sábado, 6 de setembro de 2014

Voo Noturno

Voo Noturno (The Night Flier, EUA, 1997)
Diretor: Mark Pavia
Elenco: Miguel Ferrer (Richard Dees), Julie Entwisle (Katherine Blair), Dan Monahan (Merton Morrison), Michael H. Moss (Dwight Renfield/O Piloto da Noite), John Bennes (Ezra Hannon), Richard K. Olsen (Claire Bowie), J. R. Rodriguez (Policial no aeroporto), General Fermon Judd Jr. (Policial)
SINOPSE: Richard Dees (Miguel Ferrer), um jornalista de um tablóide sensacionalista sai em busca de um aviador misterioso, uma espécie de vampiro que pilota à noite e vai fazendo vítimas pelos aeroportos onde passa. Dees decide refazer o caminho macabro percorrido pelo piloto e acaba se envolvendo demais, colocando sua vida em risco.






"Nunca publique aquilo que acredita...nunca acredite naquilo que publica..."


Richard Dees (Miguel Ferrer, conhecido por papeis menores no cinema e algumas séries de TV) é um repórter inescrupuloso que trabalha para o tabloide Inside View, que baseia suas notícias e variedades exclusivamente em sensacionalismo e exageros, como “Abdução alienígena” ou “Mães que colocam seus filhos no freezer acreditando que são filhos do demônio”, entre outras várias bizarrices. No presente, o editor-chefe do jornal, Merton Morrison (Dan Monahan, o Pee-Wee da cinesserie Porky’s) oferece um novo caso a Dees, onde um misterioso assassino em um avião Cessna Skymaster está fazendo uma trilha de sangue atacando em pequenos aeroportos rurais sem nunca ser pego, ganhando a alcunha de “O Piloto da Noite”. A princípio recusando o convite, Dees acaba cedendo à oferta e acaba se envolvendo perigosamente no caso, com a suspeita de que o piloto da noite seja, afinal, um vampiro!

Assistir a Voo Noturno é sentir-se em casa em se tratando de adaptações de Stephen King. Inspirado em seu conto “O Piloto da Noite” (presente na antologia “Pesadelos e Paisagens Noturnas – Volume 1”), o longa foi produzido pelo veterano Richard P. Rubinstein, conhecido justamente por produzir diversas obras de terror, como Madrugada dos Mortos e várias adaptações de King, como A Maldição, Fenda no Tempo e Cemitério Maldito. Além disso, o próprio Stephen Kingindicou” o nome do diretor e roteirista Mark Pavia para dirigir a adaptação, pois havia adorado seu curta sobre zumbis de 35 minutos, “Drag” (16mm, 1993, que está disponível no Vimeo). Mark Pavia não dirigiria mais nada após este longa, mas o fato é que a combinação inspirada de profissionais deu muito certo, ainda que Voo Noturno permaneça como uma obra bem menos famosa de King.

Beneficiado por uma trilha sonora enervante composta por Brian Keane (ganhador do Emmy), o longa remete a uma atmosfera dos anos 80, embora produzido na década posterior, e, apesar de esquemático, o roteiro escrito por Pavia e seu amigo Jack O’Donnell consegue surpreender sem deixar de ser fiel ao conto, reproduzindo até mesmo as situações e diálogos existentes na história, e enchendo linguiça com qualidade, explorando alguns momentos que já existiam no material original e ainda brindando os fãs de gore com um festival de mortes e mutilações orquestrado pela equipe KNB de Kurtzman, Nicotero e Berger, com direito a um design de vampiro original e assustador. Ainda contam pontos para o filme o desfecho, que mostra um destino diferente para Dees em relação ao conto, mas que não perde nada da essência da obra literária e ainda dá margens para ironia e para interpretações sobre a sanidade do repórter. Um pequeno cult que vale muito a conferida pelos fãs de horror.

NOTA: Crítica também publicada no Boca do Inferno

 

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