Direção: Takashi Shimizu
Elenco: Sarah Michelle Gellar (Karen),
Jason Behr (Doug), Grace Zabriskie (Emma), Clea Duvall (Jennifer), William
Mapother (Matthew), Bill Pullman (Peter), KaDee Strickland (Susan), Rosa Blasi
(Maria), Ted Raimi (Alex), Ryo Ishibashi (Nakagawa), Yoko Maki (Yoko), Yuya
Ozeki (Toshio), Takako Fuji (Kayako), Hiroshi Matsunaga (Igarashi)
SINOPSE: O filme gira em torno de Karen, uma assistente social que, depois de visitar uma estranha casa amaldiçoada após assassinatos ocorridos em um momento de terror, vê sua vida virar de cabeça pra baixo. Ela tenta resolver o mistério por trás da maldição, que cresce e se altera de acordo com suas vítimas. É uma cadeia de horror que não perdoa ninguém.
"Ela nunca perdoa, ela nunca esquece"
Pegando
carona na onda de adaptações de filmes de horror orientais ocorrida no início
dos anos 2000, Sam Raimi (que já esboçava neste filme uma volta ao gênero que o
consagrou) foi até o Japão para buscar o diretor Takashi Shimizu para dirigir
uma versão estadunidense de sua série clássica Ju-On. Escolha de certa
forma acertada, já que com apenas parte do elenco e produtores americanos, toda
a equipe com a qual Shimizu vinha trabalhando se manteve com ele e produziu
pouquíssimas mudanças em relação ao enredo original. Entretanto, se a produção
acerta em alguns pontos, erra feio em outros.
A
trama gira em torno de uma família americana que se muda para uma casa no Japão
que foi cenário de um brutal crime três anos atrás. Nele, um homem mata sua
esposa Kayako e seu filho Toshio. Seguindo uma tradição nipônica, quando alguém
morre tomado de um grande ódio, uma maldição é criada no local da morte. E todo
aquele que confrontar a maldição será também vítima dela. Azar da família, que
vê todos os seus membros empacotarem ao longo da trama. Azar também da
assistente social Karen (Sarah Michelle Gellar) que fica incumbida de tomar
conta de uma senhora pertencente à família citada (Grace Zabriskie) após a
assistente anterior Yoko (Maki) desaparecer, e que logo testemunhará os
mistérios sombrios da casa.
Apesar
de necessitar constantemente de um tradutor para se comunicar com os atores, o
diretor Shimizu consegue se virar bem e criar um bom clima de tensão quase
ininterrupta, contribuindo para isso a trilha sonora do sempre eficiente
Christopher Young (Hellraiser, A Entidade, Arraste-me Para o Inferno, O Exorcismo de Emily Rose, O Mistério das Duas Irmãs), sustos bastante eficientes (com
destaque para a sequência que começa nas escadarias de um prédio e termina em
um apartamento) e as atuações mais contidas de todo o elenco, com destaque para
Ryo Ishibashi, que transmite ao seu personagem, o detetive Nakagawa, a seriedade
e a verossimilhança necessária, já que não se mostra em nenhum momento
descrente tendo em vista os fatos ocorridos anteriormente na casa, e age muito
sutilmente em algumas cenas (repare quando ele está assistindo à fita de
segurança e se sente extremamente intrigado e olha para trás, como geralmente
fazemos em momentos de medo). No entanto, se a narrativa nada coesa do filme
contribui para os sustos já citados, ela prejudica imensamente a compreensão da
história, e mais ainda a identificação com os personagens, já que basta uma
cena para eles deixarem o filme (com exceção de Karen, seu namorado e o detetive).
Aliás, é pertinente perguntar algumas questões sobre as mortes: Por que alguns
vivem mais (o filme todo praticamente) enquanto para outros basta entrar na
casa para baterem as botas? Por que a personagem de Yoko tem sua mandíbula arrancada, já que
aparentemente os outros personagens morreram de choque ou ataque? Por que o
fantasma de Toshio aparece de maneira amigável para Karen e por que esta
consegue sobreviver por tanto tempo? Por que o personagem de Ted Raimi (irmão
de Sam e gente fina, mas que sempre faz apenas pontas em vários filmes)
desaparece ao se confrontar com Yoko? E por que é necessário que Susan
(Strickland) abra a porta de seu apartamento para que seja atacada pela
maldição? Perguntas sem respostas que refletem os vários furos existentes na
até interessante narrativa, mas que visivelmente careceu de maior substância.
Curiosidades:
- O som que se ouve quando o fantasma de Kayako ataca é o som de quando o pescoço é quebrado; sem poder respirar ou engolir, o som é parecido com o mostrado no filme;
- Antes do ínicio das filmagens, elenco e equipe de produção estiveram presentes em uma cerimônia para abençoa-los que nada de mal os acontecesse durante o filme.
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