quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O Enigma do Horizonte (1997)

O Enigma do Horizonte (Event Horizon, EUA/Inglaterra, 1997)
Direção: Paul W. S. Anderson
Elenco: Sam Neill (Dr. William Weir), Laurence Fishburne (Capitão Miller), Kathleen Quinlan (Peters, Técnica Médica), Joely Richardson (Tenente Starck), Richard T. Jones (Cooper), Jack Noseworthy (Justin), Jason Isaacs (D.J.), Sean Pertwee (Smith), Peter Marinker (Capitão John Kilpack), Noah Huntley (Homem queimado/Edward Corrick),  Holley Chant (Claire).
SINOPSE: O ano é 2047. Alguns anos atrás, a pioneira nave de pesquisa Event Horizon desapareceu sem deixar vestígio. Agora, um sinal foi detectado e o Comando Aeroespacial dos Estados Unidos responde. Em busca da origem do sinal está um destemido capitão (Laurence Fishburne), sua tropa de elite e o designer que projetou a nave perdida (Sam Neill). Sua missão: encontrar e resgatar a espaçonave de última geração. Mas o que eles encontram é o terror de última geração; o que eles têm que resgatar são suas próprias vidas, pois alguém, ou alguma coisa está prestes a envolvê-los em uma nova dimensão de pavor inimaginável. © Paramount





Espaço Infinito. Terror Infinito


Conrforme o dito popular, de boas intenções o inferno está cheio. Algo que literalmente se aplica a O Enigma do Horizonte, dirigido por Paul -Milla Jovovich- Anderson que só havia comandado antes desse filme a adaptação de Mortal Kombat (1995). Lembro que quando assisti ao filme pela primeira vez, achei a experiência frustrante devido aos elogios (de público) que qualificavam a obra como uma mistura que passava por Alien, Hellraiser e chegava até mesmo a 2001 e Solaris. Exageros à parte, a verdade é que a experiência de revê-lo foi ainda mais decepcionante, embora o longa tenha deixado um legado (vide Dead Space) que poderia ser potencialmente muito maior.


O enredo de Enigma se concentra em uma missão espacial de busca e salvamento encomendada por Weir (Sam Neill, canastríssimo aqui) com equipe liderada pelo Capitão Miller (Fishburne) que envolve a ida deles até a órbita de Netuno, de onde um sinal foi emitido, pertencente à nave Event Horizon, projetada por Weir e desaparecida há sete anos. O problema é que a tal nave não ficou sumida todo esse tempo à toa, já que o mecanismo do veículo envolvia viajar longuíssimas distâncias em espaços de tempo ínfimos usando o conceito da criação de portais através de dobras espaciais e buracos negros. Não é preciso muito para adivinhar que depois da "viagem" a nave agora mais se parece com um navio fantasma, e descobrir o destino da tripulação da Event Horizon é só o começo de uma perturbadora jornada para a equipe de Miller e Weir.

Tendo um design de produção arrojado que remonta ao mesmo tempo ao gótico e ao futurista, o filme lança mão de conceitos interessantes, como a nave em formato de cruz e outros símbolos religiosos, como as referências ao Inferno de Dante e ao próprio conceito de Inferno em si, contando inclusive com a consultoria de Clive Barker durante a pré-produção, deixando claro as influências do universo de Hellraiser no projeto. Além disso, a própria complexidade (inclusive científica) sugerida pela trama, utilizando atalhos no espaço-tempo e a viagem para outras dimensões é algo promissor, pena que quase tudo mal aproveitado pelo preguiçoso roteiro. 
 
E acaba ficando tudo na promessa mesmo. Até mesmo as tais perturbadoras cenas do que teria acontecido aos ocupantes da nave quando viajaram pelo tal portal ficaram em sua maioria na sala de edição, devido aos imensos cortes (mais de 20 minutos) feitos por exigência da MPAA (órgão de classificação de filmes nos EUA) por causa de seu conteúdo violento (cenas que nunca veriam a luz do dia, nem mesmo nas edições em home video). Ou seja, nem mesmo lidando com o gore o filme se sustenta, já que muito pouco impressiona. Pior ainda é quando o filme se leva excessivamente a sério, mesmo com seu atabalhoado roteiro, provocando o riso involuntário em algumas cenas. Destaque para o excesso de frases de efeito que rolam soltas durante a trama, a hilária troca de socos entre Miller e Pinhead-Weir no terceiro ato, e a trilha sonora eletrônica de Michael Kamen, que em vez de auxiliar na criação do suspense, remete mais a telefilmes baratos. Aliás, de todos os defeitos, o mais imperdoável deles é justamente esse. O longa não constrói minimamente o clima de suspense ou terror, provavelmente devido à direção frouxa de Anderson, que acreditou provavelmente estar dirigindo uma adaptação de videogame, com as quais, aliás, ficou acostumado.


 

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