, segundo dados do site Box Office Mojo, a quantia de  US$ 248.639.099 (quase 250 milhões), permanecendo até hoje como o filme que mais arrecadou tendo como base a relação orçamento/renda.


domingo, 1 de junho de 2014

Novo trailer e pôster para "Canibais", de Eli Roth

Previsto para 5 de Setembro nos Estados Unidos e 18 de Setembro no Brasil, o novo filme de Eli Roth (O Albergue, Cabana do Inferno), será distribuído nas terras brazucas com o título pouco criativo, "Canibais" e já teve pôster oficial e novo trailer (mais longo) divulgados nessa semana. Confira abaixo:














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