Contos do Dia das Bruxas ( Trick’r Treat, EUA, 2007)
Direção: Michael Dougherty
Elenco: Anna Paquin (Laurie), Dylan Baker (Diretor Wilkins), Brian Cox (Sr. Kreeg), Lauren Lee Smith (Danielle), Quinn Lord (Sam/Tommy), Moneca Dellain (Janet), Tahmoh Penilkett (Henry), Brett Kelly (Charlie), Britt McKillip (Macy), Isabelle Deluce (Sara), Jean-Luc Bilodeau (Schrader), Alberto Ghisi (Chip), Samm Todd (Rhonda), Leslie Bibb (Emma), Connor Levins (Billy), James Wilson (Alex), Zip (O cachorro Spite).
SINOPSE: Esta é uma comemoração horripilante, de humor negro, sobre a mais assustadora noite do ano. O filme apresenta quatro contos intercalados e ambientados na noite de Halloween: o diretor de um colégio (Dylan Baker) desabrocha ao luar como um terrível assassino serial; a jornada de uma jovem virgem (Anna Paquin) por alguém especial tem uma reviravolta extraordinária; um grupo de adolescentes executa uma cruel travessura com consequências desastrosas; e um velho briguento (Brian Cox) combate um demônio muito disposto a travessuras e gostosuras.
“Se você não seguir as regras esta noite, não viverá para ver o amanhã”
O Dia das Bruxas, ou Halloween, é uma festa comemorada no dia 31 de Outubro
em diversos países, principalmente naqueles que possuem origem
europeia, tendo se iniciado com o povo Celta e depois em países como
Irlanda e Escócia, chegando finalmente nos Estados Unidos, sendo comum
nesse país os desfiles, brincadeiras na rua, fantasias, comidas
especiais e maratonas de filmes de horror, não demorando para que logo, o
cinema americano explorasse o filão da data especial.
Entretanto, entre filmes pequenos e grandes, a maioria deles nunca explorou de fato o íntimo das tradições da data, mas alguns ficaram na memória dos fãs de horror por momentos especiais, como os bons A Noite dos Demônios (1988), Possuída (2000) e May – Obsessão Assassina (2002), que trataram o Halloween apenas como ‘parte do cenário’, ou em cenas específicas, não sendo o feriado o tema central dos filmes. Temos também filmes pequenos, como O Ajudante de Satã (2005), Jack-O (1995) e The Pumpkin Karver (2006), que, se por um lado, foram inteligentes ao abordar o Dia das Bruxas como seu tema central, por outro se entregaram a clichês batidos do gênero, além de possuírem orçamentos baixos e falhas técnicas que fizeram com que seus filmes nunca chegassem a um número grande de espectadores. Por último e como caso mais marcante, temos o ótimo clássico de John Carpenter, Halloween – A Noite do Terror (1978), que abordou o mal no cinema como nunca visto, através da figura do maníaco Michael Myers, que se tornou influência para nove entre dez slashers que surgiriam nos anos posteriores. Mas, ainda assim, o filme de Carpenter apenas utilizou as tradições como pano de fundo, exibindo toda a sua maestria no desenvolvimento do suspense e dos personagens.
Entretanto, entre filmes pequenos e grandes, a maioria deles nunca explorou de fato o íntimo das tradições da data, mas alguns ficaram na memória dos fãs de horror por momentos especiais, como os bons A Noite dos Demônios (1988), Possuída (2000) e May – Obsessão Assassina (2002), que trataram o Halloween apenas como ‘parte do cenário’, ou em cenas específicas, não sendo o feriado o tema central dos filmes. Temos também filmes pequenos, como O Ajudante de Satã (2005), Jack-O (1995) e The Pumpkin Karver (2006), que, se por um lado, foram inteligentes ao abordar o Dia das Bruxas como seu tema central, por outro se entregaram a clichês batidos do gênero, além de possuírem orçamentos baixos e falhas técnicas que fizeram com que seus filmes nunca chegassem a um número grande de espectadores. Por último e como caso mais marcante, temos o ótimo clássico de John Carpenter, Halloween – A Noite do Terror (1978), que abordou o mal no cinema como nunca visto, através da figura do maníaco Michael Myers, que se tornou influência para nove entre dez slashers que surgiriam nos anos posteriores. Mas, ainda assim, o filme de Carpenter apenas utilizou as tradições como pano de fundo, exibindo toda a sua maestria no desenvolvimento do suspense e dos personagens.
Com isso, chega a ser surpreendente que somente em 2007 um filme com
grandes estrelas na produção e no elenco chegasse ao grande público.
Esse filme é Contos do Dia das Bruxas, dirigido e escrito por Michael Dougherty (responsável pelos roteiros de X-Men 2 (2003), Superman – O Retorno (2006) e Lenda Urbana 3 (2005)), produzido por Bryan Singer (diretor de dois filmes da série X-Men) e estrelado por, entre outros, Anna Paquin (do seriado True Blood (2008-) e do filme Pânico 4 (2011)) e Brian Cox (veterano no cinema, presente em filmes como Rastros de Vingança (2008) e Zodíaco (2007)).
O filme se apresenta como uma antologia de várias histórias, que
possuem como fio condutor uma simpática, porém perigosa criatura. E
podemos dizer que esse foi o primeiro grande acerto de Dougherty ao
conceber o filme, já que o formato de narração (que, inclusive, adota
uma montagem paralela com histórias em quadrinhos incorporadas às
imagens que vemos entre uma história e outra) funciona maravilhosamente
bem para o tema, já que o filme não aborrece ou cai no tédio em nenhum
momento e ainda aproveita para criar histórias com variados temas entre
si, que entretém ainda mais o espectador, que encontra temas comuns ao Dia das Bruxas, como maldições, lendas urbanas (entre elas, a das lâminas escondidas dentro de doces), vampirismo e lobisomens.
Produzido pela Legendary Pictures, Bad Hat Harry Productions e Warner Bros., o filme tem seus eventos iniciados na noite de Halloween, onde o casal Emma e Henry (Leslie Bibb e Tahmoh Penikett) voltam para casa após uma das festas que estão acontecendo na cidade, com ela visivelmente contrariada com a bagunça deixada pelas decorações do feriado. O que ela talvez não saiba é que, para o seu azar, há alguém disposto a não deixar que ninguém acabe com as tradições da data. A partir desse pequeno prólogo, somos apresentados aos personagens das quatro histórias que compõe o filme, e é bom avisar aos cinéfilos mais conservadores que o filme não adota uma cronologia rígida, nem um formato de narrativa clássica, fazendo idas e voltas no tempo para conduzir seu roteiro. Entre as quatro histórias, temos o assassino em série que pode ser o vizinho pacato da porta ao lado, um grupo de crianças que arma um trote que pode acabar mal, uma jovem virgem que pode ter sua “iniciação” em um ritual não menos que bizarro, e finalmente a história que encerra o filme, que nos mostra um Brian Cox perfeitamente encarnado em um velho rabujento e solitário, mas que esconde um segredo muito macabro em seu passado, e que agora tem que acertar as contas com aqueles que prejudicou.
Produzido pela Legendary Pictures, Bad Hat Harry Productions e Warner Bros., o filme tem seus eventos iniciados na noite de Halloween, onde o casal Emma e Henry (Leslie Bibb e Tahmoh Penikett) voltam para casa após uma das festas que estão acontecendo na cidade, com ela visivelmente contrariada com a bagunça deixada pelas decorações do feriado. O que ela talvez não saiba é que, para o seu azar, há alguém disposto a não deixar que ninguém acabe com as tradições da data. A partir desse pequeno prólogo, somos apresentados aos personagens das quatro histórias que compõe o filme, e é bom avisar aos cinéfilos mais conservadores que o filme não adota uma cronologia rígida, nem um formato de narrativa clássica, fazendo idas e voltas no tempo para conduzir seu roteiro. Entre as quatro histórias, temos o assassino em série que pode ser o vizinho pacato da porta ao lado, um grupo de crianças que arma um trote que pode acabar mal, uma jovem virgem que pode ter sua “iniciação” em um ritual não menos que bizarro, e finalmente a história que encerra o filme, que nos mostra um Brian Cox perfeitamente encarnado em um velho rabujento e solitário, mas que esconde um segredo muito macabro em seu passado, e que agora tem que acertar as contas com aqueles que prejudicou.
Demonstrando a boa utilização do humor negro em diversos pontos do
longa, Dougherty confere uma certa leveza e um caráter cartunesco ao seu
material, o que pode aparentar uma atenuação às diversas cenas de
violência apresentadas no filme (que apresentam um bom trabalho de
maquiagem de efeitos) porém, mais do que isso, essa mescla entre
ingenuidade e brutalidade serve também para marcar a conotação leve,
divertida e descompromissada, ainda que macabra, que o Halloween ganhou ao aportar nos Estados Unidos, e esse é o grande trunfo da obra. Servir como uma ode ao Dia das Bruxas, uma homenagem que com certeza entra para o rol de grandes filmes de horror lançados na última década.
NOTA: Republicada em 02 de Novembro de 2013, a crítica também foi publicada no site Boca do Inferno
Curiosidades:
- O filme foi baseado e teve origem na ideia de Dougherty para seu curta animado Season's Greetings. Você pode acompanhá-lo aqui
- O nome do personagem Sam deriva de Samhain, o nome do festival Celta que deu origem ao Dia das Bruxas;
- A maioria das abóboras foram feitas de espuma ou cerâmica. Uma piada interna é de que "nenhuma abóbora foi ferida durante a produçao do filme".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Críticas e elogios ;) são bem vindos. Fique à vontade para comentar