sábado, 10 de janeiro de 2015

Um Sonho de Liberdade

Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption, EUA, 1994)
Diretor: Frank Darabont
Elenco: Tim Robbins (Andy Dufresne), Morgan Freeman (Ellis 'Red' Redding), Bob Gunton (Warden Norton), William Sadler (Heywood), Clancy Brown (Capitão Hadley), Gil Bellows (Tommy), Mark Rolston (Bogs Diamond), James Whitmore (Brooks Hatlen), Jeffrey DeMunn (Promotor do Estado), Larry Brandenburg (Skeet), Neil Giuntoli (Jigger), Brian Libby (Floyd), David Proval (Snooze), Joseph Ragno (Ernie)
SINOPSE: Freeman vive 'Red' Redding, um condenado a prisão perpétua que conhece bem as regras de Shawshank, uma prisão estadual em Maine. Robbins é o recém-chegado Andy Dufresne, um banqueiro quieto injustamente condenado por assassinato. O espírito indomável de Andy ganha a amizade de Red; sua habilidade em solucionar problemas no dia-a-dia da prisão traz novas esperanças e mudanças à vida dos prisioneiros. Andy é cheio de surpresas - e ele reserva a melhor delas para o final




                        "O Medo pode aprisionar. A esperança pode te libertar"





"Lembre-se, Red. A Esperança é uma coisa boa,
Talvez a melhor das coisas. 
E tudo que é bom nunca morre"

Esperança. Esse conceito move a trama de Um Sonho de Liberdade, obra-prima de Frank Darabont baseada na novela Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank, publicada na coletânea Quatro Estações de 1982, do escritor Stephen King. E podemos dizer que esse conceito não somente é a força motriz da trama, mas como da vida de todos nós. Isso torna de certa maneira a narrativa de Um Sonho de Liberdade quase universal, e é ao mesmo tempo estranho que Um Sonho de Liberdade tenha ido tão mal nas bilheterias e depois disso se tornado o líder de vendas em VHS no ano de 1995, estando atualmente na primeira posição do ranking do IMDB, posição mais do que merecida, embora polêmica. O filme escrito e dirigido por Darabont aposta em um roteiro amarrado, que merece palmas por não ter deixado nenhuma ponta solta ao trabalhar com tantos detalhes na trama e conseguir ainda assim um resultado bastante coeso e fiel à obra que lhe serviu de origem.




O enredo acompanha a jornada de Andy Dufresne (Tim Robbins), um bem-sucedido bancário que é acusado e sentenciado à prisão perpétua pelo assassinato de sua esposa e do amante dela, com pena a ser cumprida na penitenciária de Shawshank. Dufresne acaba sofrendo o diabo na cadeia, principalmente pelas mãos de Bogs (Mark Rolston, de Aliens - O Resgate), mas encontra no seu jeito sereno e meticuloso uma maneira de se aproximar dos guardas e do diretor da cadeia (Bob Gunton) e dos prisioneiros, principalmente de Red (Morgan Freeman, fabuloso), um condenado que consegue contrabandear coisas de fora da cadeia, como cigarros e bebidas. Juntos, Dufresne e Red desenvolvem uma grande amizade que cresce conforme os anos (e décadas) se passam em Shawshank. 


"Estou tão feliz que mal consigo ficar sentado ou pensar em alguma coisa,
Acho que é a alegria que somente um homem livre pode sentir.
Um homem livre no começo de uma longa jornada,
Cujo desfecho é incerto..."



Produzido a partir de um material de primeira, Darabont mostrou aqui porque viria a ser conhecido como o melhor diretor quando se fala em adaptações de Stephen King. Darabont ainda consegue extrair ótimas atuações do elenco que interpreta os prisioneiros, principalmente do veterano ator James Whitmore que chama atenção à parte ao atuar como Brooks, um simpático preso já idoso, que descobre que a realidade exterior pode ser mais assustadora e claustrofóbica do que as paredes da prisão, num dos melhores e mais tocantes momentos do longa. Por falar em atuações, a dupla principal de atores trabalha numa sintonia perfeita para que a trama funcione. Tim Robbins emprega aqui um tom sempre baixo no falar, com a boca meio fechada, o que sugere sua serenidade e paciência e um certo mistério durante os anos que vive na prisão. Já Morgan Freeman se emociona (e emociona) com sua narração em voice over que carrega todo o filme.



Além de ótimas atuações e um desfecho perfeito e imprevisível, Um Sonho de Liberdade também não deixa de incitar reflexões no espectador, como ao questionar o sistema prisional americano; ao abordar um termo pouco usado – o do prisioneiro “institucionalizado” que encontra dificuldades no ambiente externo após décadas trancafiado em uma rotina de cadeia – e ao questionar até que ponto (ou em que ponto) o sistema penitenciário é capaz de recuperar alguém, quando o mesmo é parte de um sistema corrupto, violento e desinteressado. 




"Espero que o Pacífico seja tão azul quanto é nos meus sonhos,
Eu espero" 


Mais do que isso, no entanto, a direção de Darabont é hábil o suficiente ao retratar o duro cotidiano carcerário com um misto de realismo, magia e sensibilidade, deixando claro que se trata de um filme. Mas isso não é demérito, mas sim, a confirmação de que às vezes Hollywood precisa ser menos cínica e mais humana, o que aqui resultou em um conto belíssimo de amizade, esperança e redenção. 


Curiosidades:
  • É o filme favorito do ator Morgan Freeman;
  • A principal inspiração cinematográfica de Darabont foi o filme "Os Bons Companheiros" que também usou narração em voice over e passagem de tempo;
  • Rob Reiner queria tanto dirigir o filme que ofereceu 2,5 milhões de dólares pelo roteiro, mas Darabont queria muito que o filme fosse sua estreia na direção;
  • Stephen King comentou que sua história foi uma compilação de todas as memórias que ele tinha dos filmes de prisão aos quais assistiu na infância;

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