sábado, 9 de junho de 2012

O Sucesso de Pânico e os filmes de horror


Pânico (Scream, EUA, 1996)
Direção: Wes Craven
Elenco: Neve Campbell (Sidney Prescott), Drew Barrymore (Casey), Kevin Patrick Walls (Steve), Roger Jackson (Voz pelo telefone), Skeet Ulrich (Billy), Lawrence Hecht (Pai de Sidney), Courteney Cox (Gale Weathers), David Arquette (Policial Dewey), Rose McGowan (Tatum), Matthew Lillard (Stuart), Jamie Kennedy (Randy), W. Earl Brown (Kenny).
SINOPSE: Um ano após a morte da mãe de Sidney Prescott (Neve Campbell), dois estudantes acabam estripados sem nenhuma razão. É um novo serial killer que aparece e Sidney suspeita que as mortes tenham relação com a de sua mãe. Ninguém está seguro e o assassino começa a deixar um rastro de morte. Todo mundo é suspeito nesse caso.



“Você gosta de filmes de horror?”

Wes Craven (A Hora do Pesadelo, Aniversário Macabro), hábil cineasta de horror que sabe bem o que o público do gênero aprecia, foi o responsável por dirigir o excelente roteiro de Kevin Williamson (Teaching Mrs. Tingle), que apesar de parecer nada original, revigorou o gênero terror justamente em um de seus momentos mais raquíticos no cinema. No início dos anos 90, o cinema de horror se limitava a remakes (já naquela época, por exemplo, “A Noite dos Mortos-vivos”), continuações cansativas das cinesséries A hora do Pesadelo e Sexta-Feira 13 e filmes originais de baixo orçamento (Testemunha Muda, Candyman) e quem conseguia prêmios e boas bilheterias eram justamente filmes que não se encaixavam diretamente no gênero horror (O Silêncio dos Inocentes e Entrevista com o Vampiro, por exemplo). Logo, o feito de Pânico é admirável e inegável. Mas e a história?

“Qual o seu filme de horror favorito?”

O filme começa com uma ligação telefônica de um estranho para Casey (Drew Barrymore), mas o que parece ser um engano logo se revelará como um assustador destino para Casey e seu namorado Steve (Kevin Walls). Após a morte dos jovens, a cidade de Woodsboro vive uma atmosfera de tensão e medo, em particular os jovens à volta de Sidney (Neve Campbell), cuja vida já havia sido abalada um ano antes pela violenta morte de sua mãe. Será que os assassinatos estão relacionados? Ainda mais depois de seu pai desaparecer e o assassino parecer estar mirando diretamente em Sidney.

A história de Pânico não parece diferir muito da maior parte dos slashers convencionais (como Sidney menciona ao falar com o assassino pelo telefone em uma parte do filme, os filmes de terror são sempre a mesma coisa: Uma garota peituda sendo perseguida por um assassino estúpido, e ao invés de sair pela porta, prefere subir as escadas correndo). E é justamente ao brincar consigo mesmo, que Pânico atinge o seu objetivo. Desde o início do filme, temos um show de clichês e referências que duram até o seu desfecho, que contém uma reviravolta bastante interessante. Talvez Pânico seja o filme que contém mais referências, inclusive. Além disso, um dos feitos inéditos foi mesclar a série de assassinatos com um ambiente completamente urbano e não fazer do assassino um ser sobrenatural. Ponto para Pânico, que iniciou uma nova era no gênero, sendo copiado e referenciado ele mesmo por inúmeros filmes posteriores, um grande filme de horror. Como extra, deixo aqui dois vídeos de um dos personagens mais carismáticos de Pânico, Randy (Jamie Kennedy), um jovem que trabalha em uma locadora e sabe tudo sobre filmes de horror, inclusive algumas regras bem úteis para sobreviver em um filme do gênero:


Curiosidades:

  • Alicia Witt (Lenda Urbana) e Brittany Murphy (8 Mile) fizeram o teste para o papel de Sidney Prescott, mas não passaram. O papel foi oferecido para Reese Witherspoon, que recusou.
  • Para manter Drew Barrymore chorando, Wes Craven ficava repetindo histórias de crueldade contra animais. Ela é uma defensora dos direitos animais.
  • Rose McGowan acabou descobrindo que consegue passar por uma entrada de animais de estimação.
  • Foram gastos na produção cerca de 50 galões de sangue falso.

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