sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Honeymoon (2014)

Honeymoon (EUA, 2014)
Diretora: Leigh Janiak
Roteiro: Leigh Janiak e Phil Graziadei
Elenco: Rose Leslie (Bea), Harry Treadaway (Paul), Ben Huber (Will), Hanna Brown (Annie)
SINOPSE: Os jovens recém-casados Paul (Harry Treadaway) e Bea (Rose Leslie) viajam para passar a sua lua de mel em um distante lago no interior, onde a promessa de romance e privacidade os aguarda. Pouco depois de chegar, Paul encontra Bea errante e desorientada no meio da noite. Conforme ela se torna mais distante e seu comportamento cada vez mais peculiar, Paul começa a suspeitar de que algo mais sinistro do que apenas o sonambulismo se passou na floresta.




"Depois da cerimônia vem o ritual"




Sou um amante do horror, sou um amante do terror, sou um amante do gênero ficção científica. Mas meus filmes favoritos serão sempre aqueles sci-fi, horrores ou terrores que conseguem não apenas mostrar um vilão original, uma cena assustadora ou litros de sangue, mas em vez disso (ou como complemento a isso) estabelecer uma atmosfera de suspense, tensão ou mistério, algo que justamente por ser mais difícil de alcançar do que simplesmente mostrar membros decepados ou sustos baseados em aumento da trilha sonora, tem se tornado algo cada vez mais raro no cinema do gênero. Eis que então aparece um pequeno trabalho independente de uma diretora estreante que consegue justamente investir num tom preciso de angústia, paranoia e medo que é capaz, assim como nos melhores thriller, de deixar o espectador em um constante estado de vigília e o proverbial "roer das unhas". Não somente isso, mas a direção segura de Janiak ainda consegue despertar curiosidade em saber o motivo por trás do conflito do longa, motivo que embora não seja necessária muita experiência com o gênero para desvendar, deve agradar aos fãs menos escolados nas convenções de gênero já que o desfecho é a parte menos inspirada da obra.


O enredo do filme, apesar de parecer manjado ao englobar o subgênero "terror na floresta", trata da lua de mel (claro) do jovem e apaixonado casal Bea (Rose Leslie, de Game of Thrones) e Paul (Harry Treadaway, Penny Dreadful). Eles filmam suas adoráveis juras de amor, pegam seu carro cheio de latas penduradas e partem para um casebre isolado na floresta, pertencente à família de Bea. Pouco tempo depois de chegarem, no que parece ser um episódio de sonambulismo de Bea, seu marido nota profundas mudanças no comportamento da moça, que passa a agir de maneira cada vez mais distante e misteriosa. 

Beneficiado por uma boa química entre o casal protagonista, Honeymoon é esperto ao dedicar boa parte do primeiro ato ao nos apresentar a dinâmica dos recém-casados, e por mais que pareçam monótonos e triviais, os momentos em que ambos saem juntos de canoa, falam bobagens, fazem amor e dormem juntos constituem uma abordagem realista e terna, fazendo com que prontamente passemos a nos importar com aquelas pessoas, premissa fundamental no gênero horror, afinal, poderíamos ser aqueles personagens.

Filmado de maneira simples, mas eficiente, a fotografia de Honeymoon é sutil ao escurecer gradualmente o filme conforme o nível de suspense aumenta, revelando uma estratégia bastante inteligente. Além disso, o filme também parece fechar seus quadros cada vez mais em torno dos protagonistas gerando um potente efeito de claustrofobia. Permitindo ainda que o filme seja avaliado como uma alegoria para o período pós-casamento e os problemas decorrentes de uma vida a dois, Honeymoon encerra o filme de uma maneira que muitos dirão anticlimática, mas que prova talvez os próprios subtextos com os quais o filme trabalha: que a viagem às vezes é melhor que a chegada.




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