Direção: Eli Roth
Elenco: Rider Strong (Paul), Jordan Ladd (Karen), James DeBello (Bert), Cerina Vincent (Marcy), Joey Kern (Jeff), Robert Harris (Velho Cadwell), Arie Verveen (Henry Ermitão).
Sinopse: Um grupo de cinco amigos, ingressantes na faculdade, alugam uma cabana na floresta e se tornam vítimas de um horrível vírus que "come a pele", o que atrai a indesejada atenção da população homicida local e os obriga a lutar por sua sobrevivência.
"Invisível. Silencioso. Mortal"
De vez em quando aparece no cinema (em particular, no cinema de horror), um jovem talento que, com um pequeno orçamento, filma uma pérola do gênero. O nome em questão é Eli Roth, que quatro anos depois deste surpreendente Cabana do Inferno filmaria, com apadrinhamento de Quentin Tarantino (Pulp Fiction, Kill Bill, À prova de morte) o violento e instigante O Albergue (2006). Em 1995, Roth escreveu junto com o amigo Randy Pearlstein o rascunho do roteiro de Cabana do Inferno, mas passou anos buscando dinheiro para o financiamento do filme, sem sucesso. Nesse meio tempo, Eli Roth se mudou para Los Angeles, produziu, fez as vozes e dirigiu junto com Noah Belson a divertida e sádica animação "The Rotten Fruit", que nunca chegou a ser exibida na TV. Em 2001, ele finalmente conseguiu a modesta quantia de 1,5 milhão de dólares, composta por dinheiro de familiares, amigos e três pequenas produtoras (Deer Path, Down Home e Black Sky) para filmar o roteiro de Cabana do Inferno.
No festival de Toronto de 2002, a Lions Gate entrou nos "créditos", adquirindo os direitos de distribuição da película, o filme recebeu elogios de Tarantino, Peter Jackson (O senhor dos Anéis) e Tobe Hooper (O Massacre da Serra Elétrica e Poltergeist), se tornando um sucesso de público e crítica e catapultando a carreira do talentoso Roth.
O enredo gira em torno de cinco amigos, os adolescentes estereotipados Paul (o bom moço), Karen (a mocinha), Marcy (a "safada"), Jeff (o egoísta) e Bert (o engraçadinho e boca-suja). Eles saem de férias rumo a uma cabana no meio da mata (referência explícita a "Evil Dead"). No entanto, os personagens não são tão superficiais quanto em outras amostras do gênero. Por exemplo, aqui todos podem morrer e não há um Jason escolhendo suas vítimas, já que não há uma divisão clara de papeis e todos acabam tendo tempo de tela similar, o que dificulta fazer previsões sobre seus destinos. O assassino é um vírus silencioso e devastador, que "come" a pele do infectado de dentro para fora. Assim, não dá para apostar em quem vive e quem morre. O clima quase claustrofóbico contribui para o clima de tensão e cenas repugnantes (palmas para a equipe de maquiagem da KNB). Além disso tudo, há diversas referências a filmes de horror (O iluminado, Evil Dead e A noite dos Mortos-vivos), toques de humor bem encaixados e cenas antológicas.
Como comentei no Filmow, é possível fazer cinema de qualidade sem muita grana. Mas somente quando o pessoal por trás das câmeras tem talento e paixão pela sétima arte, o que felizmente é caso de Eli Roth.
Curiosidades:
- John Neff, editor de som do filme, adoeceu, vítima de uma bactéria real que "comia" a pele, bactéria esta que o diretor Roth teve quando viajou para a Islândia e que lhe serviu de inspiração para o filme;
- Peter Jackson ficou tão entusiasmado com o filme, que durante as gravações da terceira parte de "O senhor dos Anéis" ele o exibiu para a produção três vezes;
- O filme foi o mais barato da Lions Gate (US$ 1,5 milhão).
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