domingo, 7 de outubro de 2012

Horror gótico em "A Mulher de Preto"

A Mulher de Preto (The Woman in Black, Inglaterra, 2012)
Direção: James Watkins
Elenco: Sophie Stuckey (Stella Kipps), Daniel Radcliffe (Arthur Kipps), Misha Handley (Joseph Kipps), Jessica Raine (Nanny), Roger Allam (Sr. Bentley), Lucy May Barker (Empregada), Ciarán Hinds (Daily), Shaun Dooley (Fisher), Mary Stockley (Sra. Fisher), Alexia Osborne (Victoria Hardy).
SINOPSE: Na história, o jovem advogado Arthur Kipps (Radcliffe) precisa viajar para uma região remota da Inglaterra para cuidar dos papeis de um cliente recém-falecido. Enquanto trabalha na casa antiga e isolada, Kipps começa a descobrir seus trágicos segredos. A situação piora quando ele entende que  o vilarejo é refém do fantasma de uma mulher magoada, em busca de vingança.




“Você acredita em fantasmas?”





Daniel Radcliffe ficou conhecido por interpretar o bruxo Harry Potter na famosa e cultuada serie de oito filmes de sucesso. A produtora inglesa Hammer, de volta ao mercado recentemente com os bons A Inquilina e Deixe-me Entrar se une ao astro Radcliffe para produzir um interessante horror no estilo gótico que remete às primeiras décadas do cinema do gênero.

Baseado no livro de Susan Hill e remake do filme homônimo de 1989, desta vez com o roteiro escrito por Jane Goldman (Kick-Ass, X-Men Primeira Classe), A Mulher de Preto conta a história do jovem advogado Arthur Kipps (Radcliffe). Em dificuldades emocionais e financeiras após perder a mulher no parto de seu pequeno filho, Kipps ainda não superou o fato e tem uma última chance de manter o seu emprego viajando para uma cidadezinha para cuidar da papelada e testamento de uma viúva que deixou uma velha mansão, sem herdeiros. Chegando lá, o advogado é recebido com hostilidade pela população local, que teme que sua presença na casa da viúva morta (a mulher de preto) possa iniciar uma nova serie de mortes infantis inexplicáveis, que é o que justamente ocorre quando Arthur começa a ter visões da mulher constantemente, adicionadas a barulhos estranhos pela casa.

O filme acerta ao estabelecer o tom frio e opressor graças à sua belíssima direção de arte e fotografia predominantemente em tons de cinza, ainda ressaltando o isolamento de Kipps em planos abertos e sendo eficiente nos sustos que entrega. Outro acerto é na escolha do protagonista: Radcliffe se entrega ao personagem, apresentando uma atuação sem exageros e fazendo com que nos identifiquemos com o sofrimento do personagem.

A mesma qualidade, entretanto, desaparece na condução de seu roteiro, que dá voltas e mais voltas (sem ser cansativo, no entanto) sem oferecer nenhuma “solução”, e que ainda apresenta exageros (Por que Kipps se jogou ao pântano por causa de um esqueleto do filho da viúva?). E o pior é que acaba entregando uma conclusão simplista demais para o desenvolvimento que, mal ou bem, vinha oferecendo. Um bom programa de horror, contudo.


Curiosidades:

  • Adrian Rawlins que, pai de Daniel Radcliffe na serie Harry Potter, foi o protagonista da versão de 1989;
  • O jovem ator que interpreta o filho de Radcliffe no filme é seu real afilhado, a ideia foi lançada por Radcliffe para dar mais veracidade à relação entre eles.


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