terça-feira, 28 de agosto de 2012

Combo "Hellraiser" I e II

Hellraiser - Renascido do Inferno (Hellraiser, Inglaterra, 1987)
Direção: Clive Barker
Elenco: Andrew Robinson (Larry), Clare Higgins (Julia), Sean Chapman (Frank), Robert Hines (Steve), Ashley Laurence (Kirsty), Oliver Smith (Frank Monstro), Frank Baker (Andarilho), Gay Baynes (Evelyn), Doug Bradley (Pinhead), Nicholas Vince (Cenobita "Chatterer"), Simon Banford (Cenobita "Butterball"), Grace Kirby (Cenobita "Fêmea"), Sharon Bower (Enfermeira), Raul Newney (Médico).
SINOPSE: Larry e Julia mudam-se para uma velha casa. Lá, Julia descobre uma horrível criatura que na verdade é Frank, irmão de Larry e antigo amante de Julia. Frank perdeu seu corpo humano para os cenobitas, demônios do prazer e da dor. Uma gota de sangue desperta Frank, que força sua antiga amante a trazer vítimas para que ele possa novamente reconstituir seu corpo. 







Hellraiser II - Renascido do Inferno (Hellbound - Hellraiser II, EUA/Inglaterra, 1988)
Direção: Tony Randel

Elenco: Clare Higgins (Julia), Sean Chapman (Frank), Kenneth Cranhan (Dr. Channard), Ashley Laurence (Kirsty), Imogen Boorman (Tiffany), Kyle (William Hope), Doug Bradley (Pinhead), Nicholas Vince (Cenobita "Chatterer"), Simon Banford (Cenobita "Butterball"), Barbie Wilde (Cenobita "Fêmea").
SINOPSE: O doutor Channard (Kenneth Cranhan) passou toda uma vida estudando os segredos da caixa enigmática que abre as portas do inferno do prazer e da dor. Ele está disposto a conhecer o reino do sadomasoquismo, mas algo muito pior o espera.





"Ele irá destruir sua alma"

Clive Barker é um escritor diferenciado. Nascido na Inglaterra, Barker começou escrevendo peças e fazendo curtas em preto-e-branco, na companhia de amigos incluindo Doug Bradley, que se tornaria um ícone do horror interpretando o líder cenobita Pinhead. Mais tarde, Barker  lançou a antologia de contos Books of Blood (Livros de Sangue), que fez relativo sucesso na Inglaterra e nos Estados Unidos, sobretudo depois que Stephen King os elogiou dizendo que "viu o futuro do horror e seu nome era Clive Barker". Dono de um estilo único, misturando horror em ambientes urbanos aliados a temas como sadomasoquismo, sexualidade descontrolada e violência explicita, chamou a atenção do produtor Christopher Figg, que com um orçamento de 900 mil dólares produziu, com Barker na direção, o primeiro Hellraiser, que se tornaria um grande sucesso de público e crítica, baseado em seu romance The Hellbound Heart.

O filme conta a história do casal Julia e Larry (Clare Higgins e Andrew Robinson), que se mudam para uma velha casa, propriedade de Larry. Chegando lá, Julia encontra em um dos quartos uma criatura estranha e grotesca, que se mostra ser Frank (Sean Chapman), irmão de Larry e antigo amante de Julia. Ele é "desperto" depois que Larry sofre um corte na mão e seu sangue é absorvido pelo chão. Frank que conta que seu corpo havia sido destruído pelos cenobitas, demônios das profundezas do prazer e da dor, depois que Frank abriu uma misteriosa caixa. Julia aceita atrair homens como vítimas de modo que Frank possa usar o sangue deles para reconstruir seu corpo e fugir com Julia.


Nesse meio tempo, a filha de Larry, Kirsty (a gatíssima Ashley Laurence) acaba descobrindo o segredo de Julia e roubando a caixa, libertando acidentalmente os cenobitas. Eles são constituídos pelo líder Pinhead, que tem o rosto cheio de pregos, uma mulher com a garganta rasgada por ganchos, uma criatura baixa e gorda, com óculos cravados no rosto (Butterball) e outra com a mandíbula exposta, cujos dentes batem constante e apavorantemente. Eles querem levá-la a experimentar o mundo de prazer e dor, mas Kirsty faz um trato prometendo-lhes entregar Frank em seu lugar. O primeiro Hellraiser conta uma história original e surpreendente, pecando em alguns detalhes técnicos como a fotografia, mas compensando com sua história e sua maravilhosa maquiagem prática, que deixa saudades devido ao uso excessivo de trucagens de computador, que na maioria das vezes fica devendo diante da maquiagem prática.


"Sem lágrimas por favor. É desperdício de bom sofrimento."

Hellraiser II começa exatamente de onde parou o primeiro. Kirsty foge junto com seu namorado e vai parar em um hospício, onde é tratada pelo médico Channard (Kenneth Cranhan), que parece esconder um segredo relativo à caixa e aos demônios do primeiro filme. O médico consegue reviver Julia (Clare Higgins), utilizando o sangue de um interno (uma cena perturbadora e chocante, pelo modo como foi filmada, explicitamente, mostrando um excelente trabalho de maquiagem), que lhe promete o que o doutor sempre quis: conhecer essa nova dimensão que tanto estudou. Kirsty e uma interna especialista em decifrar enigmas acabam parando também nessa dimensão, onde estão novamente os cenobitas e muitos outros horrores.

O segundo filme não decepciona e é continuação digna do original. Desenvolve mais os personagens, mostra a origem de um dos cenobitas e ainda explora a ideia do “inferno”, ou seja, responde algumas das perguntas deixadas pelo primeiro filme. Além disso, mantém a qualidade na maquiagem, feita por Bob Keen (Candyman) que é extremamente realista, mesmo para os dias de hoje. No entanto, nem tudo são flores e o desfecho da continuação deixa muito a desejar, desfilando clichês e corre-corres, se tornando muito cansativo. Acaba sendo um bom filme, contudo.

Hellraiser: 




Hellraiser II: 

sábado, 25 de agosto de 2012

1408

1408 (EUA, 2007)
Direção: Mikael Hafstrõm
Elenco: John Cusack (Michael (Mike) Enslin), Samuel L. Jackson (Gerald Olin), Mary McCormack (Lily Enslin), Tony Shalhoub (Sam Farrell), Jasmine Jessica Anthony (Katie Enslin), Andrew Lee Pottis (Cara dos correios), Drew Powell (Gerente assistente do hotel), Len Cariou (Pai de Mike).
SINOPSE: O Hotel Dolphin convida você a ficar em qualquer um de seus lindos quartos... exceto um. Se você é uma daquelas pessoas que só acredita no que vê, vai mudar de ideia. Prepare-se para entrar no quarto 1408!
Mike é um grande escrito, famoso por desvendar eventos paranormais de lugares ditos mal assombrados. Seu próximo desafio é o quarto 1408 do Hotel Dolphin, um lugar onde ninguém se atreve a entrar há anos. Apesar dos inúmeros avisos do gerente do hotel para não entrar no quarto, Mike tem uma missão a cumprir, Será que Mike sobreviverá a esta noite?


 "Aproveite sua estadia"



Michael Enslin (John Cusack) é um romancista que alcançou certo sucesso com seus livros sobre locais ditos assombrados. O único romance escrito fora da temática mostrava o relacionamento entre um pai e um filho, que pode ter sido baseado no próprio relacionamento entre Mike e sua filha (Jasmine Jessica Anthony), que morreu de câncer um ano antes. Disposto de uma certa forma a “exorcizar” seus demônios, Mike continua a explorar cada vez mais estes locais, mas até agora não encontrou nada que mudasse sua posição cética sobre o sobrenatural. Quando ele encontra uma correspondência com uma advertência sobre um tal quarto de número 1408, ele mais uma vez investe em uma boa história, mas descobre que desta vez ele pode ser surpreendido.

Baseado na história de Stephen King (presente na antologia Tudo é Eventual), que confesso, ainda não li, 1408 é um excelente filme de entretenimento, funcionando muito bem tanto como suspense como horror. Samuel L. Jackson aparece pouco, mas como sempre ele não decepciona. Além dele, John Cusack segura bem o filme nas costas, muitas vezes tendo que atuar como em um monólogo. Stephen King já havia explorado a ideia de um hotel mau em sua obra-prima, O Iluminado, mas dessa vez o mal se concentra em apenas um cômodo. O que é excelente, aumentando a óbvia (mas nem tão presente) sensação de isolamento e claustrofobia.

No final das contas, 1408 se torna um bom filme, mas que peca em alguns momentos pela leveza com que deveriam ser tratados assuntos “sérios”, como na conversa entre o gerente do hotel e Mike, onde tudo é levado com um bom humor absurdo, quando na verdade pelo menos o gerente do hotel deveria se comportar de uma maneira mais séria; além de alguns furos de roteiro. Porém, o diretor ainda nos surpreende com uma excelente “falsa reviravolta” no fim do segundo ato. O saldo é positivo.


Curiosidades:

  • A ideia de colocar Samuel L. Jackson no papel do gerente Olin foi em parte de Quentin Tarantino;
  • Quando o rádio relógio começa a contagem regressiva de 60 minutos, exatamente uma hora depois o filme termina;
  • Keanu Reeves foi cotado para o papel principal;
  • É o segundo filme de John Cusack adaptando Stephen King. O primeiro foi Conta Comigo;

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Um Tributo a Kurt Cobain


Teen Spirit – The Tribute to Kurt Cobain (EUA, 1996)
DVD Top Tape
Documentário (Wienerworld presentation/ Connecticut Broadcasting)
Elenco: Kurt Cobain, Krist Novoselic, Dave Grohl, Ann Powers, Charles Peterson, Grant Alden, Nils Bernstein.
SINOPSE: Nirvana explodiu em um cenário musical que não tinha nem ideia, nem profundidade e nem substância. Uma pequena audiência, sedenta por “fórmula Pop sugar-coated” e rock foi rapidamente seduzida pelo carisma obscuro e perigoso dessa banda dos EUA. Mas essa banda era diferente – suas músicas poderiam ser raivosas, feias, bonitas ou como um inferno – a voz de Cobain e o som de sua guitarra um pesadelo ou o mais triste lamento por uma sociedade perdida. Esses paradoxos eram as forças dirigentes por trás de uma das melhores bandas de todos os tempos.


“Nirvana foi a banda que mostrou para a América quão infelizes eram suas crianças..”


Com essa postagem escancaro meu lado fã. E é difícil ser imparcial quando se fala em Nirvana. Essa espécie de documentário, filmada em 1996, dois anos após a morte de Kurt Cobain (1967-1994), mas somente lançada em DVD no Brasil em 2004, reúne vídeos, fotos e depoimentos acerca da banda Nirvana e do homem Cobain, mas nenhuma presença de “gente famosa” ou de composições da banda (Há versões de “Where Did You Sleep Last Night” e “Love Buzz”). Acaba se transformando mais em um registro histórico do que em um tributo, o que foi excelente nesse caso.

O documentário começa com uma breve introdução à cidade onde Kurt nasceu, Aberdeen, uma cidade sem perspectivas e com crises financeiras. A linha do tempo segue até Kurt ganhar sua primeira guitarra, em 1982, quando começa a compor o que ele acreditava ser punk. Totalmente deslocado em sua turma, que estava mais interessada em esportes do que outra coisa, Kurt se junta ao descendente de croata Krist Novoselic, que estudava na mesma escola. Mais tarde formariam a banda que revolucionaria a história da música, aliada ao “movimento” Grunge. Em Seattle eles encontraram o ambiente musical que já continha grandes bandas como Mudhoney, Melvins, Skin Yard e Soundgarden e favoreceu o sucesso do Nirvana, com a gravadora Sub Pop (mais tarde Nirvana migrou para a Geffen). O filme ainda acompanha a gravação dos álbuns do Nirvana até chegar ao megassucesso de Nevermind e a morte de Kurt.

As principais entrevistas vêm de Ann Powers, editora sênior da “Village Voice”, Nils Bernstein, assessor de imprensa da Sub Pop (que teve a honra de estar presente no dia da primeira exibição de Smells Like Teen Spirit no OK Hotel) Grant Alden, antigo editor da “Seattle Rocket” e Charles Peterson (fotógrafo amigo íntimo de Kurt). Além deles, entre uma matéria e outra temos os depoimentos de fãs, que para mim são a parte mais importante do documentário. É incrível perceber como Nirvana, além de excelente banda, de letras com conteúdo, conseguia (e consegue) atingir o público das mais diversas maneiras. Redenção, Inspiração, Liberdade, fúria, vulnerabilidade, medo do futuro, “vibrações da alma” (como relata uma fã) são apenas alguns dos sentimentos experimentados pelas canções de uma banda que talvez tenha sido a mais incrível banda de todos os tempos e que deixa a saudade por um homem que nos deixou cedo demais.


sábado, 18 de agosto de 2012

O Fenômeno de "Atividade Paranormal"

Atividade Paranormal (Paranormal Activity, EUA, 2007)
Direção: Oren Peli
Elenco: Katie Featherston (Katie), Micah Sloat (Micah), Mark Fredrichs (Sensitivo psiquíco), Amber Armstrong (Amber), Ashley Palmer (Diane).
SINOPSE: Depois de se mudar para a nova casa, um casal começa a sentir uma presença demoníaca cada vez mais parte, que costuma aparecer à noite.




"Não assista sozinho!"




A dica da Tagline é bem útil mesmo, afinal de contas Atividade Paranormal concentra suas maiores forças nos eficientes sustos aos quais uma pessoa sozinha estará mais suscetível. Acompanhado, talvez a experiência possa ser um pouco decepcionante. 
Orçado em cerca de 15 mil dólares (isso mesmo, 15 mil dólares), o filme independente foi filmado completamente na casa do diretor, com o cachê para cada um dos atores estimado em 500 dólares e se tornou um grande sucesso de público (alcançando quase 200 milhões de dólares pelo mundo), comparado talvez a A Bruxa de Blair (1999), outro filme independente filmado com uma "câmera na mão".


Oren Peli aproveita bem a sua ideia e lança mão de vários artifícios para fazê-la funcionar melhor, por exemplo ao não colocar créditos no início ou no final do filme, bem como utilizar o próprio nome dos atores como a de seus personagens. Na trama, um jovem casal (Katie Featherston e Micah Sloat) se muda para uma casa no subúrbio e sente que há uma presença sobrenatural na casa, que se manifesta prioritariamente à noite, enquanto dormem. Micah decide comprar uma câmera para tentar registrar o que pode estar ocorrendo, o filme todo é captado através dessa única câmera. Eles acabam descobrindo o que pode ser uma presença demoníaca que pode estar perseguindo Katie desde a infância.

Embora eficiente em sua proposta, Atividade Paranormal carece de mais substância para se sustentar como longa. E isso se torna difícil justamente pelo modo como foi filmado, abordando o cotidiano de um jovem casal envolto a um mistério paranormal, o filme acaba abusando de diálogos pobres e muita enrolação. Mas quem ficar até o fim não se arrependerá. Os pesadelos estão garantidos...

Curiosidades:


  • A Paramount comprou os direitos para o filme e suas sequências por 300 mil dólares;
  • Steven Spielberg sugeriu a mudança no desfecho original do filme. Aliás, o filme possui ao todo três finais: O original "de fábrica", um sugerido pela Paramount e um alternativo. Você pode conferir os três nos links abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=KdPd4iGzGEs
http://www.youtube.com/watch?v=wi4PdHayIaw
http://www.youtube.com/watch?v=laoQ2uKq0QA

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Remake eficiente em "Madrugada dos Mortos"


Madrugada dos Mortos (Dawn of the Dead, EUA, 2004)
Direção: Zack Snyder
Elenco: Ving Rhames (Policial Kenneth), Sarah Polley (Ana), Mekhi Phifer (Andre), Jake Webber (Michael), Scott Reiniger (General), Tom Savini (Xerife Cahill), Ken Foree (Televangelista), Inna Korobkina (Luda), Ty Burrell (Steve), Michael Kelly (CJ), Kevin Zegers (Terry), Michael Barry (Bert), RD Reid (Glen), Kim Poirier (Monica), Matt Frewer (Frank), Lindy Booth (Nicole), Bruce Bohne (Andy), Jayne Eastwood (Norma).
SINOPSE: Após mais um dia cansativo de trabalho, tudo o que Ana quer é tomar um banho ao lado do marido e dormir. Mas, nas primeiras horas da manhã, ela é violentamente atacada por uma legião de mortos-vivos, e se descobre num pesadelo real: o mundo inteiro está tomado por zumbis. Em fuga desesperada, Ana se une a um pequeno grupo de sobreviventes em um Shopping Center enquanto o mundo lá fora se transforma literalmente no inferno.



“Quando não houver mais espaço no inferno, os mortos caminharão sobre a Terra.”



Inspirado no clássico Despertar dos Mortos (1978), de George Romero, o filme aproveita algumas poucas ideias do original e se constrói mais como uma reimaginação do que um remake propriamente dito. E rapidamente nos insere dentro do inferno que se transformará a Terra. Saindo de um dia exaustivo no trabalho, a enfermeira Ana (Sarah Polley, de Splice) volta para casa onde se encontra seu marido (Justin Louis). Depois de uma curta noite de sono, eles são acordados por sua vizinha, a menina Vivian (Hannah Lochner), que sem motivos invade seu quarto e ataca seu marido, transformando-o em zumbi, com Ana escapando por pouco. Ela foge em seu carro e temos aos poucos noção do caos que se instala. Uma ambulância atropela um civil, os rádios anunciam tragédias, corpos se estiram nas ruas, acidentes com carros e explosões ocorrem. E tudo isso antes mesmo de os créditos iniciais serem exibidos, ao som de “When the Man comes around”, the Johnny Cash.

Ana se junta a um grupo de sobreviventes que se refugiam em um Shopping, entre eles o vendedor de TVs Michael (Jake Webber), o policial Kenneth (Ving Rhames, de Pulp Fiction), e Andre e sua esposa grávida Luda (Mekhi Phifer e Inna Korobkina). O filme ainda nos apresenta para mais personagens, os seguranças do shopping e um outro grupo de sobreviventes que se junta a eles mais tarde, uma quantidade bastante grande para um filme “de zumbis” de modo que inevitavelmente você não se importará com todos de maneira igual. Há ainda o personagem Andy que se comunica através de placas do alto de um outro prédio.

Madrugada dos Mortos é um filme extremamente eficiente, assustador e com muitas cenas de violência, que agradam em cheio aos fãs do gênero, contém ainda inovações como a “quebra” das regras de Hollywood mostrando, por exemplo, que nem as crianças estão imunes de serem zumbis e de serem temidas (e por que estariam?). Embora tenha trocado de metáfora, ao defender o shopping desta vez como porto seguro enquanto o original fazia uma crítica ao consumismo desenfreado, o filme não decepciona e aproveita bem os quase 30 milhões de dólares de orçamento (bem acima da média do gênero) ao construir cenas de ação muito bem filmadas, boas atuações e uma belíssima fotografia.


Curiosidades:

  • A edição em DVD (tanto internacional com a brasileira) é bem caprichada, mostrando, além das cenas adicionais cortadas no cinema, extras bastante interessantes como o vídeo que mostra os últimos dias de Andy sob o ponto de vista de sua câmera, um boletim jornalístico em forma de plantão que mostra as etapas da infestação e o elaborado processo de maquiagem dos zumbis;
  •  Sarah Polley foi de cara a primeira escolha para interpretar Ana;
  • É o primeiro filme de Zack Snyder, que depois dirigiria, entre outros, 300 e Watchmen;
  • O comercial que é exibido na TV enquanto Ana e o marido estão no banho é do automóvel Subaru WRX, dirigido por Snyder;
  • A causa para a "zumbificação" nunca é explicada no filme;


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Um exercício sobre o medo em "Halloween - A Noite do Terror"


Halloween - A Noite do Terror (Halloween, EUA, 1978)
Direção: John Carpenter
Elenco: Nick Castle (Michael Myers), Jamie Lee Curtis (Laurie Strode), P J Soles (Lynda), Donald Pleasence (Dr.Loomis), Charles Cyphers (Xerife Leigh Brackett), Kyle Richards (Lindsey), Brian Andrews (Tommy Doyle), Srthur Mallet (Zelador do Cemitério), Nancy Loomis (Annie), Nancy Stephens (Marion).
SINOPSE: Um assassino psicopata internado desde a infância por causa do assassinato de sua irmã, escapa e começa um cerco a uma estudante e suas amigas enquanto seu psiquiatra o persegue pelas ruas de Haddonfield.





“A Noite na qual ELE voltou para casa.”




Senti que fui um pouco prejudicado por só assistir a este clássico do horror agora, depois de já ter visto dezenas de slashers, incluindo o assumidamente inspirado Sexta-Feira 13 e o irregular remake de Rob Zombie. Mas assistindo a ele novamente depois de três dias da primeira vez, posso notar bem porque ele se tornou um sucesso absoluto, transformando o personagem Michael Myers em ícone e gerando influências até mesmo para grandes clássicos do horror posteriores.



O filme não perde tempo com firulas e nos apresenta logo aos fatos que levaram o jovem Michael Myers a ser internado em um manicômio. Filmada em POV (ponto-de-vista), vemos o jovem garoto de seis anos de idade vestir uma máscara, apanhar uma faca na cozinha e subir as escadas de sua casa, de onde acaba de descer o namorado de sua irmã após ele  ter saido do quarto dela. Ele então invade o quarto de sua irmã e a mata a facadas, descendo as escadas e parando em frente à varanda de sua casa, quando seus pais chegam e lhe tiram a máscara, revelando um olhar perdido e atônito.

Depois de ficar internado durante 15 anos em um manicômio, ele foge e retorna à rua aonde fica sua casa às vésperas do Halloween, enquanto três amigas que se ocupam como babás naquela noite sofreram as consequências da volta de Myers. Por quê? Porque sim. O filme não se preocupa em explicar os motivos de Michael Myers e nem precisa porque talvez ele não tenha motivos. O Grande "João Carpinteiro" se preocupa mais em criar uma atmosfera cheia de tensão, em sugerir a violência em vez de mostrá-la, tanto é que a quantidade de sangue no filme é ínfima, mas mesmo assim você consegue sentir o medo, o medo real, através do mal personificado na figura de Michael Myers, naquela época conhecida apenas como "The Shape" (A Forma), a forma do medo, a forma do mal.


Curiosidades:

  • Foi o primeiro filme de Jamie Lee Curtis, pelo qual ela recebeu o cachê de 8000 dólares;
  • "Halloween" foi feito em 21 dias no mês de Abril de 1978. Com o orçamento estimado em US$ 320000, se tornou o filme independente mais bem-sucedido naquela época;
  • Os atores vestem no filme suas próprias roupas, desde que não havia orçamento disponível para a compra de figurinos;
  • O título original seria "The Babysitter Murders" (Os assassinatos das babás), título também do primeiro tratamento do roteiro;
  • Eleito pela Entertainment Weekly o quinto filme mais assustador de todos os tempos;
  • É considerado pioneiro dos slashers, embora o filme Noite de terror (Black Christmas) tenha vindo em 1974.



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A Hora do Pesadelo


A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, EUA, 1984)
Direção: Wes Craven
Elenco: Robert Englund (Freddy Krueger), Heather Langenkamp (Nancy), Johnny Depp (Glen), Ronee Blakley (Mãe de Nancy), John Saxon (Pai de Nancy), Nick Corri (Rod), Amanda Wyss (Tina), Charles Fleischer (Dr. King), Joseph Whipp (Sargento Parker), Lin Shaye (Professora).
SINOPSE: Na cidade de Springwood, em Elm Street, Nancy (Heather Langenkamp) começa a ter pesadelos extremamente assustadores. Enquanto guarda apenas para si mesma estas terríveis experiências noturnas, seus amigos do colégio também estão compartilhando o mesmo tipo de sonho aterrorizante. Porém, quando uma das garotas acaba sendo brutal e misteriosamente assassinada durante o sono, Nancy procura a polícia. Seus relatos a respeito do hediondo maníaco que habita seus pesadelos, contudo, são ignorados pelas autoridades, Nancy está sozinha e apavorada, mas sabe que cedo ou tarde terá que enfrentar o assassino em seu próprio mundo sombrio e irreal.


“Se Nancy não acordar gritando, ela nunca mais acordará.”




Vindo dos igualmente sucessos Aniversário Macabro e Quadrilha de Sádicos, Wes Craven sempre soube como agradar aos fãs do gênero horror. Com talento e criatividade, mais uma vez Craven apresenta uma bela história que foi sucesso de bilheteria e crítica e rendeu várias sequências, transformando o vilão da serie em um ícone do horror.

O filme se inicia com alguém confeccionando luvas com garras afiadas, no que saberemos depois ser o “instrumento” do antagonista Freddy Krueger. Em seguida, vemos a cena de um pesadelo. A jovem Tina (Amanda Wyss) é perseguida por um homem deformado usando luvas com garras afiadas através de um labirinto com caldeiras e tubos. Ela acorda gritando e com a camisola com rasgos feitos pela luva do maníaco durante o pesadelo.

Apesar desse estranho fato, Tina vai normalmente à escola no dia seguinte e encontra o namorado Rod (Nick Corri) e os amigos Glen (Johnny Depp) e Nancy (Heather Langenkamp), que parece sofrer com os mesmos tipos de sonhos. O caso fica ainda mais assustador quando Tina morre e seus amigos sentem que logo pode ser a vez deles.

Apesar de se utilizar (e muito) dos clichês mais básicos do gênero (adultos descrentes, sustos falsos, adolescentes burros), o filme nos impressiona com uma história original e assustadora, talvez por ter abordado quase ineditamente o universo dos pesadelos e criado um vilão sádico e cruel (que inevitavelmente marcou para sempre a carreira de Robert Englund).

Curiosidades:


  • A Playarte foi extremamente desleixada ao trazer a série em DVD para o Brasil. Todos os discos contêm pouco ou nenhum extra, diferentes das caprichadas edições americanas;
  • Foi o primeiro filme de Johnny Depp. Ele conseguiu o papel ao fazer o teste, indicado pelo amigo Nicolas Cage;
  • O filme teve seis sequências até agora. Além destas sequências “oficiais”, Freddy apareceu no confronto Freddy X Jason e no dispensável remake de 2010;
  • O roteiro pode ter sido “baseado” em um caso real. Nele, um jovem teria tido um pesadelo tão real e hediondo que se recusou a dormir novamente por um longo período;
  • Mais de 500 galões de sangue falso foram usados na produção do filme. Mais que 10 vezes o que foi gasto em outro filme de horror de Craven, Pânico.



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