domingo, 30 de setembro de 2012

O Universo de Alien de volta em "Prometheus"


Prometheus (Inglaterra/EUA, 2012)
Direção: Ridley Scott
Elenco: Noomi Rapace (Elizabeth Shaw), Charlize Theron (Meredith Vickers), Michael Fassbender (David), Idris Elba (Janek), Guy Pearce (Peter Weyland), Logan Marshall-Green (Charlie Holloway), Sean Harris (Fifield), Rafe Spall (Millburn), Emun Elliot (Chance), Benedict Wong (Ravel), Kate Dickie (Ford).
SINOPSE: Um grupo de cientistas viaja através do universo a bordo da espaçonave Prometheus numa jornada para investigar formas de vida alienígena. A equipe acaba descobrindo que precisa lutar pela sobrevivência, enquanto fica claro que os horrores que experimentam representam uma ameaça não só para eles, como para toda a humanidade.


PODE CONTER SPOILERS

“A busca pelas nossas origens pode levar ao nosso fim”




Em 1979 Ridley Scott dirigiu o clássico de ficção científica e suspense Alien - O Oitavo Passageiro. Super-influente, o filme gerou três sequências e dois crossovers Alien vs. Predador, gerando toda uma mitologia e cultura sobre a série. Os planos para uma sequência (ou uma pré-sequência) grandiosa vinham desde o último Alien, dirigido por Jean-Pierre Jeunet em 1997. Mas depois de a Fox lançar os fracos confrontos Alien vs. Predador (que além de não ter nenhuma conexão com a quadrilogia original, apresentavam narrativas típicas de filmes de ação, e não de suspense), a ideia foi postergada. Somente em 2010 o projeto tocou para frente e Ridley Scott pareceu a escolha ideal para dirigir tal projeto. 

Prometheus é um filme que aposta mais na filosofia em suas ideias do que na ação desenfreada e em explosões barulhentas (embora haja alguma ação). O filme começa com um ser similar a um humano se sacrificando em prol da criação da vida humana na Terra. Em seguida vemos um casal de cientistas (Noomi Rapace e Logan Marshall-Green) que acha evidências de uma localização no universo de onde vieram nossos criadores, em pinturas numa caverna. Patrocinados pela ambiciosa companhia Weyland (Weyland-Yutani nos outros episódios), o casal e mais um grupo de cientistas parte em uma jornada tentando encontrar nossas origens.

E tentar é mesmo a palavra: O que falha em Prometheus são alguns elementos de sua narrativa. Alguns são furos, outros perguntas sem resposta. Por exemplo, quais são os reais objetivos do androide David? Por que ele infecta a bebida de Charlie? Por que uma "lula gigante" acaba dando origem a um ser muito parecido com o xenomorfo tradicional. No final parece que Prometheus poderia ser até melhor, mas o resultado é bastante positivo tanto em sua concepção filosófica como em sua técnica, onde o filme é perfeito. Utiliza e muito bem os efeitos especiais de ponta em uma fotografia mais escura e uma direção de arte caprichada. Outro destaque vai para a atuação de Fassbender, que merece ser indicada a algum prêmio. A conclusão é que Prometheus é um bom filme, que consegue entreter e ainda faz refletir sobre as questões mais profundas da humanidade.


Curiosidades:

  • H R Giger, o artista responsável pelo design do Alien original, foi chamado nesse filme para trabalhar com engenharia reversa nos designs dos alienígenas de Prometheus;
  • Os nomes dos androides na serie seguem uma ordem alfabética: Ash em Alien, Bishop em Aliens e Alien 3, Call em Alien - A Ressurreição e David em Prometheus;
  • O filme rendeu até a presente data mais de 300 milhões de dólares.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Terror brasileiro em "Desaparecidos"

Desaparecidos (Brasil, 2011)
Direção: David Schurmann
Elenco: Charlene Chagas (Alexa), Natalia Vidal (Kamila), Pedro Urizzi (Marco), André Madrini (Rodrigo), Fernanda Paviani (Fábia), Adriana Veraldi (Carla), Francisco Carvalho (Pescador), Eliot Tosta (Namorado).
SINOPSE: Uma festa VIP particular em uma ilha tropical cercada pela mata. O convite é uma pequena câmera que os convidados tem que pendurar em volta do pescoço durante toda a festa. As câmeras gravam aleatoriamente e eles nunca sabem quando elas estão ligadas. Parece com a melhor festa de todas, não? Até um grupo de amigos desaparecer na floresta. Após semanas suas câmeras são encontradas, nelas descobrimos o que aconteceu, e porque as autoridades decidiram não revelar essas imagens.



Desde 1999 quando A Bruxa de Blair apavorou as plateias de todo o mundo com seu estilo found footage apoiado na campanha de publicidade na Internet (que ainda não era popular como hoje), o mundo percebeu que com uma boa ideia na cabeça e pouco dinheiro era possível fazer cinema com qualidade (Outros diretores, como Ruggero Deodato na Itália também usaram o recurso de mockumentary, mas aí já é ir um pouco longe). Por outro lado, sempre quando um projeto desse tipo surge resta a dúvida se os realizadores optaram por esse estilo apenas para poupar dinheiro e pegar carona no sucesso de outros filmes. Infelizmente esse é o caso de Desaparecidos, longa brasileiro dirigido pelo documentarista David Schurmann (do premiado O Mundo em Duas Voltas).

A história é simples: Um grupo de jovens amigos é convidado para um festa VIP no litoral cujo convite é uma câmera (!) que deve ser pendurada no pescoço ininterruptamente. Chegando à festa, os jovens começam a desaparecer um a um, vitimas de algo que não vemos claramente durante o filme. 

Mostrando que entende muito de publicidade e técnicas de filmagem, Schurmann não erra na verossimilhança ao nos apresentar os personagens nas sequências anteriores à festa, utilizando um bom senso em relação ao que as câmeras gravam (elas ligam e gravam aleatoriamente, nunca se sabe quando estão gravando). A mesma qualidade não é demonstrada nas sequências de tensão, algumas das quais chegam a causar risos involuntários e raiva dos protagonistas, como a personagem que grita histerica e incessantemente o nome Rodrigo (que verossímil ou não, se torna irritante e se parece com um engodo para o roteiro). Além disso, apesar da curta duração (pouco mais de 70 minutos), a narrativa se arrasta justamente por causa da falta de diálogos, argumentos e um fio condutor mais atraente e menos tedioso. Apesar de tudo, é um passo a frente para a cinematografia de horror brasileira.



Curiosidades:

  • David Schurmann faz uma ponta durante os créditos finais no papel de um policial;
  • O filme foi produzido sem leis de incentivo cultural;

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Medo real em "Sem Saída"


Sem Saída (Eden Lake, Inglaterra, 2008)
Direção: James Watkins
Elenco: Kelly Reilly (Jenny), Michael Fassbender (Steve), Tara Ellis (Abi), Jack O’Connell (Brett), Finn Atkins (Paige), Jumayn Hunter (Mark), Thomas Turgoose (Cooper), James Burrows (Harry), Tom Gill (Ricky), Lorraine Bruce (Tanya).
SINOPSE: Steve (Fassbender) pretende levar sua namorada Jenny (Reilly) para um local paradisíaco para pedi-la em casamento. Se recusando a permitir que algo estrague seu final de semana romântico, o casal confronta uma gangue de delinquentes juvenis com consequências terrivelmente brutais.

A RESENHA PODE CONTER SPOILERS



“Mas eles são apenas crianças!”




Escrevo este texto no momento em que acaba de ocorrer no Rio de Janeiro a morte violenta de vários jovens executados por traficantes, provavelmente por eles terem cruzado a comunidade onde tais criminosos são os “reis do tráfico” e também para a propria demonstração de poder dos bandidos. Indo um pouco mais longe nos casos de violência, tivemos a morte do casal Luana Friedenbach e Felipe Caffé em 2003, que chocou a todos pelo fato de os jovens terem sofrido todo tipo de tortura física e psicológica por vários dias nas mãos de seus algozes, entre eles um menor de idade, um fato do qual me lembrei ao terminar de assistir este Sem Saída. A violência urbana e desmedida infelizmente nunca esteve tão palpável como nesses últimos “tempos”.


Se começo o texto desta maneira é porque a violência cometida por crianças/adolescentes e a passividade de seus pais diante de seus crimes é parte fundamental de Eden Lake. No estudo do medo e do cinema de horror cabe fazer a distinção a meu ver de dois “tipos” de medo. O medo real que sentimos todos os dias ao sair (ou permanecer) em casa, o medo de perder alguém querido vítima de violência, ou de sermos nós mesmos vítimas dela, e o medo que nos serve muitas vezes como escapismo ao outro medo, o medo do sobrenatural, o medo que sentimos ao assistir a filmes de terror, onde o compadecimento é compartilhado com os protagonistas apenas em parte. Esse seria um medo “saudável” e que, em contraposição ao outro tipo de medo, serviria inclusive para aplacar nosso stress diário. Por isso mesmo, os filmes de terror mais chocantes sejam aqueles que nos mostram o horror real, que poderia muito bem acontecer conosco (guardadas as devidas proporções), fazendo com que literalmente nos coloquemos na pele dos protagonistas.

Sem Saída é um horror inglês que conta a história do casal Jenny e Steve (Reilly e Fassbender) que sai para um fim de semana romântico à beira de um belo lago. Chegando lá, eles encontram um grupo de adolescentes baderneiros e delinquentes, que logo se tornam uma ameaça real quando ocorre um embate entre eles e o casal. Agora os dois precisam lutar por suas vidas ante a presença dos perigosos jovens.

Sem Saída nos coloca como poucos filmes na pele do casal principal, fazendo além de nos importarmos muito com aquelas pessoas (um pressuposto fundamental do gênero), que nos coloquemos na pele delas, e compartilhemos seu sofrimento, senão físico, psicológico, como mostra uma cena em especial na qual um personagem assiste, sem poder fazer nada, uma tortura dolorosa e gráfica.

Além disso, o diretor de fotografia Christopher Ross cuida bem do visual cada vez mais opressor, apostando em fotografia levemente escurecida no início do filme, e em planos gerais que salientam o isolamento dos protagonistas. Atuações são outro ponto forte, sobretudo a de Kelly Reilly, que traz para sua interpretação o sofrimento e a angústia necessários para que a trama funcione, como na cena em que enfia um caco de vidro no pescoço de um dos adolescentes, mas logo em seguida o toma em seus braços sentindo leve remorso não só pelo ato em si, mas também pela perda de uma vida em desenvolvimento, pois sua personagem é uma educadora infantil.

O único ponto negativo reside em algumas situações forçadas, como na cena onde Jenny precisa se esconder de seus algozes e, num momento está encurralada em volta de um container, e no outro, já está por cima dele, revelando o uso de um clichê básico e prejudicando (mas só por um momento) a realidade da situação.

Por fim, Sem Saída entrega um desfecho brutal e sem concessões, finalizando sua trama com a crueldade que vinha entregando desde o segundo ato. Fica um nó na garganta, uma sensação de impotência e frustração justamente por não termos obtido o desejado final feliz. Ponto para o diretor Watkins (A Mulher de Preto), que não se entregou às convenções hollywoodianas e se manteve fiel à verossimilhança impressa pelo restante do filme, e ponto para o cinema de horror inglês, que vem lançando grandes filmes nos últimos anos.

De quebra, o filme ainda nos passa uma mensagem social nada sutil: crianças podem ser muito perigosas, sobretudo com pais levianos e condescendentes.



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Zombies Ate My Neighbors

Zombies Ate my Neighbors (1993)
Desenvolvimento: Lucas Arts
Lançamento: Konami
O jogo segue dois adolescentes, Zeke e Julie na missão de salvar seus vizinhos diante do apocalipse de monstros e mortos-vivos em diversos níveis e cenários, utilizando para isso uma infinidade de armas e recursos.







Video games sempre cumpriram um importante papel no entretenimento, onde para além de simplesmente tornar crianças sedentárias (hehe), conseguiam divertir também os adultos com sua infinidade de subgêneros que vão do trivial jogo de raciocínio aos elaborados jogos de estratégia e RPG, hoje em dia com gráficos ultra-realistas.

Mas um pouco antes de jogos de tiro no estilo Resident Evil e Doom (que foi lançado na mesma época, mas assumiu um design mais realista em versões posteriores) e similares invadirem o mercado, havia os jogos com gráficos relativamente simples lançados para plataformas como Super Nintendo e Mega Drive que com criatividade marcaram história. Esse é o caso de Zombies Ate my Neighbors.


Jogos que são adaptações de filmes sempre me encantaram. O fato de poder encarnar aquele personagem favorito daquele filme favorito e poder dar um rumo diferente (dentro do limite do jogo, é claro) ao seu destino sempre fizeram dos games um ambiente propício a tais adaptações.

O caso de Zombies Ate My Neighbors vai mais além. O jogo é uma homenagem rica ao cinema de horror moderno. Vai desde os filmes de horror clássicos (múmias, lobisomens) e aqueles com insetos gigantes dos anos 50, passando pelos filmes de zumbis (notadamente os de Romero) e chega até as décadas de 70 e 80, homenageando os bonecos assassinos e os maníacos seriais dos slashers.

O design é rico e desafiador em muitos níveis, onde você precisa encontrar e salvar seus vizinhos (com a preciosa ajuda de um radar) através de portas fechadas, paredes e labirintos atravessando uma incrível diversidade de cenários, que vão do simples quintal das casas da vizinhança até pirâmides, castelos, campos de futebol americano, galpões e shopping centers. Outro detalhe são a variedade de armas, que vão do padrão (armas de água haha) até poderosos cortadores de grama e bazucas que explodem paredes...e inimigos. Falando neles, Zombies Ate My Neighbors cuida desse aspecto com muito carinho. Para além dos vilões do título (zumbis comuns que saem da terra), o jogo aposta em maníacos com poderosas motosserras, bonecos assassinos, múmias, aliens e outra seleta coleção de chefes, que vão de bebês gigantes a vermes subterrâneos.

O jogo ainda mete certo nível de tensão, apesar de bem-humorado, sobretudo nos níveis de "anoitecer", nos quais você tem que correr para salvar certos vizinhos antes de eles se transformarem em poderosos lobisomens.

Um jogo nostálgico, divertido, desafiador, que com certeza agradará aos fãs da cultura de horror.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Fraco remake em "Dia dos namorados Macabro"


Dia dos Namorados Macabro 3D (My Bloody Valentine 3D, EUA, 2009)
Direção: Patrick Lussier
Elenco: Jensen Ackles (Tom), Kerr Smith (Xerife Axel), Jaime King (Sarah), Betsy Rue (Irene), Edi Gathegi (Policial Martin), Tom Atkins (Xerife Burke), Kevin Tighe (Ben Foley), Megan Boone (Megan), Todd Farmer (Caminhoneiro Frank).
SINOPSE: Passados quase trinta anos do lançamento do Cult Dia Dos Namorados Macabro, este remake (em versão 3D) resgata a história original, quando numa noite do dia dos namorados, ocorre uma chacina que tira a vida de 22 pessoas. Dez anos depois, o personagem Tom (Jensen Ackles) retorna à cidade na noite do aniversário daquele cruel massacre. A população, no entanto, o encara como principal suspeito. Tom terá ao seu lado apenas uma antiga namorada (Jaime King), a única que acredita em sua inocência.


“Este dia será inesquecível para você”




Em 1981 o pouco conhecido George Mihalka lançou o também pouco conhecido Dia dos Namorados Macabro, que é lembrado principalmente pela violência exagerada e por explorar uma das mais absurdas datas comemorativas para o gênero horror. Quase esquecido, o longa ainda povoa a memória de um ou outro fã do horror pelos motivos expostos e porque era exibido regularmente na Rede TV anos atrás.

Pegando carona na onda de remakes que começou sabe-se lá exatamente quando, fica claro antes mesmo do início do filme que a única intenção dos realizadores foi faturar uns trocados utilizando para isso a tecnologia que proporciona aos espectadores a honra de verem machados e mandíbulas saírem da tela em suas direções.


Assim sendo, não dá para se esperar muita coisa do “filme”. Mas o resultado é pior do que se imagina. Começando pelo básico, o filme obviamente usa e abusa dos clichês, como o uso da “peladona” que se torna uma das vítimas, o jeito lento de andar do assassino (lembrando Jason Voorhees) e a incrível habilidade do vilão aparecer em todo lugar, se tornando quase sobre-humano, o que fica claro que não é o caso aqui. Incluindo obrigatórias referências à data do título apenas para justificá-lo, já que o filme não contém nenhum simbolismo especial, a experiência se torna ainda mais entediante (re) assistida em DVD, pois nem os efeitos em 3D tive para “compensar” a falta de qualidade.

A trama é simples: Rapaz volta para cidadezinha depois de dez anos de um massacre em uma mina pelo qual ele pode ter sido um dos responsáveis e se tem início a uma nova serie de assassinatos.

Curiosidades:

  • O roteirista Todd Farmer faz uma ponta como um caminhoneiro que é também uma das vítimas no filme;
  • O filme foi filmado com câmeras e lentes especiais

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Floresta do Mal ou Pânico na Floresta 2


Floresta do Mal (Wrong Turn 2 – Dead End, EUA, 2007)
Direção: Joe Lynch
Elenco: Erica Leerhsen (Nina), Henry Rollins (Dale Murphy), Texas Battle (Jake), Kimberly Cadwell (Ela mesma), Crystal Lowe (Elena), Steve Braun (Jonesy), Daniella Alonso (Amber), Aleksa Palladino (Mara), Matthew Currie Holmes (Michael).
SINOPSE: O mais radical reality show acaba se transformando em terror real para seus seis competidores, quando eles têm que enfrentar uma tribo de canibais insaciáveis e horrivelmente deformados.
O comandante reformado do exército Coronel Dale Murphy (Henry Rollins) é o anfitrião de um reality show no qual os participantes são desafiados a sobreviver numa terra desolada na remota West Virginia. Mas o show acaba virando um confronto tão assustador quanto um pesadelo, quando eles percebem que estão sendo caçados por uma família de canibais que está decidida a transformá-los no seu jantar.


“Ainda mais terrível e assustador”



Ao longo dos anos o gênero horror, em especial o subgênero slasher encontrou uma fórmula que utiliza os mesmos expedientes para contar histórias diferentes. Às vezes o resultado dá errado, às vezes dá certo, sobretudo quando o filme assume seu caráter despretensioso e não se leva a sério. Esse é o caso de Floresta do Mal, sequência do bom Pânico na Floresta (2004).

O filme se passa no mesmo universo de seu predecessor, e eu ainda não entendi por que em vez de se chamar no Brasil Pânico na Floresta 2 a Fox decidiu batizá-lo de Floresta do Mal (mudança de distribuidora, talvez). Contém elementos de outros filmes de mutações, como Viagem Maldita, embora aqui o resultado seja propositalmente inferior. Um reality show no estilo de No Limite, Hipertensão e Survivor está para começar no meio da floresta de Greenbrier Back Country. Uma das concorrentes, Kimberly Caldwell (interpretando ela mesma) parte para o local e acaba atropelando um homem, que se revela um mutante assassino. Ela acaba sendo literalmente rachada ao meio, numa cena inverossímil e bastante divertida.

O apresentador do programa é Henry Rollins (apresentador da serie Night Visions), um ator sempre eficiente, sobretudo em papeis físicos como esse. Alguns dos participantes são caras conhecidas em filmes de horror atuais, como Texas Battle (Premonição 3 e Reality da Morte), Crystal Lowe (Premonição 3) e Erica Leerhsen (O Massacre da Serra Elétrica), apresentando atuações obviamente canastronas e se entregando aos estereótipos característicos. No meio da mata rola espaço para mortes criativas, exibindo bons efeitos de maquiagem, corre-corres, sustos falsos e a cena “obrigatória” de nudez gratuita, que eu já sabia que seria da personagem de Lowe, tendo em vista seu histórico haha.

No final das contas Floresta do Mal é um programa divertido, grotesco e mais nojento do que assustador (incluindo uma subversão da cena do jantar de O Massacre da Serra Elétrica), mas o seu maior trunfo é saber “o seu lugar”, brincando consigo mesmo. Há inclusive uma troca de papeis no que toca a quem sobrevive no final, quebrando alguns paradigmas do gênero.

NOTA: Acabei de descobrir o porquê do título. No mesmo ano (2007) a Playarte (sempre uma fanfarrona) lançou um DVD no Brasil com o título Pânico na Floresta 2, que não é a continuação do original de 2004.

Curiosidades:

  • Filmado em apenas 25 dias;
  • O filme foi planejado como uma homenagem aos filmes de terror dos anos 80;
  • Ken Kirzinger aparece como um dos mutantes. Além de atuar como dublê em diversos filmes, ele foi o ator que mais interpretou Jason na série Sexta-Feira 13 (Partes 7,8,Jason Vai Para o Inferno e Jason X);

domingo, 2 de setembro de 2012

Haverá uma (re) possessão no futuro? Sam Raimi fala sobre possíveis sequências de "A Possessão"

Com "A Possessão" liderando as bilheterias nesse fim de semana nos Estados Unidos, o produtor Sam Raimi (Arraste-me Para O Inferno) foi perguntado sobre a possibilidade de mais histórias serem contadas no universo daquele que é o "vilão" do filme, a caixa Dybbuk, e parece que a produtora Ghost House Pictures  está disposta a produzir uma sequência caso tudo dê certo.
Em uma conversa com a MTV, Raimi disse: "Há tantas histórias sobre a caixa Dybbuk original que nunca chegaram às telas. Elas realmente estão por aí, as pessoas tem muitas histórias. Ghost House já tomou a frente e comprou os direitos para essas histórias virarem filmes então [uma sequência ] é possível. Mas eu acredito que tudo irá depender se Ole Bornedal (diretor do filme) estiver interessado e se um roteiro muito bom puder ser escrito com o material que tivermos."
Sobre o porquê de estar interessado na lenda de Dybbuk anteriormente, Raimi explicou: "Eu tinha lido um livro de Paddy Chayefsky, "O Décimo Homem". É muito assustador. Isso foi a única coisa que eu tinha lido sobre Dybbuk, o demônio da tradição judaica, em uma história. Quando eu li esse artigo no Los Angeles Times escrito por Leslie Gornstein chamado "Maldição em uma caixa", eu achei muito assustador. Eu sou judeu, mas eu nunca fiquei pensando sobre o que minha religião acredita no campo do sobrenatural. Tudo que eu já tinha visto eram filmes dramatizados, como "O Exorcista" ou "A Profecia", que são mais ou menos baseados no Novo Testamento. Já o demônio do nosso filme é do Antigo Testamento, o que é muito assustador para mim. Parte de mim estava curioso, outra parte achou que seria muito original. Ao ler o site sobre a caixa Dybbuk, foi terrível. Parecia que era real."
Há também alguns outros boatos na entrevista, incluindo o fato de Raimi mencionar que gostaria de ter a jovem estrela de possessão, Natasha Calis em seu próximo filme.

NOVO!!!! Leia a resenha do filme aqui no Horror Reviews (11/11/2012) 
Clique aqui para ler a crítica de Roger Ebert (em inglês)
Clique  aqui para ir à página do Filmow sobre  o filme
"A Possessão" gira em torno de uma família que se encontra vítima de uma possessão por causa de uma caixa amaldiçoada e seus esforços em se livrar dessa terrível maldição.  O ponto assustador do filme é uma história verdadeira tirada do artigo de Leslie Gornstein "Uma maldição em uma caixa" (Julho de 2004). 


Sinopse: Baseado em uma história real, o filme conta como uma família devem se unir para sobreviver à ameaça de um mal impronunciável. Clyde (Jeffrey Dean Morgan) e Stephanie Brenek (Kyra Sedgiwick) não veem motivo de alarme quando sua filha caçula Em (Natasha Calis) se torna estranhamente obcecada por uma antiga caixa de madeira que comprou em uma venda de quintal. Mas conforme o comportamento de Em começa a ficar cada vez mais instável, o casal teme a presença de uma força maligna à sua volta, apenas para descobrir que a caixa foi construída contendo um dybbuk, um espírito do mal que possui e por fim destrói o corpo do humano hospedeiro.


Confira aqui o primeiro clipe do filme, no Brasil tem estreia prevista para o fim de Outubro.


FONTE: Dread Central / MTV
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