O Exorcista (The Exorcist EUA, 1973)
Direção: William Friedkin
Roteiro de William Peter Blatty baseado em seu próprio livro
Elenco: Linda Blair (Regan MacNeil), Ellen Burstyn (Chris MacNeil), Max Von Sydow (Padre Merrin), Jason Miller (Padre Karras), Kitty Winn (Sheron), Lee J. Cobb (Tenente Kinderman), Jack MacGowran (Burke Dennings).
SINOPSE: Chris MacNeil (Ellen Burstyn), uma atriz de cinema, começa a perceber que sua delicada filha de 12 anos Regan (Linda Blair) está agindo de maneira estranha e preocupante como o uso de palavrões e rebeldia. Após passar por uma junta de vários médicos chega-se a uma terrível conclusão: Regan está possuída pelo demônio. É feita, então, a escolha pelo exorcismo de Regan.
“O melhor filme de horror de todos os tempos”
O rótulo acima não é meu e sim de uma maioria esmagadora da crítica e público, que, assim como eu, considera O Exorcista uma obra-prima. Único filme de horror indicado à categoria de melhor filme no Oscar, achei o filme ideal para escrever no último dia de 2011 (hehe).
A minha opinião para a razão do tremendo sucesso do filme foi a de O Exorcista não ser apenas um simples filme de horror. Além da temática perturbadora por si só (que virou “moda” nos anos seguintes, gerando filmes de exorcismo até hoje), há um forte pano de fundo psicológico, que transforma o filme em um excelente Drama, apoiado em fabulosas atuações do elenco.
A primeira vez que assisti ao filme foi em 2004, aos 12 anos, na TV Aberta. Assisti por puro entretenimento, querendo me assustar, sem a profundidade que hoje vejo que o filme oferece. E confesso, terminei de assistir o filme e estava completamente aterrorizado, com aquele medo típico de criança de ir ou mesmo e levantar do sofá. Só por isso o filme já ganhou meu respeito na época. Qual é o filme de horror lançado hoje que pode ser considerado ao mesmo tempo sério e assustador?
A trama, adaptada do best-seller de William Peter Blatty, se passa na cidade de Georgetown e conta a história de Chris MacNeil, cuja jovem e doce filha Regan passa, de uma hora para outra, a se comportar de maneira rude, violenta e distante. Chris apela para os médicos, Regan se submete a uma série de dolorosos e invasivos exames, mas a junta médica não encontra seu problema. É quando os próprios médicos sugerem à Chris que tente uma prática paliativa, o Exorcismo, como força de sugestão à Regan, acreditando que isso resolveria o problema. Nesse meio tempo, conhecemos um pouco da história dos padres que realizaram a tarefa: O jovem Karras (Jason Miller), ex-lutador de boxe e que vive com a culpa de ter abandonado sua mãe idosa que depois vem a falecer, juntamente com a perda de sua fé, dessa maneira, chega a ser curioso e inteligente o recurso que o filme/livro aborda em retratar um padre psiquiatra, que naturalmente enxerga motivos racionais nas supostas "possessões", e que, para piorar, passa por uma crise de fé. Temos também o veterano padre Merrin (Max Von Sydow), que parece estar esperando por sua luta final contra o demônio após muitos anos. Na construção de personagens e nas atuações começa a grande qualidade de O Exorcista. Não temos exageros, e sim encarnações perfeitamente realistas por parte de todo o elenco, desde a vulnerável Regan até a apaixonada composição de Jason Miller.
Não há espaço para o humor involuntário e o filme investe num constante e absurdo crescente de tensão, que choca mais pelo suspense e pelo que ocorre dentro dos personagens, do que pelas imagens violentas que povoaram o imaginário de milhões de pessoas que assistiram ao filme. Apresentando um desfecho que é, ao mesmo tempo, correto, elegante e desolador, o filme, que tem a aparência feia como Pazuzu, se revela um denso drama psicológico que revela a maestria de todos os envolvidos no processo, ainda que o filme tenha infelizmente caído na chacota e nos tabloides sensacionalistas envolvendo casos bizarros de bastidores.
Não há espaço para o humor involuntário e o filme investe num constante e absurdo crescente de tensão, que choca mais pelo suspense e pelo que ocorre dentro dos personagens, do que pelas imagens violentas que povoaram o imaginário de milhões de pessoas que assistiram ao filme. Apresentando um desfecho que é, ao mesmo tempo, correto, elegante e desolador, o filme, que tem a aparência feia como Pazuzu, se revela um denso drama psicológico que revela a maestria de todos os envolvidos no processo, ainda que o filme tenha infelizmente caído na chacota e nos tabloides sensacionalistas envolvendo casos bizarros de bastidores.
Curiosidades:
- O Exorcista foi indicado a 10 Oscar e venceu 2: Melhor som e melhor roteiro adaptado para William Peter Blatty;
- Orçado em cerca de 11 milhões de dólares, O Exorcista faturou (até 2004) quase 360 milhões de dólares(!);
- A perturbadora cena na qual Regan desce as escadas de forma estranha termina com ela babando sangue na nova versão do diretor. No original a cena é muito mais assustadora. Confira abaixo:
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