Direção: Ole Bornedal
Elenco: Natasha Calis (Em(ily)), Madison Davenport (Hannah), Kyra Sedgwick (Stephanie), Jeffrey Dean Morgan (Clyde), Jay Brazeau (Professor McMannis), Matisyahu (Tzadok), Grant Show (Brett), Rob Labelle (Russell), Nana Gbewonyo (Darius), Anna Hagan (Eleanor), Brenda Crichlow (Senhorita Chandy), Iris Quinn (Médica), Graeme Duffy (Técnico de Laboratório), David Hovan (Adan).
SINOPSE:Uma jovem garota compra uma estranha e antiga caixa em uma venda de quintal, não sabendo que dentro da caixa vive um demônio ancestral e maldoso. Seu pai (Jeffrey Dean Morgan) tenta então se alguma maneira lutar para que sua filha se livre dessa maldição.
“Tema o Demônio que não teme a Deus”
PODE CONTER SPOILERS
Não há nada de novo debaixo do Sol em se tratando de filmes de exorcismo. Menos ainda quando tratamos de filmes bons ou inovadores. Em seu segundo filme em Hollywood, o diretor dinamarquês Ole Bornedal entrega um filme apenas correto, com a produção de Sam Raimi, que está voltando às raízes do horror que o lançaram na trilogia Evil Dead. Em Arraste-me Para o Inferno, Raimi ficou na direção e conseguiu criar um bom filme de entretenimento, com uma história original e toques de humor muito bem encaixados. Infelizmente o mesmo não pode ser dito aqui.
Explorando o tema de exorcismo e contendo várias referências a filmes já produzidos, como o clássico O Exorcista, o filme Possessão conta a história de uma família que vive momentos difíceis. Pouco tempo após o divórcio de seus pais (Sedgwick e Dean Morgan), duas garotas vivem momentos diferentes. Enquanto a mais velha (Davenport) parece lidar bem com a situação, a caçula Em (a talentosa Calis) não aceitou bem a situação, embora continue sendo uma menina doce e meiga. Quando ela compra uma velha caixa em uma venda de quintal, no entanto, seu comportamento muda, ela passa a produzir uma obsessão envolvendo a caixa e estranhos fatos começam a acontecer, como uma súbita invasão de mariposas no quarto de Em. Procurando pelos motivos de tal comportamento, seu pai acaba encontrando respostas na lenda de Dybbuk, uma caixa para aprisionar espirítos malignos. Agora ele tem que correr contra o tempo para tentar salvar sua filha.
Com uma história simples como essa, o diretor tenta estabelecer um clima desconfortável logo no início, utilizando uma boa fotografia, que favorece o clima sombrio, bem como a trilha sonora instrumental, que ao não conter nenhuma música cantada ou famosa (há somente uma música diegética no começo) também contribui para o envolvimento com o filme. Mas a partir do segundo ato o filme degringola, ao acelerar o ritmo e entregar soluções simplistas e clichês demais, com destaque para os sustos sempre baseados no aumento da trilha. Outro ponto crucial para o insucesso do filme reside na atuação do cantor Matisyahu, que interpreta um judeu incumbido da tarefa do exorcismo. Além de fraco em um papel que seria tão importante, ele serve como alívio cômico para um filme que nem de longe precisava disso, soltando pérolas como "Eu odeio hospitais, pessoas morrem aqui", que em vez de soar engraçada soa constrangedora. Parece que Sam Raimi queria criar um novo Arraste-me Para o Inferno, mas o resultado é que embora eficiente em certos pontos, Possessão fica devendo mais na sua proposta.
Curiosidades:
- Foi originalmente classificado pela MPAA como R (16 ou 18 anos no Brasil), mas o filme teve alguns cortes para receber a classificação PG-13 (14 anos no Brasil);
- Enquanto estava promovendo o filme, Jeffrey Dean Morgan reportou que estranhos eventos aconteceram durante as filmagens, como luzes explodindo e um incêndio ocorrendo no estoque de itens de cena.
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