sábado, 24 de dezembro de 2011

O mal passa por ele: O Apanhador de Sonhos

O Apanhador de Sonhos (Dreamcatcher, EUA/Canadá, 2003)
Direção: Lawrence Kasdan
Baseado no romance de Stephen King
Elenco: Morgan Freeman (Coronel Curtis), Thomas Jane (Henry), Damien Lewis (Jonesy), Jason Lee (Beaver), Timothy Olyphant (Pete Moore), Tom Sizemore (Owen), Donnie Wahlberg (Duddits adulto).
SINOPSE: Quatro amigos de infância marcam todo ano uma viagem para as montanhas onde caçam em conjunto. Maior, porém, que o vínculo afetivo, esse grupo mantém um elo psíquico, que gira em torno da figura de um quinto amigo: Duddits, que lhes deu como gratidão na infância poderes mentais aos amigos. Mas esse ano, a viagem pode não ser exatamente como eles esperam.

"Na infância eles deram o primeiro passo para livrar o mundo de todo mal que ainda estava por vir."

Considerado pela maior parte da crítica uma das piores adaptações de Stephen King, O Apanhador de Sonhos foi também quase um fracasso de público, apesar de ter faturado um pouco mais do que foi gasto em sua produção, conseguindo dessa forma 'se pagar'.

Eu sou uma das poucas pessoas que considera o filme bom. Para poder compreender e apreciar melhor O Apanhador de Sonhos é preciso conhecer um pouco do jeito como Stephen King escreve. Além das obras de horror e suspense, ele também explora um tema muito recorrente em seus livros: as relações humanas, em especial a amizade. O belíssimo conto O Último degrau da escada não contém nada de sobrenatural, no entanto é uma emocionante história. E, claro, a novela O Corpo (do livro “Quatro Estações”), que gerou o quase unânime Conta Comigo, de 1985 também revela uma nostalgia e um sentimento de saudade da infância, lembrando pouco ou quase nada os sentimentos de pavor e medo que os leitores sentem em suas outras obras. E é sobre esse mesmo tema, a amizade, que trata exclusivamente a primeira hora de O Apanhador de Sonhos, cujo título remete a um talismã indígena que afasta pesadelos e é confeccionado pelos amigos do filme em “homenagem” a Duddits, na forma de cinco círculos entrelaçados.

Por salvarem o garoto deficiente mental Duddits de bullies que o estavam incomodando, Beaver, Pete, Jonesy e Henry ganham poderes sobrenaturais, que permitem, por exemplo, conectar seus pensamentos e também fazer previsões do futuro. Esse “presente” é, ao mesmo, tempo, um meio de fortalecer a já sincera amizade e também uma ferramenta para salvar o planeta de uma ameaça alienígena que atacaria a Terra no futuro.

Emocionante e tenso na maior parte de sua projeção, sobretudo em seu primeiro ato e quando envolve o "núcleo" dos amigos, o filme só pecou por usar demais CGI, assim como visto em O Nevoeiro, mas isso é um detalhe irrelevante em minha opinião. Mais importante até do que o aspecto anterior, o filme também perde um pouco o seu tom ao abordar temas em paralelo, como a incursão dos militares, que confunde um pouco a linha narrativa que o filme seguia, incluindo aí uma atuação canastrona de Morgan Freeman. Apesar disso, a trama é apoiada em boas atuações e personagens carismáticos (palmas para o trabalho vocal e corporal de Damien Lewis), o que me faz concluir que O Apanhador de Sonhos é um filme que talvez mereça uma segunda chance.

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Um comentário:

  1. Olá!Obrigado pelo comentário feito no meu blog,rs. Já estou seguindo seu blog! Boa sorte! ;)

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