Diretor: Frank Darabont
Elenco: Tim Robbins (Andy Dufresne), Morgan Freeman (Ellis 'Red' Redding), Bob Gunton (Warden Norton), William Sadler (Heywood), Clancy Brown (Capitão Hadley), Gil Bellows (Tommy), Mark Rolston (Bogs Diamond), James Whitmore (Brooks Hatlen), Jeffrey DeMunn (Promotor do Estado), Larry Brandenburg (Skeet), Neil Giuntoli (Jigger), Brian Libby (Floyd), David Proval (Snooze), Joseph Ragno (Ernie)
SINOPSE: Freeman vive 'Red' Redding, um condenado a prisão perpétua que conhece
bem as regras de Shawshank, uma prisão estadual em Maine. Robbins é o
recém-chegado Andy Dufresne, um banqueiro quieto injustamente condenado
por assassinato. O espírito indomável de Andy ganha a amizade de Red;
sua habilidade em solucionar problemas no dia-a-dia da prisão traz novas
esperanças e mudanças à vida dos prisioneiros. Andy é cheio de
surpresas - e ele reserva a melhor delas para o final
"O Medo pode aprisionar. A esperança pode te libertar"
"Lembre-se, Red. A Esperança é uma coisa boa,
Talvez a melhor das coisas.
E tudo que é bom nunca morre"
Esperança. Esse
conceito move a trama de Um Sonho de Liberdade, obra-prima de
Frank Darabont baseada na novela Rita Hayworth e a Redenção de
Shawshank, publicada na
coletânea Quatro Estações
de 1982, do escritor Stephen King. E podemos dizer que esse conceito
não somente é a força motriz da trama, mas como da vida de todos
nós. Isso torna de certa maneira a narrativa de Um Sonho de Liberdade quase universal, e é ao mesmo
tempo estranho que Um Sonho de Liberdade
tenha ido tão mal nas bilheterias e depois disso se tornado o líder
de vendas em VHS no ano de 1995, estando atualmente na primeira
posição do ranking do IMDB, posição mais do que merecida, embora
polêmica. O filme escrito e dirigido por Darabont aposta em um
roteiro amarrado, que merece palmas por não ter deixado nenhuma
ponta solta ao trabalhar com tantos detalhes na trama e conseguir
ainda assim um resultado bastante coeso e fiel à obra que lhe serviu de origem.
O
enredo acompanha a jornada de Andy Dufresne (Tim Robbins), um
bem-sucedido bancário que é acusado e sentenciado à prisão
perpétua pelo assassinato de sua esposa e do amante dela, com pena
a ser cumprida na penitenciária de Shawshank. Dufresne acaba sofrendo o diabo
na cadeia, principalmente pelas mãos de Bogs (Mark Rolston, de
Aliens - O Resgate),
mas encontra no seu jeito sereno e meticuloso uma maneira de se
aproximar dos guardas e do diretor da cadeia (Bob Gunton) e dos
prisioneiros, principalmente de Red (Morgan Freeman, fabuloso), um
condenado que consegue contrabandear coisas de fora da cadeia, como
cigarros e bebidas. Juntos, Dufresne e Red desenvolvem uma grande
amizade que cresce conforme os anos (e décadas) se passam em
Shawshank.
"Estou tão feliz que mal consigo ficar sentado ou pensar em alguma coisa,
Acho que é a alegria que somente um homem livre pode sentir.
Um homem livre no começo de uma longa jornada,
Cujo desfecho é incerto..."
Produzido
a partir de um material de primeira, Darabont mostrou aqui porque
viria a ser conhecido como o melhor diretor quando se fala em
adaptações de Stephen King. Darabont ainda consegue extrair ótimas
atuações do elenco que interpreta os prisioneiros, principalmente
do veterano ator James Whitmore que chama atenção à parte ao atuar
como Brooks, um simpático preso já idoso, que descobre que a realidade
exterior pode ser mais assustadora e claustrofóbica do que as paredes
da prisão, num dos melhores e mais tocantes momentos do longa. Por
falar em atuações, a dupla principal de atores trabalha numa
sintonia perfeita para que a trama funcione. Tim Robbins emprega aqui
um tom sempre baixo no falar, com a boca meio fechada, o que sugere
sua serenidade e paciência e um certo mistério durante os anos que vive na prisão. Já Morgan
Freeman se emociona (e emociona) com sua narração em voice over que carrega todo o filme.
Além de ótimas
atuações e um desfecho perfeito e imprevisível, Um Sonho de
Liberdade também não deixa de
incitar reflexões no espectador, como ao questionar o sistema
prisional americano; ao abordar um termo pouco usado – o do
prisioneiro “institucionalizado” que encontra dificuldades no
ambiente externo após décadas trancafiado em uma rotina de cadeia
– e ao questionar até que ponto (ou em que ponto) o sistema
penitenciário é capaz de recuperar alguém, quando o mesmo é parte
de um sistema corrupto, violento e desinteressado.
"Espero que o Pacífico seja tão azul quanto é nos meus sonhos,
Eu espero"
Eu espero"
Mais
do que isso, no entanto, a direção de Darabont é hábil o
suficiente ao retratar o duro cotidiano carcerário com um misto de
realismo, magia e sensibilidade, deixando claro que se trata de um filme.
Mas isso não é demérito, mas sim, a confirmação de que às vezes
Hollywood precisa ser menos cínica e mais humana, o que aqui resultou em um conto
belíssimo de amizade, esperança e redenção.
Curiosidades:
- É o filme favorito do ator Morgan Freeman;
- A principal inspiração cinematográfica de Darabont foi o filme "Os Bons Companheiros" que também usou narração em voice over e passagem de tempo;
- Rob Reiner queria tanto dirigir o filme que ofereceu 2,5 milhões de dólares pelo roteiro, mas Darabont queria muito que o filme fosse sua estreia na direção;
- Stephen King comentou que sua história foi uma compilação de todas as memórias que ele tinha dos filmes de prisão aos quais assistiu na infância;
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