Diretor: Michael Goi
Elenco: Amber Perkins (Amy Herman), Rachel Quinn (Megan Stewart), Dean Waite (Josh), Jael Elizabeth Steinmeyer (Lexie), Kara Wang (Kathy), Brittany Hingle (Chelsea), Carolina Sabate (Angie), April Stewart (Joyce Stewart), Bill Frazier (John Herman), Tammy Klein (Louise Herman), Lauren Leah Mitchell (Callie Daniels).
SINOPSE: Drama ficcional baseado em casos reais, sobre duas amigas adolescentes que se deparam com um "predador virtual".
"Megan e Amy são melhores amigas. Elas dividem segredos, batem papo com caras na internet. E dentro de alguns dias, elas nunca mais serão vistas."
Uma coisa que sempre me perturbou (embora felizmente nunca tenha passado por isso) é o desaparecimento. Dizem que a dúvida sobre o estado da pessoa perdida é pior do que a eventual certeza de sua morte. Não sei, mas o fato é que justamente por sua ambígua natureza, o desaparecimento de pessoas sempre foi um filão muito explorado na ficção em novelas televisivas, filmes e livros. Com o avanço assustador e global da internet, ficou claro que os perigos e os benefícios da realidade se estenderiam também no mundo virtual, afinal, apesar de parecer óbvio, quando você conhece alguém pela grande rede você nunca sabe quem de fato ela é... até conhecê-la pessoalmente, gerando, é claro, um grande risco associado ao potencial encontro. E é justamente a partir dessa ideia que parte o segundo longa de Michael Goi (que só havia assinado a direção anteriormente do obscuríssimo drama erótico Voyeur (1999)) e é mais conhecido pelos seus trabalhos como diretor de fotografia (do filme Almas Condenadas (2006) e das séries História de Horror Americana e My Name is Earl).
O longa, filmado usando a técnica do found footage, se constrói desde o início afirmando ser uma compilação de arquivos de vídeo pessoais (primeira parte do filme) e filmagens encontradas pela polícia (desfecho do filme), e conta a história das melhores amigas Megan (Rachel Quinn) e Amy (Amber Perkins), de 14 e 13 anos respectivamente. A primeira, garota popular, sem um círculo familiar sólido e precocemente envolvida com sexo e drogas. A segunda, tímida, excluída e com família bem estruturada. Um par aparentemente improvável, as duas vivem sua amizade justamente em função do apoio mútuo e daquilo que sobra em uma e falta na outra.
Procurando estabelecer justamente a dinâmica entre as personagens, o filme passa dois terços de sua duração em seu desenvolvimento e só no final acompanhamos o destino das protagonistas. E, se esse modelo narrativo parece, a princípio, interessante e o uso do recurso das filmagens encontradas busca evocar algum realismo, a qualidade nas atuações vai de ruim a péssima, e esse aspecto em vários momentos joga o espectador para fora da trama, justamente o contrário do que seria pretendido. Com a intenção de soar como um "aviso" para as/os adolescentes que potencialmente estão mais sujeitos ao risco apresentado no filme, o diretor e roteirista Goi constrói várias situações inverossímeis que mais uma vez prejudicam o andamento do filme. Além disso (o próximo parágrafo apresenta spoilers):
O diretor também toma a decisão duvidosa de gerar espaço no final do filme basicamente apenas para a personagem Amy, como se Megan não merecesse nossa atenção no sofrimento que passa, ou talvez para criar um artifício para que nos identifiquemos apenas com a amiga mais vulnerável, e como se a outra não importasse em nada dentro daquela narrativa. Também é extremamente incoerente a facilidade com que Amy se torna presa do maníaco virtual, tendo em vista que o desaparecimento de sua amiga deveria ter gerado monitoramento policial ou pelo menos maior vigilância de seus pais que já eram superprotetores. (fim dos spoilers)
Com tudo isso, na intenção apaixonada de criar um filme com caráter de alerta, Michael Goi pisou na bola diversas vezes em aspectos técnicos e narrativos e criou apenas um produto pseudo-educativo com algumas cenas inquietantes. E é só! Com algumas mudanças, principalmente no elenco, o filme poderia se tornar referência no gênero. Talvez na próxima tentativa...
O longa, filmado usando a técnica do found footage, se constrói desde o início afirmando ser uma compilação de arquivos de vídeo pessoais (primeira parte do filme) e filmagens encontradas pela polícia (desfecho do filme), e conta a história das melhores amigas Megan (Rachel Quinn) e Amy (Amber Perkins), de 14 e 13 anos respectivamente. A primeira, garota popular, sem um círculo familiar sólido e precocemente envolvida com sexo e drogas. A segunda, tímida, excluída e com família bem estruturada. Um par aparentemente improvável, as duas vivem sua amizade justamente em função do apoio mútuo e daquilo que sobra em uma e falta na outra.
Procurando estabelecer justamente a dinâmica entre as personagens, o filme passa dois terços de sua duração em seu desenvolvimento e só no final acompanhamos o destino das protagonistas. E, se esse modelo narrativo parece, a princípio, interessante e o uso do recurso das filmagens encontradas busca evocar algum realismo, a qualidade nas atuações vai de ruim a péssima, e esse aspecto em vários momentos joga o espectador para fora da trama, justamente o contrário do que seria pretendido. Com a intenção de soar como um "aviso" para as/os adolescentes que potencialmente estão mais sujeitos ao risco apresentado no filme, o diretor e roteirista Goi constrói várias situações inverossímeis que mais uma vez prejudicam o andamento do filme. Além disso (o próximo parágrafo apresenta spoilers):
O diretor também toma a decisão duvidosa de gerar espaço no final do filme basicamente apenas para a personagem Amy, como se Megan não merecesse nossa atenção no sofrimento que passa, ou talvez para criar um artifício para que nos identifiquemos apenas com a amiga mais vulnerável, e como se a outra não importasse em nada dentro daquela narrativa. Também é extremamente incoerente a facilidade com que Amy se torna presa do maníaco virtual, tendo em vista que o desaparecimento de sua amiga deveria ter gerado monitoramento policial ou pelo menos maior vigilância de seus pais que já eram superprotetores. (fim dos spoilers)
Com tudo isso, na intenção apaixonada de criar um filme com caráter de alerta, Michael Goi pisou na bola diversas vezes em aspectos técnicos e narrativos e criou apenas um produto pseudo-educativo com algumas cenas inquietantes. E é só! Com algumas mudanças, principalmente no elenco, o filme poderia se tornar referência no gênero. Talvez na próxima tentativa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Críticas e elogios ;) são bem vindos. Fique à vontade para comentar