terça-feira, 19 de maio de 2015

Comboio do Terror (1986)

Comboio do Terror (Maximum Overdrive, EUA, 1986)
Diretor: Stephen King
Elenco: Emilio Estevez (Bill Robinson), Pat Hingle (Bubba Hendershot), Laura Harrington (Brett), Yeardley Smith (Connie), John Short (Curtis), Ellen McElduff (Wanda June), J C Quinn (Duncan Keller), Christopher Murney (Camp Loman), Holter Graham (Deke Keller), Frankie Faison (Handy), Pat Miller (Joe), Barry Bell (Steve Gayton).
SINOPSE: Quando a Terra passa pela cauda do cometa Rea-M, as máquinas voltam à vida e ameaçam a vida humana no planeta. Um grupo de sobreviventes está sob a mira de furiosos caminhões na parada de caminhões Dixie Boy em um posto de gasolina e eles precisam lutar pela sobrevivência.





"Imagine seu pior pesadelo. Máquinas tomando controle do mundo"




Comboio do Terror é uma adaptação produzida por Dino De Laurentiis de um conto menor
(em tamanho e qualidade) de Stephen King, contido na excelente antologia Sombras da Noite (Night Shift) de 1978. No conto (e no filme) um pequeno grupo de pessoas se vê preso em uma lanchonete de um posto de gasolina, parada típica de caminhoneiros. O problema é que as máquinas à motor, focando nos caminhões, claro, parecem estar sob a influência de uma fúria assassina e não hesitarão em atropelar e trucidar qualquer humano que se apresente em sua frente. Trama absurda? Pois é, mas em um conto com menos de 20 páginas e que se levava a sério, até que o absurdo funcionava. O problema, por mais irônico que pareça, é quando o próprio escritor da obra original resolveu assumir a direção, assumindo um tom bem mais bem-humorado, e incluindo os piores clichês do cinema americano, resultando em uma das menos inspiradas adaptações de suas obras.

Emilio Estevez, pouco inspirado (indicado inclusive ao Framboesa de Ouro daquele ano junto com King indicado a pior diretor) encarna o pseudo-herói da trama, na pele de um funcionário da lanchonete que parece ter problemas com a lei e sofre nas mãos de seu chefe Bubba Hendershot (Pat Hingle), um sujeito escroto, é verdade, mas que possui um verdadeiro (e providencial) arsenal que inclui até bazucas no porão do estabelecimento (!). O absurdo do filme ainda encontra espaço para um romancezinho bem caído entre o personagem de Estevez e Brett (Laura Harrington) e um final clichê e completamente anticlimático, diferente do elegante e aberto desfecho de sua contraparte literária. Novamente, é inevitável dizer que a adaptação ficou muito, mas muito mesmo aquém do que alguém poderia esperar. Trocando o tom mais pessimista e ambíguo do conto, King pisou na bola em todos os sentidos, apostando na comédia sem graça, personagens unidimensionais e caricatos que tornam o programa bastante sofrível, mesmo se não levarmos o programa a sério.

O pouco charme que Comboio do Terror está presente na nostálgica cara de anos 80, impressa em sua fotografia e também em sua trilha sonora, composta por ninguém menos que a banda AC/DC. Não é segredo para os leitores de King que o autor é fã de um bom rock and roll, e estando no cargo de diretor, é claro que ele tratou de incluir um toque mais do que pessoal na trilha. Ainda contam pontos para o filme algumas boas cenas como a perseguição ao carro dos noivos Curtis e Connie e, apesar de limitado em ideias e ação, a narrativa consegue a proeza de ser fluida ao ponto de não nos importarmos que nada acontece em seus 95 minutos de projeção.

Não por acaso, King nunca mais voltou à cadeira na direção. Pelo menos Comboio do Terror serviu para alguma coisa.






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