terça-feira, 31 de outubro de 2017

Crítica: "The Void" (2016)


The Void (2016)
Original: The Void
Ano: 2016
País: Canadá
Diretores: Jeremy Gillespie e Steven Kostanksy
Roteiristas: Jeremy Gillespie e Steven Kostanksy
Produtores: Jonathan Bronfman, Casey Walker
Elenco: Aaron Poole, Kenneth Welsh, Daniel Fathers, Kathleen Munroe, Ellen Wong, Mik Byskov, Art Hindle, Stephanie Belding, James Millington, Evan Stern, Grace Munro, Trish Reinone, Matthew Kennedy.








A trama de The Void tem início quando o viciado em drogas James (Stern)
foge de uma fazenda isolada no meio da mata. Outra mulher não tem a mesma sorte e acaba queimada viva por Vincent (Father) e seu filho (Byskov). Sem muitas explicações, seguimos para a cena onde o policial Daniel (Poole) encontra James se arrastando pela estrada e decide levá-lo ao Hospital local, recém-atingido por um incêndio (boa ferramenta do roteiro para justificar o baixo número de pessoas no local). Lá chegando eles se juntam a um pequeno grupo de funcionários e pacientes. Após Daniel assassinar uma enfermeira após encontrá-la num aparente transe assassinando graficamente um paciente, o caos se instala. Eles não conseguem deixar o local, pois um sinistro grupo de cultistas encapuzados cerca o local, mas descobrem que ficar no hospital tampouco é seguro, pois estranhos seres parecem habitar os porões. O que nem o público e nem as personagens parecem compreender é que há algo muito mais misterioso e ancestral por trás dos estranhos eventos pelos quais passam.
Com um pé em H.P. Lovecraft e outro no clássico O Enigma de Outro Mundo (1982), de John Carpenter, o filme compensa a falta de recursos financeiros (o longa foi levantado via Indiegogo) com muito tesão pelo gênero que homenageia e muita criatividade. Ao optar, por exemplo, em concentrar a ação basicamente num único espaço, os diretores-roteiristas economizam em elenco, locação e ainda exploram com eficiência a claustrofobia do local. Além disso, o investimento em efeitos de maquiagem práticos (praticamente livres de CGI) potencializa ainda mais o efeito grotesco que o filme proporciona em vários momentos. Já as personagens são todas delineadas com o estereótipo padrão, pouco evitável em filmes do gênero. Há o policial durão e herói com um passado traumático, e sua ex-esposa, e todo o resto que não passam de caricaturas. Divertido mesmo é o baita climão instalado pelo longa, que dá toda a impressão de estarmos assistindo a um horror-B dos anos oitenta, sem falar nas referências várias a Clive Barker, David Cronenberg e o já falado Carpenter
No entanto, toda a nostalgia parecer funcionar somente até certo ponto: Por não haver muito investimento nas personagens ou nas subtramas exploradas, ficamos com a sensação de referência de mais em filme de menos, não gerando um sentimento de identidade própria em The Void e decepcionando em seu ato final, embora seus noventa minutos de puro pesadelo vão fazer qualquer espectador se impressionar com o que vê.
Avaliação: 3 caveiras em 5



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