quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Sobrenatural: Capítulo 2

Sobrenatural: Capítulo 2 (Insidious: Chapter 2, EUA, 2013)
Diretor: James Wan
Elenco: Patrick Wilson (Josh Lambert), Rose Byrne (Renai Lambert), Ty Simpkins (Dalton Lambert), Lin Shaye (Elise Rainier), Barbara Hershey (Lorraine Lambert), Steve Coulter (Carl), Leigh Whannell (Specs), Angus Sampson (Tucker), Andrew Astor (Foster Lambert), Hank Harris (Jovem Carl), Jocelin Donahue (Jovem Lorraine), Lindsay Seim (Jovem Elise Rainier), Danielle Bisutti (Mãe de Parker Crane), Tyler Griffin (Jovem Parker), Garrett Ryan (Jovem Josh).
SINOPSE: A família Lambert, amaldiçoada desde o filme anterior, procura descobrir o misterioso segredo de infância que os deixou perigosamente conectados ao mundo espiritual. 


"O que você mais ama será levado..."





James Wan parece estar sem freios no ano de 2013. Após comandar o sucesso de público e
crítica Invocação do Mal, apenas alguns meses depois chega a sequência de outro filme de sucesso de 2011, Sobrenatural. Juntos Invocação e Sobrenatural: Capítulo 2 (que estreou em Setembro nos EUA), já somam quase 400 milhões de dólares de bilheteria mundial, o que prova o apelo de público e o talento do diretor malaio, que também comandou, vale lembrar, o clássico moderno Jogos Mortais há 9 anos. Funcionando com uma continuação direta do primeiro filme, se torna bastante importante, e como escreverei depois, fundamental assistir ao filme anterior para aproveitar plenamente o filme.
Wan começa com um breve prólogo, que nos mostra a infância do patriarca da família Lambert, Josh (Patrick Wilson, que também está em Invocação do Mal), que possuía quando pequeno a habilidade da "projeção astral", que permitia a ele viajar com sua alma para outros lugares enquanto seu corpo dormia, habilidade essa passada para seu filho Dalton, como visto no primeiro filme. Após os enervantes créditos iniciais, voltamos ao presente da família Lambert, que se encontra abalada emocionalmente após os eventos de Sobrenatural. Com o mistério envolvendo a morte de Elise (Lin Shaye) e o estranho ceticismo de Josh em relação às novas queixas de fenômenos paranormais por parte de sua esposa Renai, Wan e o roteirista Whannell conseguem novamente estabelecer um clima sombrio e tenso, graças à trilha composta novamente por Joseph Bishara e à fotografia de John  Leonetti que aposta mais uma vez em uma câmera vacilante para situar o estado emocional dos personagens e cria planos muito fechados para criar uma aproximação maior com os protagonistas. Mais uma vez em perfeita sintonia, os protagonistas Patrick Wilson e Rose Byrne conseguem encarnar seus personagens com muita propriedade, criando mais uma vez o sentimento de empatia do público para com eles. 
Desta vez não há espaço para cores alegres ou construção da dinâmica familiar, já que tudo que havia de alegre se esvaiu logo no primeiro filme, e agora os personagens se encontram em uma permanente atmosfera de mistério e medo, mas esse é um dos poucos pontos positivos da trama. Nela, há espaço para novos personagens e uma investigação paralela sobre os porquês da maldição, que se revela extremamente monótona e formulaica, incluindo ainda o desnecessário alívio cômico representado novamente pelas figuras dos personagens Specs (o roteirista Whannell) e Tucker (Angus Sampson). Falando nisso, o único mérito no quesito "assustador" é a criação da vilã interpretada por Danielle Bisutti, que se revela extremamente eficaz sempre que aparece em cena.
E como escrevi no primeiro parágrafo, se torna não apenas necessário, mas fundamental ter assistido ao primeiro Sobrenatural, já que o clima desconexo toma conta do filme a partir do segundo ato, afastando o espectador do mistério da trama, e criando um quebra-cabeças confuso e nada atraente. Finalmente, ainda que apresente uma intensidade boa no terceiro ato, quando ocorre finalmente a "solução" do filme, é decepcionante ver os talentosos cineastas por trás da película apostarem em um final tão óbvio e otimista, justamente o contrário do que ocorria ao final da primeira história, onde saíamos do filme com uma sensação bastante desagradável, gerando mais dúvidas e aborrecimento do que os deliciosos arrepios sentidos anteriormente e criando uma cena que serve apenas para justificar uma já anunciada sequência. 

NOTA: Crítica publicada também no portal Boca do Inferno.

 

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