quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Carrie - A Estranha (1976)

Carrie, A Estranha (Carrie, EUA, 1976)
Diretor: Brian De Palma
Elenco: Sissy Spacek (Carrie White), John Travolta (Billy Nolan), Piper Laurie (Margaret White), Amy Irving (Sue Snell), William Katt (Tommy Ross), Nancy Allen (Chris Hargensen), Betty Buckley (Miss Collins), P J Soles (Norma), Priscilla Pointer (Mrs. Snell), Sydney Lassick (Mr. Fromm).
SINOPSE: Carrie White, é uma jovem que não faz amigos em virtude de morar em quase total isolamento com Margaret, sua mãe, que é uma pregadora religiosa que se torna cada vez mais ensandecida. Carrie, foi menosprezada pelas colegas, pois ao tomar banho achava que estava morrendo, quando na verdade estava tendo sua primeira menstruação. Uma professora fica espantada pela sua falta de informação e Sue Snell, uma das alunas que zombaram dela, fica arrependida e pede a Tommy Ross, seu namorado e um aluno muito popular, para que convide Carrie, para um baile no colégio. Mas Chris Hargensen, uma aluna que foi proibida de ir à festa, prepara uma terrível armadilha que deixa Carrie, ridicularizada em público, mas ninguém imagina os poderes paranormais que a jovem possui e muito menos a sua capacidade de vingança quando está repleta de ódio.



"Se você gosta de terror...Leve Carrie ao Baile!"



O primeiro best-seller escrito pelo autor Stephen King é de uma fluidez narrativa impressionante. Curto, mas nunca deixando de ser absolutamente descritivo como é a característica do escritor, o romance acompanha a triste sina de Carietta "Carrie" White, uma estudante do colegial que sofre nas mãos das colegas de escola e ainda tem que aturar a mãe Margaret, uma fanática religiosa. Um incidente natural (a primeira menstruação – tardia – de Carrie) vira motivo de chacota no vestiário da escola onde estuda, já que a ingênua moça não faz ideia do que está acontecendo e pensa estar sofrendo uma hemorragia. Mais um motivo para as outras garotas fazerem o diabo com a pobre Carrie, lhe arremessando tampões e absorventes e gritando coisas como -Arrolha!!! e deixando a pobre moça ainda mais desesperada. Porém, diferente de outros adolescentes que sofrem bullying e não tem como se defender, Carrie logo descobre que junto com sua primeira menstruação, seus poderes telecinéticos – quase desconhecidos para ela até então – se intensificam com uma força assustadora.


O filme que surgiu apenas dois anos após o lançamento do romance sempre é lembrado não só como um clássico do cinema de horror, mas também como um dos filmes que mais habilmente souberam transpor a atmosfera criada pelo autor nas páginas da obra original. Contando com um design de produção belíssimo, retratando a casa dos White com uma riqueza de detalhes religiosos e como uma sobriedade de cores e ambientes estreitos, que ressaltam o ambiente opressor do local e também a magia do baile de formatura, a produção consegue ressaltar as principais descrições gráficas do livro. De resto, a duração enxuta e a montagem ágil confere a mesma fluidez presente no romance. O tema musical único do filme também é belo e dá um toque ainda mais sensível ao drama vívido pela personagem-título.

Entretanto, a força principal de Carrie está em suas atuações principais, ambas indicadas ao Oscar (melhor atriz para Spacek e atriz coadjuvante para Laurie). Mesmo correndo o risco de cair no humor involuntário da caricatura de uma fanática, Piper Laurie entrega uma mulher ultrarreligiosa mas que nunca perde a essência de uma mãe superprotetora, enquanto Sissy Spacek caracteriza sua Carrie com a doçura de uma criança ingênua e a timidez de alguém excluído de seu círculo social, ao mesmo tempo em que convence o espectador com seu estado catatônico nos momentos cruciais do filme onde demonstra sua fúria através da telecinesia.


Livro X Filme
Enquanto a obra de De Palma segue bastante fielmente o romance no qual se baseia, retratando até mesmo diálogos e passagens integrais, há diferenças bastante notáveis para quem leu o romance de King. Eis algumas delas:


  • Estão ausentes no filme passagens como o relacionamento entre Chris e seu pai, um poderoso advogado que ameaça processar o diretor da Escola após as penas aplicadas pela professora de Educação Física, Srta. Desjardim;
  • Toda a estrutura jornalística e de depoimentos, incluindo uma maior participação de Sue Snell, naturalmente está fora do filme também;
  • (SPOILER) O final do livro é mais extenso, mostrando Carrie sistematicamente destruindo a cidade toda antes de chegar a sua casa e matar sua mãe. Esse aspecto também é diferente no filme: enquanto no romance Carrie faz o coração de sua mãe parar de bater, o filme mostra Margaret sendo praticamente crucificada pelos utensílios da cozinha;
  • O romance específica mais de 400 mortes devido à destruição de Carrie. No filme subentende-se que ela apenas destruiu o ginásio, e portanto, um número bem menor de mortes ocorreu;
  • (SPOILER) Enquanto no livro há uma forte e tocante conexão psíquica entre Sue e Carrie no desfecho, sendo que Sue acaba encontrando Carrie quase morta vagando após matar sua mãe, Billy e Chris; o filme mostra Carrie morrendo abraçada com sua mãe enquanto a casa literalmente cai em cima delas. Sue acaba encerrando o filme com um jumpscare safado e desnecessário.


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